Anjos às vezes se culpam

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Sam estava sentado, completamente nu, em uma cadeira, enquanto desenhava um certo loiro que ainda dormia em sua cama, sem a mínima preocupação.

A noite de ambos havia sido agitada e quente, muito quente, o que fez Sam perder o sono e resolver desenhar seu namorado, que não usava nada mais que um lençol azul para cobrir suas partes íntimas.

Sam sorriu ao observar os cabelos despenteados de Lúcifer e as marcas pós sexo que havia deixado naquele nele, Sam retratava com exatidão cada marca e cada curva existente naquele corpo.

Eram 5:30 da manhã e mesmo sabendo que teria que deixá-lo sozinho em seu ateliê por algumas horas, ele não conseguia parar de desenhá-lo com admiração, exatamente como um artista que retrata sua musa sem querer respirar, por achar que cada vez que respira perde um instante do tempo que teria para admirar a mais bela das criaturas.

Terminado o retrato, Sam se espreguiçou e se levantou para ir ao banheiro, deixando o bloco de desenhos em cima da cadeira, depois de urinar e de tomar um bom banho para tirar o cheiro de sexo que impregnava seu corpo, ele deixou o ateliê com sua mochila, caminhando lentamente pelas ruas adormecidas de Lawrence, a brisa suave de fim de verão o acompanhava enquanto seu pensamento vagueavam pelas palavras doces daquela carta, um pedido singelo e um declaração de saudade foram suficiente para fazer seu coração apertar.

Ele não gostava de frequentar a clínica, mas por aquelas crianças ele faria de tudo...

- Angel... Angel... ele tá vindo... eu não quelo ir - Lua uma garotinha de 5 anos choramingou enquanto o abraçava. - Não dexa ele me leva

- Não vou - Sam a abraçou firme antes de mandar ela se esconder com as outras duas crianças - Fiquem quietinhos, mesmo se o Banqueiro me bater.

O Banqueiro era um homem cruel com quem Sam teve de ficar durante 2 meses como ato de punição por ter fugido da Dama Escarlate e ainda ter causado a morte de Haley. Deixado com um homem que julgava as crianças de acordo com a quantidade de moedas que recebiam; ouro, prata e cobre, essa era a sequência de moedas que cada cliente dispunham e é claro que cada uma possuía um valor específico, a de cobre por exemplo custava mil dólares, enquanto a de ouro custava um milhão.

A única diferença entre o banqueiro e a dama E. era que, ele permitia que as crianças fossem embora, desde que elas conseguissem adquirir 100 moedas de ouro e não mais de 2 moedas de cobre, pois 3 moedas de cobre significava uma morte incrivelmente lenta e doloroso.

- Lua? Onde está você querida... o policial bonzinho quer te ver de novo...

Sam olhou para aquele homem por debaixo dos cabelos compridos, ele estava encolhido contra a parede, choramingando de dor, Sam tentava ao máximo proteger aquelas três crianças, pois queria evitar que elas tivessem o mesmo destino que Sofia teve nas mãos da Dama Vermelha.

- Onde está aquela garotinha imunda - O banqueiro gritou antes de agarrar os cabelos de Sam e o arrastar até o meio da sala - Você a está escondendo de novo seu porco imundo? Se você fosse meu Angelo... ah eu já o teria matado por esconder minhas crianças, não me importo se você até hoje não recebeu nenhuma moeda de cobre, sua desobediência seria o bastante para que eu acabasse com você...

Com rapidez ele jogou Sam contra o chão, só para depois colocar o pé em seu rosto forçando o mesmo contra o piso de concreto, Sam já esperava pelo primeiro chute, mas mesmo já esperando essa reação, isso não diminuiu em nada a dor que sentiu

- Posso até não te matar, mas posso te deixar sem sua preciosa droga, vamos ver quanto tempo você aguenta sem sua dose diária, antes de começar a se contorcer de dor - O homem sorriu enquanto puxava o rosto de Samuel para cima com brutalidade - Onde estão minhas crianças?

Histórias e Memórias de Sam Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora