Dezessete

290 25 0
                                    


– DEMI? POR que você não vai à festa de aniversário de Sherri na Flórida no próximo fim de semana?

Durante muito tempo, Demi não disse nada. Só ficou olhando para sua irmã, em seu escritório, desejando que pudesse ignorar a pergunta. Mas ela conhecia Dallas bem o suficiente para saber que iria perturbá-la até Demi oferecer o que ela considerava uma boa resposta. A vida de casada definitivamente a havia deixado mais mandona.

– Estou trabalhando em um caso que requer minha total concentração, Dallas – disse ela, sabendo que não era verdade. O caso no qual estava trabalhando não ia ser tão difícil de resolver. Difícil mesmo ia ser oferecer o máximo de sua concentração.

– E antes que você pergunte, a resposta é não – disse Demi. – Eu não falei para Nick que não vou, mas com a intenção de ir. Eu não vou mesmo. Na verdade, pretendo telefonar para ele mais tarde hoje.

Sabia qual era a preocupação de Dallas. Quando eram crianças, elas sempre passavam seus aniversários juntos e faziam deles dias especiais. Mesmo quando Dallas foi morar em Paris, foi fácil manter a tradição, pois ela voltava para casa nas férias e seu aniversário era dois dias antes do Natal. E já que Sherri, Reggie e Cathy agora eram membros oficiais da família Lovato, esperava-se que todos estivessem presentes para as festas de aniversário deles também.

Dallas atravessou a sala e colocou as mãos sobre a mesa, olhando diretamente nos olhos dela.

– Um caso difícil nunca impediu você de nada, Demetria. Então, o que está acontecendo? 

Ela se obrigou a manter uma expressão agradável. Caso contrário, sua irmã, que era bem astuta quando se tratava de seus irmãos, veria a dor à espreita no fundo de seus olhos.

– Não está acontecendo nada – retrucou ela, pegando uma pasta e fingindo remexer nela.

– Tem certeza?

 Reencontrou o olhar dela.

– Sim, tenho certeza. – Ela olhou para o relógio. – Pensei que você tivesse dito que estava na sua pausa para o almoço.

Ela sorriu enquanto se inclinava para trás.

– Quando você é o patrão, pode ter algumas liberdades.

Demi sabia que não poderia discordar daquilo. Como presente de casamento, Reggie tinha comprado à sua esposa uma galeria de arte e um belo prédio, para que ficasse em uma localização perfeita em Atlanta. Reggie remodelara o edifício ao gosto dela e a galeria Libby’s, o nome fora escolha de Dallas, estava fazendo sucesso. – Além disso, eu tinha uma consulta médica. 

Demi ergueu uma sobrancelha, preocupado. 

– Você está bem? 

Ela sorriu.

– Nada que não possa ser curado em oito meses. Reggie e eu vamos ter um bebê.

Demi piscou algumas vezes para absorver as palavras dela. Um enorme sorriso se espalhou por seu rosto e Demi empurrou a cadeira para trás para ficar de pé. 

– Venha cá, bobona.

Quando Dallas contornou a mesa, ela a tomou nos braços. Sua irmãzinha ia ser mãe, e ela não tinha dúvidas de que ela faria um trabalho melhor do que a mãe deles.

– Tenho certeza de que Reggie já sabe – falou Demi, soltando-a, com um enorme sorriso. – Esses malditos Westmoreland creem na fecundidade e repovoamento da Terra. 

Dallas jogou a cabeça para trás e gargalhou.

– Reggie soube antes de mim, na verdade. Fizemos o teste de gravidez em casa há uma semana, mas a visita ao médico hoje tornou oficial. Ele estava lá comigo quando o médico confirmou tudo. O senador Reginald Westmoreland definitivamente é um homem feliz. 

Ardente Onde histórias criam vida. Descubra agora