As coisas se tornaram diferentes

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Acredito que não iria fazer tão mal contar sobre isso. Resolvi que iria contar logo sobre aquilo, afinal, não iria piorar a situação.

- Na verdade durante esses 5 meses, fugi do que realmente aconteceu, mas acho que está na hora de colocar pra fora.

- Se você não quiser contar, tudo bem, eu vou entender.

- Não John, você contou parte da sua vida, acho que será bom eu contar também.

Respirei fundo, tomei uma taça de vinho e comecei a relembrar tudo.

- Nós nos conhecemos em uma boate, eu gostava bastante de sair com uns amigos, e como estava solteira há um tempo, resolvi dar uma chance a ele. Ficamos a noite inteira juntos, mas pensei que seria apenas aquele dia. No outro final de semana, nos encontramos em uma festinha na casa de um amigo em comum, e ficamos juntos novamente, só que dessa vez nós tranzamos. No outro dia, fui pra casa e ele havia pego meu número, e começamos a conversar. Descobri que ele tinha namorada, mas ele jurava que tinha terminado com ela, e eu acreditei e comecei a namorar com ele. Foram 2 anos namorando e voltando, eu realmente gostava muito dele. Foi aí que resolvemos nos casar, mas minha mãe dizia que eu não deveria fazer aquilo, mas eu acabei fazendo. Quando deu 6 meses de casado, eu peguei ele na minha cama com a ex dele, que ele disse que havia terminado, mas na verdade eles tinham um lance durante todo o tempo que estávamos juntos. Quando vi aquela cena, só conseguia chorar, e saí de casa, fui correndo pra casa da minha mãe.

- Nossa, essa história é muito intensa. Você realmente foi forte, e paciente por não ter feito nada com nenhum dos dois. Você ainda fala com ele?

- Não. A última vez que vi ele foi quando fui pegar o divórcio, já tem mais de 3 meses que não vejo ele.

- Mas o que você fez para pegar suas coisas de volta?

- Não peguei. Pedi um amigo meu para pegar, não conseguia nem entrar naquela casa.

- Mas e hoje, como você está Karol?

- Bom, estou bem melhor por ter desabafado sobre isso, não doeu tanto quanto eu achei que iria doer.

Encostei a cabeça no sofá e respirei um pouco, senti que havia tirado um peso das minhas costas. O Jonathan chegou mais perto e me deu um abraço, o abraço mais confortável que tive em todo esse tempo. Me senti protegida, e retribui o abraço, de forma que ele se sentisse bem também. Nos soltamos, e ele me deu um beijo.


O garoto do ônibus Onde histórias criam vida. Descubra agora