capítulo 20

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O despertador toca e os meus olhos abrem-se lentamente para se poderem adequar à luz que domina o quarto. Levanto-me e vou tomar o pequeno-almoço. Porra, eu odeio mesmo quando eu chego à cozinha e vejo garrafas de cerveja por todo o sítio. Que nojo. E ele nem tem a dignidade de as limpar. Vejo mais de uma garrafa de cerveja na cozinha. Será que eles estiveram cá ? Será que Harry esteve cá ? Tento esquecer este assunto e arrumo as garrafas de cerveja, noto que pelo silêncio John está a dormir e eu como entro hoje mais tarde ainda tenho um tempinho para dar uma breve arrumação à casa. Tomo banho e arrumo a cozinha, o meu quarto e a sala. Visto-me rapidamente, o tempo passou tão rápido já são 09:00 e eu entro às 10:00 ! Despacho-me e quando dou por mim  já estou dentro do autocarro, as pessoas são sempre as mesmas mas infelizmente não consigo ver ninguém de cabelo encaracolado olhos verdes a cheirar a alecrim. Eu quero muio mas mesmo muito vê-lo mas já quase fui agredida duas vezes por estar com ele, e quando no assunto está o meu irmão, desculpem mas eu não me quero meter de maneira alguma.

O tempo passa a correr como de costume e eu saiu na paragem da livraria. Ando até ao café ao pé da livraria, pois não tomei o meu pequeno-almoço em casa. Peço um queque e um café ao empregdo de mesa e sento-me na esplanada.

- Bom dia - Ele senta-se na cadeira do outro lado da mesa e o cheiro de alecrim está no ar. Manda-me um sorriso, e eu assento com a cabeça.

- Bom dia Harry - Tento não lhe sorrir, e agarro no meu queque e dou-lhe uma dentada. Eu não quero ter nada a ver com ele. Por mais que queria não quero. Ele hoje tras uma camisola preta com um decode mais ou menos em "v" que me dá a possibilidade de ver os pássaros que ele tem tatuados um pouco acima do peito.

- O que é que tens hoje ? - Perguntou-me ele com cara de preocupado. Será que ele sabia de ontem à noite ?

- Nada - Respondo. Agarro no meu café com as duas mãos para me aquecer.

- O que é que foi isso no teu pulso ? - Porra, esqueci-me de por pomada no pulso e agora tenho as unhas do Carl cravadas em mim.

- Quem é que te fez isso ? - Pergunta ele, e agarra-me no meu pulso dorido fazendo-o doer mais.

- Tem cuidade, não apertes ! - sussuro para ele e tiro-lhe o pulso a mão.

- Foi o John ? Olha que se foi ele eu...

- Se fosse ele ias fazer o quê ? Bater-lhe ? - Pergunto sarcásticamente. Eu não disse isto por pensar que o Harry é menos forte do que John porque na verdade não é, e eu própria já tinha testemunhado isso. Só que o John não tem peso na consciência quando faz porcaria e o Harry tem, acho eu.

- Não foi o John, porque ele esteve comigo a trabalhar - Diz-me ele. Eu não posso dizer a Harry porque depois ele ainda iria encarar Carl e depois poderia haver uma enorme confusão e eu não quero mais isso para a minha vida, nem para a vida do Harry.

- Foi hoje de manhã, estava um bêbado qualquer na minha rua e ele teve a ideia de me agarrar o pulso, ele tinha muito força por isso fiquei com o pulso assim. - Minto e olho para o pulso. Dou a minha última dentada no queque e termino o pequeno-almoço. Ele não diz nada e limita-se a ficar sentado sem dizer nada enquanto eu vou pagar o pequeno-almoço. Passo por ele e continuo a andar até à livraria.

- Hey, então ? - Harry agarra-me no braço e vira-me até ele e o meu corpo junta-se ao dele e consigo sentir o seu peito a subir a descer. Viro a cara para o lado pois se a tivesse virada para ele, os nossso lábios ficariam a centimetros de distância.

- Então o quê ? - Olho para ele frente a frente mas baixo a cabeça e ele põe a mão debaixo do meu queixo e puxa-o levemente para cima para eu poder encará-lo. Sinto-me descofortável de estar assim com ele mas ao mesmo tempo sinto-me bem.

- Se eu não tivesse aqui a falar contigo, tu já terias ido para a livraria e nem me terias dirigido a palavra não é verdade ? - Diz ele.

- Oh

- O que é que eu te fiz ?

- Não é o que tu me fizeste Harry, é o que tu estás a fazer a ti próprio. - Digo baixinho para ele não ouvir.

- Mas porque é que estás tão preocupada comigo ?

- És meu amigo e eu procupo-me contigo. - As minhas bochechas começam a ficar encarnadas- Podes-me largar Harry ?

- Sim claro que posso - Diz e solta-me. Viro-lhe as costas e ajeito o meu cabelo e sigo em frente. Consigo ouvir os passos de Harry atrás de mim.

- E hoje à noite ? - Harry diz e continua a seguir-me.

- Hoje à noite o quê ? - Olho para trás encarando-o.

- Tu e eu jantar, o que é que achas ? - Harry acabou de me convidar para jantar ? Não não pode ser verdade.

Continua a andar Margarida que ele desiste.

- Não acho uma boa ideia - Digo,  pela segunda vez Harry agarra-me de novo no braço e o meu peito é puxado para o dele.

- Porque é que achas que é uma má ideia ?

-  E se o meu irmão nos vir ?

- Ele não nos vais ver - Harry diz e sorri. Eu assento com a cabeça.

- Eu prometo - Ele promete e eu olho para ele, ele dá-me um beijo na testa e larga-me e eu mais uma vez ando em frente para longe dele.

- Quando saíres do trabahlo eu venho-te buscar ! - Grita ele e eu levanto um polegar como sinal de um " sim ". Então bem praticamente eu vou sair com um rapaz cujo o " trabalho" dele é ser um criminoso e que o seu chefe é o meu irmão que não gosta de juntar trabalho e família. Claro que irá tudo correr bem. Antes de abrir  aporta da livraria passo as mãos pela cara, arranjo o cabelo e preparo-me para agir como se nada fosse.

the scarsOnde histórias criam vida. Descubra agora