II

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          Caminho pelo jardim das casa, sentindo o cheiro de todas as flores. Cento em um banco e começo a ler um livro. Escuto um barulho.

-Tem alguem aí? - pergunto querendo ouvir nada.

      Começo a seguir o som. Estava entre os arbustos. Um gatinho... Ou melhor, uma gatinha.

-Olá, amiguinha. Está perdida? - ela era branca, meio cinza, seus olhos eram... Roxo? - Seus olhos são lindos. - ela mexe a cabeça querendo assenti.

          Ela começa a correr, mas para e olha em minha direção. A sigo. Adentramos o bosque até chegar em uma cabana, ao seu redor várias plantinhas coloridas.
          Quando procuro novamente a gatinha some. Olho ao redor e reparo em uma coisa brilhante. Chego mais perto e percebo que é uma chave. Muito bonita por sinal. A chave era dourada, com detalhes em formato de folhas e uma pedrinha verde. Aquela chave era linda. Vejo a porta da cabana e reparo que era do mesmo tom de dourado e tinha os mesmo detalhes.
          Eu ia colocando a chave quando a gatinha se esfrega no meu vestido, vejo que ele estava muito sujo.

-Sente fome? - ela afirma do jeito dela. - Venha comigo.

          Seguimos de volta para casa, fui para a cozinha pegar leite e depois fui aobmeu quarto. Coloquei o leite na janela e a gatinha começou a tomar.

-Como será seu nome? - ela me olha, depois olha o quarto e pula encima do livro da Pequena Sereia. - Seu nome é Seria? - ela nega - Pequena? - ela nega novamente - Ariel? - ela me olha e assente. Ariel. Bonito nome.

          Ela volta para a janela e bebe o leite.

-Não quer ficar aqui? - ela olha para o lado de fora - Entendi... Tem seu lar lá fora. Mas quando quiser, pode vim me visitar.

          Ela passou o resto do dia comigo. Me fez companhia, e isso era muito bom. Coloquei a chave em uma caixa e decidi que amanhã eu iria para a cabana. Tinha algo estranho lá.

-Gatinha... Digo, Ariel. Você acha que tem algo naquela cabana? - ela me olhou e bem no fundo dos olhos dela vi algo.

          Meu pai me chama, deixo a gatinha no quarto e vou para a sala.

-Sim, papai.

-Filha, eu quero te apresentar uma pessoa. Esse é Heliotte. Seu pretendente.

-C-como?

-Oh! Tadinha, está pasma porque vai casar com o melhor partido daqui!

-Papai, tinha que ser ele? - falei com um pouco de nojo.

          Heliotte tem sua beleza, muitas meninas gostariam de casar com ele por sua beleza ou riqueza. É só isso que sei sobre ele: Heliotte é bonito e rico. Não há nada além disso... Ah! Claro, ele é esnobe...

-E você, Alana? - meu pai me chamou - Quer que seu casamento seja aqui ou na mansão dele?

-Oi? Não entendi...

-Oh! Que tolinha! -Heliotte fala rindo - Tão desatenta. Estamos falando do nosso casamento, querida. - ele pega na minha mão.

-Ah,claro... Mas, papai, sabe que eu pretendo casar mais tarde... Estou nova.

-Filhinha. Eu sei disso. Você se casará aos dezoito.

-Papai! Isso ainda é cedo!

-Filha! O Sr. Theybs não vai te querer para sempre! E eu sou seu pai! Você me obedecerá enquanto morar nesta casa! - ele grita, com raiva.

-Tudo bem! Faça o que quiser! Mas eu não irei me casar aos dezoito e nem com esse... Esse... Esse metido a galã! - falei no mesmo tom que ele.

          Fui para meu quarto e me joguei na cama. Olhei para a janela e vi o leite da Ariel.

-Ariel? Ainda está aqui? - falo entre lágrimas - eu preciso de você! Por favor...

          Choro com odio da situação. Amo muiti meu pai, mas ele é muito controlador. Ele era mais calmo... Antes da mamãe morrer... Mas agora, ele está rude.
          Pego uma roupa mais confortavel, tiro o salto e os adereços dos vestidos e me deito para dormir. Hoje não sairei do quarto.

Entre Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora