Dezeseis

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SELENA ESTAVA andando de um lado a outro, e o sr. Bennie também. Ambos exibiam olhares preocupados. Selena já havia tentado contatar sua mãe por telefone várias vezes, sem sucesso.

Demi entrara em contato com a polícia de Shreveport, e depois ligara para as companhias aéreas para verificar os voos para Las Vegas. Ela conseguira descobrir o número do voo de Mandy e Edward, e, de acordo com a companhia aérea, a aeronave havia pousado em Las Vegas mais de uma hora atrás. Então, por que Mandy não estava atendendo o telefone?

A polícia de Las Vegas tinha sido acionada e já havia um mandado emitido para a prisão de Villarosas. A única coisa boa era que Mandy não tinha sido levada à força, o que significava que ela ainda não sabia que tipo de homem Villarosas realmente era. Demi era da opinião de que Villarosas não tinha nenhuma razão para prejudicar Mandy, uma vez que ele provavelmente se sentia seguro em seu relacionamento. Pelo menos por enquanto.

Ela olhou para Selena e ela lhe ofereceu um sorriso fraco. Um lado de Demi percebeu por que a amava muito: ela se preocupava com a família. Era leal. E não era nada como a mulher com quem seu pai tinha se casado, a qual abandonara o marido e os filhos. Selena era toda bondade. Toda carinho. E ela queria filhos.

Demi compreendeu por que gostava de dormir tão pertinho dela durante a noite, os corpos se tocando, e depois despertar ao seu lado todas as manhãs para uma brincadeirinha. Ela gostava de vê-la comer, engolir, de vê-la lambendo algodão-doce dos lábios. Ela adorava suas conversas de fim de noite, quando ficava com ela sentada em seu colo por horas. Até mesmo gostara de ficar ao lado dela no cinema, dividindo pipoca amanteigada. E embora o filme não fosse nada do tipo que ela quisesse ver, aquilo não tinha importância, contanto que ela estivesse ao lado. A simples risada de Selena durante algumas cenas já era música para os ouvidos dela.

Havia se apaixonado por uma mulher que não tinha espaço para Demi em seu futuro.

Demi sabia tudo sobre os planos dela. Quatro anos na escola de medicina. Que direito ela tinha de pedir a Selena para fazer algo diferente, agora que sabia que a amava? E por que ela sequer cogitaria tal coisa? Apesar de ter se apaixonado por ela, isso não significava que Selena também tinha caído de amores por ela. Até onde sabia, e conforme ela a lembrara várias vezes, Selena não tinha nenhuma intenção de ter um relacionamento sério com Alguém, e Demi estava pensando em ter com ela o mais sério dos relacionamentos.

Ela merecia ter seu sonho e Demi não iria roubá-la disso tal como o pai dela tinha feito ao gastar o dinheiro da faculdade. Aquela era a chance de Selena fazer uma coisa que sempre desejara, e Demi a amava demais para ficar em seu caminho. Então, ela iria manter o plano original.

Quando tudo aquilo acabasse, ela iria embora para Atlanta. Mas pretendia se manter informada sobre Selena através de Sherri, porque não importava onde Selena fosse ou o que fizesse, sempre seria a dona inconsciente do coração dela.

Demi foi retirada das profundezas de seus pensamentos quando uma porta de carro bateu. Ela olhou pela janela e viu uma viatura encostando, em seguida, viu quando três homens desceram. Ela reconheceu Landon. Presumiu que o outro sujeito fosse um investigador do departamento de polícia de Atlanta em missão para interrogar Villarosas, e o outro, investigador de Shreveport.

Selena ouviu o carro também e correu para a porta da frente, prendendo a respiração a cada passo. E ela não precisou olhar para trás para saber que Demi estava em seu encalço. Ela encarou os rostos dos três homens. 

– Posso ajudá-los? 

– Srta. Gomez? 

– Sim?

Um dos homens mostrou um distintivo a ela.

– Sou o detetive Mark Hogan do departamento de polícia de Shreveport, este é o detetive Arnold Reddick do departamento de polícia de Atlanta, e Landon Chestnut, da empresa Peachtree Investigações Particulares.

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