Um

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MEU IRMÃO tirou a sorte grande.

Esse pensamento passou pela mente de Demetria Lovato enquanto ela estava nos bastidores e assistia a Nick Lovato guiar sua mulher, Sherri Griffin Lovato, pelo enorme salão de baile enquanto ambos agradeciam aos inúmeros convidados que haviam comparecido ao casamento.

Desde que conhecera Sherri, Demi percebera que ela era a única mulher que poderia fazer seu irmão caçula feliz. Só de estar na presença deles já dava para sentir o amor que irradiava entre ambos. E mesmo sendo uma canalha cínica no que dizia respeito à noção sobre amor verdadeiro, de certa forma aqueles dois lhe transmitiam algum tipo de fé.

O mesmo valia para sua irmã, Dallas, e para o homem com quem ela havia se casado no ano anterior, o senador Reggie Westmoreland. Definitivamente mais uma boa combinação amorosa. Então, tudo bem, dois casos não eram ruins. Ela passeou seu olhar pelo salão, até o pai e a mulher ao lado dele, e riu por dentro. Tá bom, ela tinha que admitir: três casos. Seu pai finalmente havia se casado com sua dedicada assistente administrativa há alguns meses. Demi não conhecia nenhum homem que merecesse o amor de uma mulher bondosa mais do que Patrick Lovato, principalmente depois de todo o inferno no qual a mãe de seus três filhos o enfiara.

Sem querer pensar na mulher que lhe tinha dado à luz, a mesma que havia abandonado o marido e três filhos quando Demi tinha 12 anos, Nick 10 e Dallas 3, ela olhou para o relógio, sentindo-se cansada e nervosa. Tinha chegado a Chicago no dia anterior e vindo diretamente do aeroporto para a igreja, bem a tempo de comparecer ao jantar de ensaio da cerimônia.

Como detetive particular, nos últimos três meses ela vinha trabalhando praticamente o tempo todo, tentando reunir provas suficientes para entregar a um amigo advogado, o qual estava convencido de que um de seus clientes havia sido acusado de assassinato injustamente. Era um caso duro de roer, e mais difícil ainda tinha sido informar ao homem que a esposa havia armado para ele. Com as provas necessárias para livrar o sujeito de todas as acusações, Demi decolara de Atlanta em um voo direto para Chicago.

Ela olhou para o relógio. Tinha pouco mais de uma hora antes de o casal seguir para o aeroporto internacional de O’Hare e então para uma lua de mel de duas semanas em Paris. Depois que eles partissem, Demi iria para seu quarto de hotel, tiraria seu vestido, vestiria algo mais confortável e... Faria o que mesmo?

Ela não tinha planos imediatos. Andaram dizendo que alguns dos irmãos e primos de Reggie estariam organizando um jogo de cartas mais tarde naquela noite, em um dos quartos. Ela não estava surpresa. Conhecia a maioria dos membros da família Westmoreland desde seus anos de colegial em Atlanta e havia reacendido a amizade com todos desde que Reggie se casara com Dallas. A única coisa que sabia era que eles gostavam de jogar, e o jogo escolhido era o pôquer.

Demi resolveu ignorar o jogo depois de se lembrar do que acontecera na última vez que jogara com eles. Quando a partida terminou, estava 300 pratas mais pobre. Se não o pôquer, então o que mais havia para se fazer?

Ela desviou o olhar para a mulher do outro lado da sala, que conversava com os pais da noiva. De repente sentiu um calor primitivo correndo pelo seu corpo. Selena Gomes. Demi definitivamente adoraria fazer alguma coisacom ela.

Ela era a melhor amiga da noiva, e Demi tinha ficado atraída por ela desde que esta lhe fora apresentada há alguns meses na festa de noivado de Nick e Sherri na Flórida. Ela captou imediatamente a forte química sexual fluindo ali, e o olhar que Selena lhe lançara era uma promessa de que em algum momento elas iriam se encontrar sob os lençóis de alguém. Mas antes que pudessem fazê-lo acontecer, Demi recebeu uma pista importante sobre um caso no qual estava trabalhando e teve que ir embora.

Definitivamente era bom olhar para ela, com seus olhos sensuais, um nariz empinado bonitinho e lábios fartos e bem delineados. Ela apreciara particularmente a massa marrom-escura de mechas que coroava o rosto liso. Ela era absolutamente sexy do topo da cabeça, passando pelas curvas bem torneadas e belas pernas, até as solas dos pés. E por falar em pés, ela tinha uma fraqueza quando se tratava de mulheres de salto alto, principalmente se estas tivessem as pernas certas para eles, o que Selena de fato possuía. E o vestido tomara que caia de madrinha, de cetim azul- bebê, que batia abaixo dos joelhos, ficava muito bem nela, mas demi preferiria muito mais vê-la nua. Ela queria saber o quanto seus sonhos se aproximavam da realidade.

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