Capitulo XI

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Quando acordei estava deitada de qualquer jeito em cima da cama, a janela ainda estava aberta e por ela não passava mais a luz do sol pois já estava de noite. Me levantei bruscamente me fazendo ficar com enxaqueca e uma tontura terríveis. Olhei para os lados, o quarto não estava arrumado. Onde estavam Lucia, Amabile, Beatrice e Marie?

Coloquei minhas pantufas cor-de-rosa clara e tentei lembrar do que deveria fazer. Lincoln... Carter... Alan... Ricardo! Bati na minha cabeça xingando baixo. Abri a porta e sai a procura do quarto de Ricardo. Para acha-lo tive que conversar com três funcionários, duas faxineiras e infelizmente com a mãe dele. Com muito esforço e com algumas mentirinhas ela me contou onde era o quarto. O lugar onde eu estava parada agora.

- Rico? - não tive tempo de dizer mais nada pois ele abriu a porta no mesmo instante. E estava de pijama de bichinhos. Não pude deixar de rir. - Você tinha o mesmo pijama anos atrás. Não sei como ainda serve. - Disse erguendo meu braço para alcançar o topo de sua cabeça.
- Ayla querida, você não pode me julgar... - ele disse apontando para a minha roupa. Eu estava com um roupão de cetim e minhas pantufas. Droga! Fechei os olhos e deixei a cabeça cair enquanto ele dava risada da minha situação. - Todo esse desespero para me achar?
- Você sabia que eu estava te procurando e não foi atrás de mim? Nem ao menos mandou alguém me avisar onde estava! - falei cruzando os braços.
- Não eu não sabia, eu estava dormindo até agora pouco quando acordei com as batidas na porta. Mas pela sua situação eu deduzi o óbvio.
- Ah... certo. - Disse dando um sorriso amarelo enquanto esfregava a nuca. - Que horas são? - Perguntei arregalando os olhos.
- Agora são exatamente onze horas da noite. - Não consegui esconder minha surpresa.
- Eu dormi por sete horas?! - eu sussurrei fazendo-o se assustar.
- Você pode até ser fofa Ayla, mas não se confunda com um urso e não tente hibernar querida. - Falou colocando a mão em meu ombro.
- Já jantou? - Perguntei tirando as mãos dele de mim. Ele balançou a cabeça negando. - Bom, os cozinheiros já devem ter ido descansar a tempos, parece que teremos que cozinhar... Ei! O que sua mãe estava fazendo acordada a essa hora?
- Oh, ela treina. Em qualquer viagem que ela esteja, ela sempre treina à noite. Por isso seu balé é impecável. - Um brilho passou pelos seus olhos antes dele sair me arrastando.
- Nossa! Está com tanta fome assim? - perguntei impressionada com a rapidez dele mesmo me arrastando.
- Chegamos! - ele sussurrou me empurrando para frente dele abrindo uma fresta da cortina vermelha que servia de parede para um palco enorme.
- Você conhece mais desse castelo do que eu. - falei encarando-o com desconfiança.
- O que você acha que eu fazia enquanto estava nas aulas com o Velho? - ele falou rindo. - Agora, olhe. - ele falou virando minha cabeça em direção ao palco.

Nele uma mulher vestida com roupas velhas de bailarina e uma mulher com uma postura perfeitamente ereta e um óculos na ponta do nariz apoiando com as duas mãos um bastão que da sua cintura descia até os pés. Logo reconheci a madame Lucinda, mas a menina... ela tinha uma técnica perfeita, em um de seus rodopios pude reconhecer seu rosto. Marie! Não acredito! Como ela podia ter aula com essa cretina. Me virei lentamente e sem fazer barulho para Rico ao meu lado ele estava sorrindo, parecia encantado vendo Marie. No mesmo momento encarei Lucinda ela parecia satisfeita com o desempenho da minha amiga, se não a conhece-se até diria que estava com um sorriso de canto. Me afastei da cortina e puxei Ricardo. Precisava saber o que estava acontecendo.
- Vamos comer. - Disse antes de virar às costas e ir em direção a cozinha.

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