A sala estava escura e um vídeo que incentivava jovens americanos a se alistarem no exercito para morrer era passado antes do filme. Eu conseguia ver algumas mulheres com lagrimas nos olhos e outras até soluçando baixinho, provavelmente amavam alguém que havia ido lutar contra os nazistas. “Patético”, pensei comigo mesma. Para mim tudo aquilo não passava de drama e sentimentalismo desnecessário daquelas mulheres americanas hipócritas. Hitler queria dominar o mundo enquanto Schmidt queria dominar a ciência e magia esse era o motivo de terem me mandado para solo americano para roubar um soro de um alemão traidor.
— COMEÇA LOGO O FILME! — Um rapaz sentado a minha frente reclamou do filme que falava sobre o alistamento dos jovens americanos que passava antes do filme de comédia que iria passar naquela seção.
Se havia uma coisa que me irritava mais que pessoas choronas e fracas, eram pessoas folgadas. Isso me tirava completamente do sério, eu até poderia acabar com ele ali rapidamente de modo que ninguém notaria, nem ao menos o que o atacou mas apenas optei por senta-me como uma dama americana
— Por que você não respeita? — Um jovem sentado a dois bancos a minha direita falou indignado.
Olhei para o lado para ver de quem era voz, mas acabei por não descobrir quem era então decidir ficar encarando os outros rapazes que estavam ali até que um deles se manifestasse.
— Anda logo... — O rapaz da frente reclamou novamente. — Anda logo, vamos com isso!
— Por que você não cala a boca? — Agora pude distinguir o rapaz corajoso que estava pedindo silêncio, notei também que todos estavam olhando na direção dele.
Ele era loiro, um pouco mais baixo que eu e bem magro. Internamente torci que para sorte do jovem loiro o rapaz folgado fosse menor ainda, o que eu tinha sérias duvidas, pois conhecia esse tipo de homem, eles eram altos e super fortes, se achavam os maiorais e não tinham respeito por ninguém. Inclusive passei por isso na HYDRA até eu conseguir com muito esforço impor respeito
— Ei, tira isso rápido daí! — O rapaz folgado reclamou outra vez. Se ele abrisse novamente a boca eu serei obrigada a quebrar seu pescoço e sinceramente eu ia adorar
— Quer calar a boca? — O rapaz magricela falou mais alto desta vez. Ele era bastante corajoso, eu tinha que admitir
O rapaz que estava reclamando sobre a propaganda do alistamento se levantou lentamente, cobrindo a visão que eu tinha do telão, ele deveria ter mais de 1,80, com certeza, era muito forte, mais forte que Schimdt bom é claro que apenas na aparência física, porque sem duvidas Schimdt tinha mais força do que aparentava graças ao soro de supersoldado
— O que você disse? — O grandalhão perguntou. Definitivamente eu me sentiria feliz se pudesse chutá-lo para fora dessa sala mas algo ao fundo que eu não identificava queria poupar o rapaz franzino de apanhar
Todos presentes na seção encararam ambos os rapazes, mas não fizeram nada. Eu tinha absoluta certeza de que o jovem franzino iria apanhar feio se ele não se retratasse ali imediatamente, o que é claro, não aconteceu.
— Disse para você calar a boca. — O garoto disse com convicção.
Levei a mão a boca para abafar o riso. “Ele só pode estar louco.” pensei. “Ou no máximo deve ser um suicida...” de contra gosto observei o grandalhão sair de sua fileira e ir até o loiro e o pegar pela gola de sua camisa, o arrastando para fora da sala de cinema. Ninguém fez nada além de voltar sua atenção para o filme que estava começando, definitivamente eu continuava concordando com Schimdt
Americanos era medrosos e seriam facilmente dominados por Adolph Hitler
Puramente e irracionalmente seguir na direção em que o grandalhão folgado arrastara o jovem franzino e corajoso
Do lado de fora em um beco que havia ao lado do cinema, observei o grandalhão folgado acertava soco atrás de soco no rosto do pequeno corajoso, que sempre se levantava para enfrentar seu agressor e quanto mais levantava, mais apanhava. Era quase cômico se algo dentro de mim não fervesse de raiva
O jovem loiro caiu em cima das latas de lixo que estavam ali por perto notei que com muita dificuldade ele se ergueu e pegou a primeira tampa que viu, ficou de frente para o folgado que estava batendo nele e ergueu a tampa de lixo, como se fosse um escudo para se proteger, mas o grandalhão arrancou a tampa das mãos do loiro e a jogou longe, assim atingindo o rapaz loiro com mais um soco com toda sua força. O loiro visivelmente estava mais tonto do que já estava. Mas ele não baixaria a guarda tão facilmente me impressionando, notei que não era do tipo que desistia fácil, então ele se colocou de pé rapidamente. Fazendo-me lembrar dos meus tempos que eu eu fora obrigada a enfrentar os soldados da HYDRA para ganhar respeito
— Você não sabe a hora de parar, não é? — O grandalhão perguntou ao loiro, que cambaleava de um lado para o outro, com os punhos cerrados para cima. Ele me dava pena e me trazia algo mais…eu não gostava nenhum pouco disso
— Posso fazer isso o dia todo. — ouvir seu murmurou cheio de convicção.
O idiota que só tinha o tamanho como vantagem riu da cara de loiro pequeno, observei o loiro corajoso correndo em sua direção com a intenção de lhe acertar um soco. O folgado o impediu de acertá-lo, já que visivelmente era mais ágil e forte. pequeno corajoso ergueu seu braço para acertar outro soco no grandalhão, mas o idiota musculoso previu seu golpe e segurou seu braço e o torceu para trás de suas costas. Cansada de assistir decidir agir. Empurrei o grandão para longe de sua vitima que também empurrei para longe do agressor, que agora apanharia de mim.
Virei-me para o jovem loiro que visivelmente estava desnorteado pelas pancadas que recebera, vi o sangue no momento em que encarei o loiro, vi que o liquido vermelho fluía do nariz dele, uma estranha preocupação me tomou então andei na sua direção. Vergonhosamente nem me dei conta do que ia fazer quando o cara folgado agarrou meu braço, o contato fez com que eu virasse de frente para ele.
— Quem a senhorita pensa que é? — O cara indagou fitando-me com raiva.
A fúria tomou conta de mim. Ele gosta de bater em pessoas indefesas? Veremos se ele gosta de apanhar. As mãos dele apertavam meus braços, que poderiam ficar roxos se eu fosse uma garota comum, porém, graças ao experimento de Zola, eu não era uma garota comum.
— Perdão, qual o seu nome? — perguntei com uma voz doce e inocente mascarando minhas verdadeiras intenções
— William. — Ele respondeu curto e grosso.
— Solta ela, seu canalha! — o loiro gritou andando em direção ao William, pronto para socá-lo.
Com a mão livre agarrei um dos pulsos daquele rapaz que imediatamente olhou para mim confuso. Porque diabos eu estava preocupada com ele?
— Se afaste. — ordenei duramente
O loiro deu alguns passos para trás, fazendo William gargalhar. Oh! Eu vou adorar bater em alguns americanos
— Por que não deixamos os beijinhos para depois que eu acabar com ele? — falou empurrando-me para longe sem tirar suas mãos imundas de mim.
Impaciente com tanto machismo tirei as suas mãos de cima de mim e o empurrei com força contra a parede enquanto apertava o pescoço dele. Um sorriso atravessou meus lábios enquanto eu encarava as feições daquele americano
— Você é um completo babaca! Gosta de dar uma de machão com quem é menor que você, mas olha só para você. Está apanhando de uma garota. — debochei atiçando sua raiva. Eu queria bater então queria um oponente a altura
Mas, ele só tentaria me amedrontar com sua expressão raivosa, então dei dois passos para trás e desferir apenas um socos na cara de William, que ficou desnorteado e impossibilitado de se defender. Ele cambaleou ao tentar ficar ereto, colocando a mão em sua boca e segundos depois cuspiu no chão. Eu estava mais do que pronta para atacá-lo, caso ele não fugisse dali imediatamente e tentasse continuar brigando comigo ou com o loiro atrás de mim, mas de repente vi um rapaz vestido de farda entrando no beco, andando em direção a eles.
“dois americanos!” pensei, e dei apenas um chute no meio das pernas de William usando toda minha força possível. Ele caiu para trás me xingando de todos os palavrões possíveis.
O rapaz de farda correu na nossa direção e se aproximou de Willian no momento em que ele estava se levantando e cambaleando na minha direção
— Você está bem? — perguntei virando-me para o loiro, ignorando a discussão do rapaz fardado com o brutamontes mal educado.
Ele estava vindo até mim enquanto tentava estancar o sangue de seu nariz, controlei-me para não quebrar a cara daquele brutamontes por causa isso. Controlei-me ao máximo também pra não ajudar o loiro com o sangramento
— A senhorita não deveria se intrometer em brigas. — ele alertou-me. Não pude evitar sorrir com isso. Pobre coitado não sabia que seu país logo seria controlado e que sua bravura e ingenuidade não o pouparia de ser morto, mas no fundo isso me afetou
— Belo colar. — o rapaz fardado falou olhando para o pingente da HYDRA que eu ostentava, mal sabia ele que aquele seria o futuro símbolo da bandeira americana
— Aquele cara tentou roubar à senhorita?
— Não, ele estava espancando esse rapaz. — olhei diretamente para o rapaz loiro
O rapaz fardado gargalhou
— Do que está rindo? — Perguntou o loiro visivelmente irritado ao ver o outro tentando segurar sua risada. Eu não via graça alguma
— Parece que você gosta de apanhar, Steve... — o rapaz fardado passou por mim e se abaixou para pegar alguns papeis que estavam jogados no chão. Eu não havia os notado
— Eu estava dando conta dele. — o loiro falou, enquanto o moreno lia os papeis e fazia uma visível cara de descontentamento.
— Precisamos conversar sobre isso mais tarde. — balançou os papeis na direção do loiro ao ver que eles pertenciam ao rapaz e não a mim. — A senhorita está bem?
Não pude evita-me de revirar os olhos, eu também odiava ser tratada como se fosse uma boneca de porcelana prestes a quebrar, sou um das pessoas que ira controlar seu país,rapaz.
— Nunca me senti melhor. — forcei um sorriso amigável. — Exceto pelo fato de que perdi meu filme.
O moreno riu enquanto o loiro continuo sério.
— Sou James Barnes, mas pode me chamar de Bucky. E este é meu melhor amigo, Steve Rogers. — James os apresentou e esticou sua mão na minha direção. — A senhorita é?
— (S/N) Harper, James. — apertei a mão de James, omitindo meu sobrenome alemão
— É um prazer conhecê-la. — James sorriu amigavelmente na minha direção, mas meus olhos não saiam de Steve Rogers. - por favor me chame de Bucky
— tudo bem, Bucky mas, eu preciso ir. — virei-me para eles enquanto chegávamos à calçada da avenida que passava em frente ao beco onde estávamos. — Sinto muito se feri seu ego Steve, só queria ajudar...
James deu mais um risinho e Steve olhou torto para ele. Provavelmente o repreendendo.
— Está tudo bem, senhorita Harper. — Steve continuava sério. Algo dentro de mim quebrou, rompeu ou estourou-se, eu não sabia identificar mas era bom e quente.
— Vejo a senhorita na Feira Mundial hoje à noite? — Bucky perguntou atrás de mim
Virei-me para encará-lo, e forcei um sorriso antes de respondê-lo. Não era com Bucky que eu queria falar
— Talvez, quem sabe? — apenas dei de ombros e sair os deixando para trás. A feira mundial era onde o excêntrico bilionário Howard Stark exibiria suas invenções
Uma parte minha a parte que serviria Schimdt cegamente, não queria voltar a vê-los, para prevenir-me dessas coisas que o franzino Steve Rogers invocar em mim e por isso eu não sentia vontade de encontrá-los. “Estou enlouquecendo! Eu saí do cinema para defender um americano! Preciso me tratar urgentemente.” Pensei enquanto levava minhas mãos aos meus cabelos escuros afim de agarra-los mas me recompus e os arrumei.
Eu fui treinada para não me importava com nada, nem com ninguém, além de mim mesma. Ou era isso que eu queria até encontrar Steve..
Será que voltarei a ve-lo ou essa seria apenas a primeira e única vez? Desde que me conheço por humana eu nunca havia sido indecisa e aqui estou eu num impasse entre volta para a Alemanha e desisti da missão ou…continuar…
Aqui estou eu, observando atentamente as criações de Howard Stark enquanto o mesmo estava apresentando algo sobre um carro do futuro. Confesso que me interessei mas logo avistei meu pequeno corajoso…
Assustada com esse pensamento balancei minha cabeça levemente para me livrar de tais pensamentos. O que diabos estou pensando?!
Minha intenção era recuar mas me vi presa ali enquanto observava e reconhecia Bucky Barnes ao lado de uma morena sorridente que passou próximo a mim mas não me notou, logo atrás vinha uma garota loira de braços cruzados e visivelmente irritada e vinha ele..com um saco de pipocas em mãos e uma expressão pensativa. Algo dentro de mim queria surgir em sua frente e o acompanha…Mas, logo que sentir uma aproximação fiquei com meus sentidos em alerta esquecendo momentaneamente Steve e até a loira.
- ele parece a nossa cobaia ideal. – Dr Erskine falou atrás de mim com seu inglês carregado de sotaque que denunciava sua origem alemã
- o senhor acha mesmo?. – perguntei curiosa com a expectativa de ver como o soro funcionaria em Steve. Erskine balançou a cabeça e seguiu para dentro da prédio onde o próprio Rogers havia entrado…
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