O garoto do ônibus

O imprevisto perfeito

Na segunda feira, minha mãe me acordou cedo pois eu teria que me arrumar logo e ir cedo pra parada, para conseguir pegar o ônibus e não me atrasar como antes. Naquela manhã, eu estava desanimada e cansada, demorei um pouco para me arrumar, pois estava tentando disfarçar minha cara de morta. Nem consegui tomar café da manhã, só tomei um copo de café depressa,  peguei minhas coisas e saí. O dia estava muito frio, e eu tinha pego a blusa de frio mais fina que eu tinha, para não ocupar muito espaço na bolsa, e não dava mais tempo de voltar em casa e pegar uma mais quente, pois o ônibus já estava vindo.

Aquele ônibus era o mesmo que eu tinha pego naquele dia, com o mesmo motorista e o cobrador, e isso me deixou completamente sem graça de perguntar onde era o lugar, pois obviamente já era pra eu saber onde era. Então resolvi ir na sorte, de acordo com o que meu amigo havia me dito, e fui me sentar no último banco do ônibus.

Fui a viajem toda cochilando, já que havia acordado muito cedo, e acabei pegando no sono e nem tive noção do tempo que passou. Quando acordei, assustada por ter dormido demais, percebi que havia passado da parada, ou da cidade, não sei, só sei que não conhecia mais nada naquele lugar que o ônibus estava passando. Me desesperei, não sabia o que fazer, se perguntava a alguém onde estava, se continuava no ônibus, só sei que minha única reação foi descer na primeira parada que o ônibus parou.

Eu não fazia a mínima ideia de onde estava, não conhecia nada por lá, só sei que estava em frente a um edifício chamado Jenn's Palace, e resolvi entrar, para pedir informações. Ninguém por lá sabia onde era o Royal, e eu me desesperei mais ainda, pois não sabia nem ao menos em que cidade eu estava.

Sentei nos bancos que estavam em frente ao edifício, coloquei as mãos na cabeça  e comecei a pensar no que eu iria fazer, qual ônibus eu iria pegar, onde eu iria pedir informações para pelo menos saber onde eu estava. Tentei me acalmar, respirei fundo para não chorar, até que alguém me aparece com um copo d'água, e me pergunta: “Porque está tão nervosa? Beba um pouco de água”. Aquela voz, eu conhecia aquela voz...