O sol tinha nascido, era uma manhã clara e quente como uma manhã de verão. Uma grande surpresa porquê por dias só chovia. Porém nem tudo estava bom. As pessoas da vila acordaram com uma notícia que temiam escultar desde que Pett voltou do seu primeiro dia de caça. Com os caçadores voltou um menino solar. Todos tinham saído de suas casas naquela manhã e ido em direção ao campo onde os caçadores se concentravam para se prepararem para a caça a noite. E onde, quando voltavam da noite de caça, separavam os alimentos e distribuíam para a população. Já havia uma grande quantidade de pessoas ali, a maioria delas discutindo em voz alta. Era de fato uma grande confusão.
Henry estava muito assustado, estava dentro de uma espécie de jaula dentro de uma cabana em um campo olhando toda a aglomeração de pessoas que discutiam e gritavam em frente ao lugar onde ele estava. Mas o que mais lhe assustava era que todas aquelas pessoas tinham olhos verdes. Aquilo lhe apavorava de um modo inimaginável. Estava cercado por selvagens, sanguinários e horríveis pessoas, se é que poderia chama-los assim, pessoas. Estava esperando a qualquer momento que alguém entrasse pela porta e arrancasse seus olhos como as pessoas contavam."Que burrice" - pensou - " Como eu pude sair pra caçar anoite, agora sim minha família vai morrer de fome. Eu nunca vou voltar e ainda vou ser morto. Deveria ter escutado mais as histórias".
Um homem muito grande e forte apareceu do lado de fora da cabana de frente as pessoas. Ele parecia ser uma espécie de líder, presumiu Henry. Tinha cabelos negros e duas especies de tranças que ficavam nas extremidades da sua cabeça e desciam até a altura do ombro. O resto do cabelo era preso atrás da cabeça. Tinha cicatrizes no rosto e nos braços, provavelmente tinha pelo corpo todo. E o seu rosto era bastante severo, mas era uma mistura de compaixão com dureza.
-- Silêncio! - Gritou o tal homem. As pessoas pararam de gritar uma com as outras e prestaram atenção nele. - Como vocês sabem, encontramos um menino Solar na floresta.
-- Já esta se tornando algo natural isso por aqui. Todo mais novo trás um. - A voz de um outro homem foi ouvida no meio do povo e algumas pessoas deram risadas debochadas.
-- Há outro? - Henry se perguntou baixinho enquanto ficava de ponta de pé para ter uma visão melhor do que acontecia lá fora por uma pequena janela.
-- O garoto Cairo não trouxe o garoto solar para a vila, fomos nós, caçadores que o trouxemos. Ele só nos alertou de que havia alguém que não era um de nós dentro da montanha como manda as regras. Agora, todos vocês se acalmem e...
-- Deveríamos mata-lo – A voz de uma mulher soou. Henry se abaixou instantaneamente quando escutou aquilo, como um reflexo involuntário.
-- O garoto matou um cervo, temos que mata-lo. - Escultou-se grande alvoroço no meio das pessoas, o coro para que matasse Henry aumentou ainda mais depois dessa informação. Mas Henry não intendia o porque de tanto espanto em matar um cervo estúpido.
-- Não!! - Gritou um garoto no meio do povo e foi para o lado do homem que falava. Era o garoto que tinha encontrado ele na floresta. - Não podemos matar ele!.
-- Cairo volte já aqui! - Gritou uma mulher, " deve ser a mãe dele", Henry pensou.
-- Não podemos matar ele, ele é só um garoto. Ele pode ter se perdido e caído lá por engano. Não é só porquê ele estava lá que ele estava nós procurando ou tentando nos matar. - " Eu? tentando matar um dele? São eles os assassinos, não eu!" Henry pensou.
-- Cairo, é muito grave o que ele fez, ele não pode sair impune por causa disso, foi um cervo. E além de tudo agora ele sabe que existimos e onde estamos. Não podemos deixar ele ir. Temos que mata-lo! - As pessoas bradavam toda vez que escutavam falar de matar o garoto, Henry por um momento se viu torcendo pelo menino de olhos verdes.
YOU ARE READING
Ascensão
MaceraUm garoto é achado na floresta, de novo. Quando uma sociedade inteira se limita a poucas pessoas elas tem que ficar escondidas. Não é seguro lá fora, fora da montanha. Quando um menino solar encontra um menino lunar tudo mudará, para sempre. E o che...