Falsidade

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Meu relacionamento com Marcos nesses dias estava sendo muito bom, ele é um cara muito carinhoso, não sei como não reconheci essas qualidades de Marcos antes. Minha mãe havia convidado ele para o almoço de domingo em casa, meu pai estava gostando muito de eu estar namorando Marcos, mas é claro que meu pai só estava suportando isso por interesse, ele sabe que a família de Marcos é de uma linhagem social muito superior a nossa.  Estávamos todos sentados a mesa, Marcos estava ao meu lado.

- Filho. - Parece que meu pai quer começar um discurso. - Eu quero te pedir desculpas pelo que fiz com você outro dia, reconheço que minha atitude foi muito machista, até que ter um filho gay não é algo tão ruim assim, ainda mais tendo um genro boa pinta assim como Marcos.

- Eu fico lisonjeado senhor - Marcos fala levando uma garfada de macarrão a boca - Dona Carmen essa macarronada está uma delícia, a senhora é uma ótima cozinheira.

- Obrigada - Ela sorri para ele -    Filho, eu estava conversando com o seu pai, e chamamos o seu primo para voltar para casa. - Marcos engasga com a macarronada.

- Tá tudo bem Marcos? - Me assusto.

- O Ricardo vai voltar a morar aqui? - Ele pergunta.

- Sim - Minha mãe fala sorrindo.

- Com licença - Ele se levanta da mesa com cara fechada.

Eu vou atrás de Marcos, é claro que a notícia de que Ricardo vai voltar a morar aqui em casa me chocou também, ele está com muita raiva de mim por estar namorando Marcos, não sei nem porque ele aceitou voltar a morar aqui em casa, mas se isso for algum tipo de pirraça ou alguma tentativa de estragar meu namoro ele vai ver. Ele sai para fora e encosta no carro fica de cabeça baixa meio triste.

- Oque foi? - Falei me aproximando dele.

- Eu não acredito que isso vai acontecer. - Ele fala me olhando.

- Marcos? Isso não representa perigo nenhum para você, eu não quero nem saber de Ricardo. - Falei tentando consolar ele.

- Você ainda ama ele? - Eu baixo a cabeça e não dou resposta - Me responde André ?

- Amo - Admito.

- Que merda - Ele da um soco no carro.

- Mas isso não quer dizer nada, eu estou com você agora.

- Representa tudo André. - Ele coloca a mão no bolso pegando a chave do carro - Vou embora, diga a seus pais que o almoço estava muito agradavel.

- Não vá. - Seguro em seu braço.

- Depois eu te ligo - Ele fala entrando no carro.

- Tá bom.

Ele entra no carro e vai embora

      ======  Marcos  ======

Essa velha insuportável tinha que fazer isso? Chamar aquele cara para morar de volta com eles? Eu não suporto os pais de André, o gosto dessa lavagem que ela chama de macarrão está na minha boca, não suporto aquele velho interesseiro também, eu só estou fingindo ser bonzinho para eles porque não tenho opção, se não nem naquela casa eu entrava. Quero chegar em casa e tomar um longo banho para tirar aquele ambiente de gente nojenta do meu corpo.

- Olha aquilo ali - Avistei Ricardo com uma mala na mão esperando o sinal fechar para ele atravessar a rua.

E se ele fosse atropelado agora? Assim ele nunca iria atrapalhar minha vida com André e ele seria só meu. Assim que o sinal fechou eu acelerei o carro, eu tinha que fazer isso, mandar esse desgraçado para o túmulo. Fecho os olhos e escuto seu corpo batendo no capô do meu carro, seu corpo foi lançado pra longe. Suas roupas estavam espalhadas pela rua, minha sorte é que a avenida está totalmente deserta nessa tarde de domingo, olhei pelo retrovisor não vi ele se mexer, espero que ele esteja morto.

- Nunca foi tão fácil assim eliminar o mau pela raiz. - Comecei a gargalhar de alegria. - Acho que Adeus Ricardo.

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Que estranho, não tinha porque Marcos ficar com ciúme de Ricardo, eu não tenho mais nada com ele, Ricardo para mim acabou. Voltei para dentro de casa.

- Cadê seu namorado? - Minha mãe pergunta.

- Ele teve que ir embora, disse que o almoço estava muito bom - Sorri sem graça.

- Ele é uma pessoa muito boa André, vai te fazer muito feliz - Minha mãe gostava dele.

- Eu espero mãe.

Ajudei minha mãe retirar a mesa, e lavei a louça para ela. Quando terminei fui para a sala assistir televisão, o telefone de casa toca, minha mãe atende.

- Onde ele está? - Ela pergunta desesperada.

- Oque foi mãe? - Perguntei preocupado.

- Tá bom, já estou indo ai - Ela desliga e olha para mim - Seu primo foi atropelado.

- Oque? - Fiquei sem chão.

- Filho, ele está desacordado, o estado dele é muito grave. - Minha mãe começa a chorar.

Não, Ricardo não, por favor que ele fique bem. Meu coração começou a doer, comecei a tremer. Meu Deus, ajude Ricardo.

Esse Marcos é um monstro pqp

O idiota do meu primo (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora