Eu não estava esperando aquele beijo. Foi muito de repente, eu queria, mas eu não podia, não naquela hora, não naquele momento, não naquele lugar. Eu empurrei ele.
- Me desculpe Karol, foi por impulso, me perdoa.
- Tudo bem John, eu sei que não foi por mal, me desculpe, não posso fazer isso, ainda estou sensível.
- Tudo bem, eu entendo.
Ficamos em silêncio, bastante sem graça um com o outro, tomamos toda a garrafa de vinho, e eu decidi que iria embora, pois não poderia deixar ficar aquele clima, mas não havia mais nada o que fazer. Quando decidi que iria embora, escutei o Jonathan chorando bem baixinho, e fiquei preocupada.
- O que houve meu bem?
- Me perdoa Karol, eu só faço besteira, não deveria ter feito isso, você me ajudou tanto, eu me lembrei da minha mãe agora, não queria que isso tivesse acontecido, não queria que você ficasse chateada comigo.
- Não fica assim John, tá tudo bem, eu não estou chateada.
-Eu não estou bem, eu vou ficar louco, preciso dos meus irmãos comigo, não sei mais o que eu faço.
- Na hora certa você vai saber John, não se preocupe.
- Mas eu preciso agora, só eu que posso resolver isso, preciso da minha mãe.
Não sabia mais o que dizer, minha única reação foi abraçar ele e deixar ele chorar nos meus ombros.
- Eu preciso tomar um banho, vamos subir pro meu quarto?
- Vamos.
Subimos pro quarto dele e eu fiquei sentada na cama esperando que ele terminasse de tomar banho. Fiquei reparando no quanto aquele quarto era lindo, não parecia ser tão simples, era tudo muito arrumadinho, móveis novos e aparentemente caros. Ele saiu do banho e foi se vestir. Até então não tinha reparado no quanto ele era realmente lindo, principalmente com os cabelos molhados. Fiquei com vergonha e abaixei a cabeça, para ele não perceber que eu estava observando. Ele se vestiu no banheiro, saiu e sentou ao meu lado, na cama.- Desculpa por ter chorado, ainda dói muito lembrar da minha mãe, e as vezes eu não consigo segurar o choro.
- Tudo bem, você vai ficar melhor.
- Só de estar com você aqui, já me sinto melhor. Obrigado por tudo Karol.
- Não precisa agradecer, senti que você é uma pessoa da qual vale a pena ajudar.
Ele me abraçou novamente, e dessa vez eu retribui com um beijo, e ele não recusou, apenas deixando aquele beijo rolar, um beijo lento, doce e quente, que fez com que nos entregássemos ao que estávamos sentindo naquele momento.
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O garoto do ônibus
RomanceDuas pessoas, confusas, cada uma em um mundo diferente, mas ambas precisando de apoio, se conhecem de uma forma que ninguém imaginaria que poderia acontecer, e daí nascerá um romance que resolverá os problemas deles, fazendo com que a vida de ambos...