XI

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          Após uma hora tudo estava pronto. Mas eu não sabia exatamente que horas eram do outro lado. Louis iria me encobrir, mas se eu demorasse podia acontecer diversos maus entendidos. Não podia fazer ele passar por isso tenho que ir. Puxei a manga de Ariel para chamar sua atenção.

-Eu preciso ir. - falo no seu ouvido.

-Espere, antes venha no meu quarto. Tenho algo para te dar.


          Fomos até o quarto dela. Ela me entregou um colar. Um colar com um pingente um pouco diferente e simples, mas muito delicado e bonito. A pedrinha do colar parecia feita de vidro e por dentro parecia que havia um pedaço do universo.

-Caso entre em alguma encrenca aperte o pingente e fale meu nome. - olhei bem para o colar.    

-Não entendi...

-Este colar permite que nos comunicamos. 

-Como achou essas pedrinhas? 

-No rio daquele bosque em que você aparece sempre. Lá é o melhor lugar para achar artefatos mágicos. 

-Entendi... Mas qualquer um pode encontrar? 

-É bem difícil achar uma. Ela fica enterrada na areia do rio, junto com outras pedras. - ela pegou outro colar como o nosso.

-Outro colar? 

-Sim, para seu amigo. Para vocês se falarem enquanto estiverem longe.

-Muito obrigada! - a abraço.


          Caminho em direção a saída daquele mundo. Ao olhar o redor vejo tudo como estava antes. Volto para casa.

-Onde está Louis? - pergunto ao primeiro empregado que vejo, que no caso foi Ana.

-Ele está no jardim. 

-Obrigada.

          Corro para seu encontro. Ele estava de costas para mim. Coloco minhas mãos em seus olhos.

-Quem é? - ele pergunta desconfiado.

-Adivinha. - falei perto de seu ouvido, o mesmo se arrepiou.


          Ele põe as suas mãos na minha, ele faz algum tipo de carinho. Então, senti seu sorriso.

-Alana, eu conheço suas mãos macias. Eu não caiu nessas brincadeiras.

-Chato... - tiro as mãos dos seus olhos - Não tem graça brincar com você...

-A culpa não é minha se te conheço.

-Eu tenho algo para te dar.

          Entrego em suas mãos o  colar. Digo do que ele pode fazer. 

-Que incrível! Percebeu que parece com uma Opala Negra? Mas, ela tem um brilho a mais.

-Ainda não tinha percebido... Você entende muito de pedras, certo?

-Já trabalhei com elas. Eu ainda tenho algumas no meu quarto.


           Aquela conversa me lembrou de uma aposta. 

-Eu preciso da sua ajuda. - falo séria.

-Então fale.

-Eu não precisarei casar com Heliotte. Mas isso só acontecerá se eu conseguir salvar a minha família.

-Entendo... E como eu seria útil? 

-Essas suas pedras te alguma valiosidade? Eu sei que é pedir de mais... Mas eu preciso de ajuda.

-Elas tem algum valor sim. Mas são poucas... Será que a Ariel pode te ajudar com isso?

-Não sei. Ela trabalha no castelo, não acho que ganhe muita coisa.

-Ela não sabe usar a magia? Pois então, ela pode te ajudar de alguma forma.

-Talvez. Mas deve ter regras que impeça isso. 

-Ou não. Isso pode ser mais fácil do que você pensa!


Entre Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora