Capítulo 8

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Tyler

— Ah vamos lá, cara, está tão acabado assim que nem aguenta mais uma noite de bebedeira com seu velho pai aqui?

Eu costumava chamar meu pai de velho, mas de velho ele só tinha os números na idade. Ainda tinha o mesmo porte atlético de anos atrás e a disposição também, e sempre que eu tirava algum tempo para passar aqui com eles ele vinha com essa ideia de sairmos para beber.

— Ok, vamos lá, mas vou logo avisando que não vou carregar nenhum velho mamado para casa.

— Me respeita moleque, fui eu quem te ensinei a beber e a como pegar em peitos.

Minha mãe revirou os olhos, se divertindo com nossa falsa discussão.

— Só não voltem para casa muito tarde, hoje ainda é terça-feira.

Beijamos sua cabeça e fomos nos trocar. Tínhamos acabado de tomar um drinque após o jantar. Jullie havia dormido assim que terminou a sobremesa, e assim que a coloquei na cama meu pai começou a me torrar com a ideia de irmos para algum bar. Eu não estava com muita cabeça para isso, amanhã seria o dia do teste final de Camille e não conseguia entender o motivo, mas uma ansiedade estava me deixando inquieto.

Acredito que devia ser alguma reação do meu corpo com a realização do antigo desejo de ter uma parceria fixa que era tão boa quanto Jess quando atuava.

A reação se manifestou em forma de uma espessa e maciça ereção quando me despi para uma ducha rápida. E como se minhas mãos tivessem vida própria, antes mesmo que eu pudesse sequer pensar, elas já estavam se movendo freneticamente para cima e para baixo, enviado imagens diretas ao meu cérebro, de uma Camille ajoelhada abocanhando meu pau por inteiro, fazendo aquela coisa dela com a mão na base. Quando as lembranças daqueles olhinhos amendoados encarando-me manhosamente me atingiram, porra esguichou para longe do meu alcance, pintando o vidro do box de branco.

Mesmo após o orgasmo meu pau ainda estava duro.

Frustrado por não entender, pela primeira vez desde que descobri para que servia aquele mastro ereto que não queria por nada molificar, o que ele queria, sai do banheiro e troquei de roupa.

O que eu estava mesmo precisando era de muitas doses de rum e gin. E duas mulheres para encerrar a noite.

*

O bar do Carl era conhecido por ser um lugar que aparentava ser um estabelecimento comum onde a maioria dos funcionários das grandes empresas vão para um happy hour, mas, o que só os frequentadores mais antigos e seletos sabiam era que havia um segundo andar naquele bar rústico com mesas e cadeiras de madeira bruta e que sustentava quadros com fotos de bebidas e mulheres semi-vestidas de cowgirl. O segundo andar era um lugar mais privado, havia quartos simples e outros que ofereciam, para quem gostava de observar, uma excelente visão de tudo que acontecia lá dentro.

Minha mãe nunca se opôs ao fato de virmos para cá, desde que meu pai ficasse apenas no andar de baixo. A confiança que ambos tinham para com o outro era algo que eu admirava tanto, e sempre levaria comigo. Assim como todos os outros pequenos gestos que aprendi com meu pai e que fazem ser o homem que sou.

Entramos pela porta do bar, eu queria ir direto pela porta dos fundos e subir para o segundo andar, porém, em primeiro lugar havia saído de casa para passar algum tempo com meu velho, então era isso primeiro. Foda-se se meu pau ainda estava semiereto.

— O que vai ser hoje, parceiro? — Donald, o barman questionou assim que nos sentamos nos bancos altos perto do bar. Gemi, ficando ainda mais puto. Nunca imaginei que a porra da palavra parceira, esteja no feminino ou não, pudesse me deixar excitado.

Caralho, eu estava ficando maluco. Era a única forma de colocar aquilo tudo que estava sentindo.

Por um instante, travei. O mundo a minha volta silenciou e eu só conseguia ouvir meus pensamentos que me levavam para uma realidade alternativa onde eu era um ninfomaníaco perseguidor, louco e doente, fascinado por Camille.

Certa vez minha mãe me abordou após uma gravação, assim que cheguei em casa lá no começo da minha carreira de ator pornô.

— Vem cá, filho vamos ter uma palavrinha. — Eu nunca tive apresso por aquela frase. Sabia que sempre que a ouvia um sermão viria a seguir. Sentei-me ao seu lado no sofá e esperei que ela continuasse:

— Sabe, eu me orgulho muito de ver que está enfrentando tudo como um homem, mas, já parou para pensar se esse emprego é mesmo o certo para você? Se é o que realmente quer fazer a sua vida toda? Você sabe que por mais que o mundo evolua ainda existe muitas pessoas que não veem com bons olhos as pessoas que escolhem este seu ramo de trabalho. Você ainda é novo, e se, aos 30 anos não quiser mais ser um ator pornô e não conseguir mais arrumar um emprego descente por conta da fama que isso deixará em sua vida?

Naquele dia eu pensei muito sobre aquilo tudo. Mas a resposta que eu chegava era sempre a mesma, seja qual fosse a forma que eu interpretasse as palavras da minha mãe: Sim, era aquilo que eu queria. Tinha em mente abrir uma poupança e economizar o máximo que pudesse, assim, quando eu não mais quisesse gravar, teria o suficiente para cuidar de Jullie e abrir algum negócio próprio até me aposentar. Quando a procurei, mais tarde naquele mesmo dia e lhe disse minha resposta, ela emendou:

— Tudo bem, vou apoiar você qualquer que seja sua decisão. Mas quero que pense também que esse mundo é perigoso. Rola muitas drogas, bebidas e tem também o perigo de DST's. O sexo por si só já é uma droga, filho, não quero que se torne um dependente disso, então, quando achar que está se envolvendo demais, fale comigo, não deixe que esse trabalho e tudo que vem com ele domine você.

Camille estava me dominando. A expectativa de sexo com Camille estava me dominando. A ideia de trabalhar, fazendo sexo com Camille estava me dominando.

— Filho? — A voz do meu pai e o aperto que me deu em meu ombro me fez estremecer. — Está tudo bem? Você está meio branco.

Balancei a cabeça afirmativamente e me virei para Donald:

— Rum, mas não quero dose, traga logo a garrafa — Meu pai tossiu um arquejo e Donald levantou os dois polegares em apoio.

— O que aconteceu? Você ficou fora do ar por uns três minutos e agora volta querendo entrar em coma alcoólico? Não pense que só porque tem mais de 20 anos que não mando mais em você, moleque — Ele falava sério ao mesmo tempo que queria me caçoar.

— Não foi nada, só tive uma lembrança. E isso em nada tem a ver com eu pedir a garrafa, é só para não ficar chamando o Don toda hora, o bar está cheio.

Ainda me encarando com desconfiança ele apenas assentiu, Don trouxe a garrafa e eu virei logo meio copo de uma vez. Precisava parar de pensar nas palavras: parceiros e dominados, e encontrar uma forma de fazer o meu pau amolecer.

Meu pai pediu uma tábua de frios e comemos alguns petiscos enquanto entornávamos nossas bebidas. Não sabia ao certo o quanto da garrafa havíamos consumido, pois era meu pai quem estava nos servindo, mas deveria ter sido o bastante e com certeza já era hora de ir embora, porque ao longe eu ouvi uma gargalhada seguida de conversas alteradas que fez meu pau pulsar como um louco dentro das minhas calças.

Eu estava meio bêbado, dominado e completamente fodido.

Take 2 - Segundo livro Trilogia Estrelando o Amor - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora