1ºCapitulo

2K 110 1
                                        

A minha caneta batia ritmicamente na mesa e a minha cabeça estava em todo lado menos na aula de matemática. Estou farta de estar encalhada na secundária, sinceramente o 12º de matemática é o mesmo que ler um livro sem palavras. Ninguém entende nada.

Eu gostei de matemática até ao início deste ano. O meu professor não sabe dar aulas e faz com que rabiscar o meu caderno seja mais interessante do prestar atenção.

Quando o meu nome foi chamado um remoinho de cabelos loiros poisou na frente dos meus olhos, tentei passar o cabelo para trás da cabeça enquanto olhava para o professor zangado á minha frente.

-Miss. Johnson as sua notas estão a descer radicalmente.

Ele abanava as folhas de um teste á minha frente e eu optei pela via do silencio. Não valia a pena discutir. Enquanto Mr.Cross fosse meu professor eu não iria ter mais de sete.

Ele deixou cair as folhas em cima da minha mesa, e o sete estava lá. Eu tinha tirado outra negativa, e eu ia acabar a chumbar se não mudasse radicalmente as minhas notas.

A campainha tocou e vi a Jules ao fundo do corredor. Não que ela fosse a minha única amiga, mas ela conseguia ser tao infantil quanto eu, e isso agradava-me muito.

-então Connie?- ela perguntou enquanto virávamos para o pátio.

O frio de março chacoteou-me a pele e fui obrigada a puxar o cachecol mais para cima. O meu cabelo espalhou-se á minha volta e fui obrigada a puxar um elástico para o prender no rabo-de-cavalo. Mesmo com o frio é a única forma de ver alguma coisa.

-tudo bem.- suspiro.

-tiras-te outra negativa?- ela ri.

-não entendes, a minha mãe vai obrigar-me a arranjar um explicador.- Choramiguei e inclinei-me sobre ela.

Eu era alta fazendo a Jules ficar enterrada quando me inclinava sobre ela. Era uma coisa engraçada que fazíamos. Eu adoraria ser mais baixa, talvez isso fizesse o meu professor de matemática não reparar na miúda pernas de alicate ao fundo da sala.

-têm calma. Imagina, podes ficar com um explicador velho, e surdo que te dê bolachas se fizeres tudo.- ela ri na minha cara.

Dou-lhe um encontram e tento pensar em como vou esconder isto á minha tenaz mãezinha. Continuo o resto do intervalo calada a olhar para as minha botas. A Jules não diz mais nada, estando mais absorvida no seu telemóvel e no seu novo namorado.

Vou chutando as pedras do pátio enquanto tento pensar numa boa forma de contar á minha mãe que tive outra negativa. Talvez um explicador não seja tao má ideia. Talvez eu ainda consiga passar de ano e ir para a faculdade para o ano.

-tenho literatura agora, até já.

Vejo a Jules ir em direção ao pavilhão das línguas enquanto eu fico parada em frente ao meu pavilhão branco e imponente.

A campainha ainda não tocou quando me encontro com alguns dos meus colegas de turma. O Louis é o mais velho na nossa turma, e já chumbou duas vezes a físico-química A, ele é bonito, alto, e tem uns olhos azuis tão claros que parecem água.

Caminho até ele, ele é bastante bonito, e seu eu não fosse tão…eu, poderia vir a atirar-me a ele.

-olá Connie.- Ele diz quando eu paro perto dele.

-olá Louis.- Agarro a minha mala no meu ombro com mais força.

-então?- ele sorri.

-então?- sinto as minhas bochechas queimarem.

Soul MatesOnde histórias criam vida. Descubra agora