Era uma tarde chata e entediante como todas as outras, eu provavelmente teria que cuidar das finanças do reino ou de alguma coisa ridiculamente fácil que qualquer um dos meus irmãos poderiam fazer. Então eu simplesmente resolvi fugir. Não, não fugir pra sempre nem nada do tipo, fugir por algumas horinhas, não faria nenhum mal certo? Errado! Pois foi nesse mesmo dia que eu comecei uma confusão terrível e a partir dai ela só foi piorando.
Eu geralmente tomo meu banho sozinha e peço ajuda das minhas criadas apenas para fechar o corpete e arrumar minhas coisas, gosto de passar meu tempo com elas não como se trabalhassem para mim, mas como amigas, eu geralmente passo uma hora me "arrumando", na verdade demoro apenas alguns minutos para me vestir, assim posso ler até meu tempo acabar.
Nesse dia, peguei minhas vestes mais simples, nenhum vestido ou coisa do tipo, usava uma calça e bota de couro, blusa de um tecido fino branca e com um corpete também de couro. Já vestida, pulei a janela e fui direto ao celeiro, lá achei minha espada e meu arco-e-flecha, arrumei-os no meu corpo e quando estava prestes a subir no meu cavalo para ir a um de meus bosques preferidos para caçar, Lincoln se aproximou sem que eu percebesse e disse:
-O que Vossa Graça esta fazendo?
-Estou montando!- disse sem ânimo para conversas.
-Mas a Vossa Majestade não deveria estar fazendo seus deveres?
-Dia de folga.- menti. E antes que ele pudesse dizer uma sequer palavra subi em meu cavalo e fui em direção ao bosque.Como eu não ia lá a tempos, acabei me perdendo, e assim indo parar em uma terra que ainda não havia visto. Era linda, todo seu gramado verdinho e pequeno parecia úmido, as árvores e flores eram uma mais encantadora que as outras.
Observando toda aquela vista não percebi que alguns homens estavam a caminho. A tropa era pequena, cerca de 70 ou 80 homens. Um deles desceu de seu cavalo, o representante de seu comandante, supus. E era.
- Quem é você?- disse ele.
- Por que deseja saber quem sou?- respondi não querendo me identificar, nunca havia estado entre o povo, não sei qual seria a reação deles ao me ver, será que gostariam de mim? Claro que ja havia fugido outras vezes mas ninguém sabia quem eu era.
- Identifique-se já!- disse o homem.
-Como pode falar assim com sua...-Lincoln falava quando eu o interrompi lançando um olhar ameaçando-o se não calasse a boca. E mesmo sendo um tapado, graças a Deus entendeu o recado. Como ele pode?! Me seguiu! Trapaceiro! Quase revelou minha identidade.Com receio tirei devagar o capuz sobre minha cabeça deixando que eles olhassem minha face. Todos se surpreenderam, "uma mulher" cochichavam. O homem parado em pé se perde olhando nos meus olhos, tanto que acabei ficando desconfortável.
Percebendo o que havia acontecido o homem desembainha sua espada erguendo-a e diz:
- Alan Muller, representante do capitão, comandante da nossa tropa é o Senhor Carter Marques. E a senhora, quem é?- insistiu.
-Só estava de passagem... Não acho que seja necessário eu dizer quem sou por isso. -disse enquanto pensava. Este nome parece familiar... Carter... Já estava saindo com o meu cavalo quando o comandante me mandou parar. E eu o fiz. Ele chegou mais perto até que seu cavalo estivesse de frente para o meu.
- Ayla? - ele disse.
Espantada olhei para os lados com medo de que alguém tivesse escutado. No nosso reino, ninguém tem o nome igual aos reis e rainhas, isso serve para que possamos os identificá-los.
- Não Senhor. Apenas uma camponesa. - Disse girando meu cavalo e correndo com ele a toda velocidade com medo de ser descoberta.A partir dai tudo passou de uma vez. Ouvi Carter gritando para que me parassem, Alan correndo atrás de mim com sua tropa, e Lincoln berrando para que eu voltasse... Sem saber o que fazer me virei em direção a uma floresta que havia ali perto e por ela segui...
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O Amor é Uma Batalha
RomanceUma garota de 19 anos chamada Ayla Vitti Silverstone, a primogênita do rei de Izis, e consequentemente a futura rainha, passa por várias aventuras e importunos para escolher seu futuro marido. Ayla tem como pretendentes três homens que luta...