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          Louis olha para todos os lados e depois para mim.

-Onde estamos? Porque estamos aqui? Como viemos parar aqui? E por que você está rindo de mim?

-Eu te disse que não estava mentindo! Agora vamos voltar. Antes que algo aconteça!

-Não! Esse lugar é lindo. Vamos ver esse tal reino!

-Não podemos. Se algum guarda me vir eu terei que ir para o castelo.

-Tinha esquecido disso. Então, não poderei conhecer esse lugar?

-Por enquanto não. Tenho primeiro que falar com Ariel.

-Essa é a parte mais inacreditável dessa história toda... Uma gata que mora em um universo paralelo, que na verdade é uma garota da sua idade que é descendente de um feiticeiro poderoso. E que ainda por cima trabalha para um príncipe mal educado.

-Loucura, né?

-Mas é claro que é! Isso tudo é loucura! Nós estamos em um mundo desconhecido! Sem nada!

-Precisamos voltar. - falo quando escuto um barulho, mas ele continua falando - Vamos embora, Louis. - uma sombra aparece em meios as árvores - Louis! Cale-se e vamos embora! - um tipo de felino preto e grande pula das árvores e fica nos olhando, pego a chave e destranco a porta e abro - Vamos entrar sem movimentos bruscos.

          Andamos em passos pequenos. O felino ia quase atacando a gente, mas conseguimos sair a tempo.

-Acredita em mim agora? - falo quando sentamos em um banco no jardim de casa, depois de correr até aqui precisava me sentar.

-Eu quase fui atacado por um animal! - ele se queixa.

-A culpa foi sua por ter duvidado da minha palavra. Espero que nunca mais isso se repita. - brinco.

-Nunca mais. Quero viver por mais anos. Mas, se você ficar indo e voltando, como vai disfarçar?

-Eu não sei... Mas, você vai me ajudar, certo? Vai me encobrir quando eu for, certo?  - faço uma carinha fofa que uso quando preciso de um favor, por sorte, Louis não resiste.

-Você joga sujo! Sempre faz essa carinha de criança... Herdou essa chantajem da sua mãe? - ele me olha, não consigo esconder a tristeza no olhar - Me desculpe... Eu não quis dizer que sua mãe era chantagista. É que vocês são idênticas... E imaginei que a maioria das suas manias viessem dela.

-Não tem problema. Eu entendi o que quis dizer. Mas ela faz falta. Mesmo que eu não me lembre muito dela sei que eramos quase idênticas...

-Me desculpe a pergunta. Mas você tinha quantos anos quando ela morreu?

-Treze. Treze anos. Na época falaram para meu irmão que ela foi viajar para um lugar bonito. - lágrimas rolavam no meu meu rosto - Um tempo depois explicaram o que realmente acontecido para meu irmão. Quando o vi chorando a dor que estava menor voltou mais forte.  - Louis me abraça.

-Por favor não chora. Suas lágrimas são como facas sendo jogadas em mim. Eu não queria te fazer lembrar disso. - ele fala sem me soltar.

-Obrigada por me fazer sentir que se importa comigo.

-Eu me importo. Me olha. - ele fala me soltando - Eu me importo com você! E por me importar tanto com você acabo tendo os melhores momentos. E é por isso que...

-ALANA! ONDE ESTÁ? TEMOS QUE CONVERSAR! - meu pai grita interrompendo Louis.

-Pode ir. Outra hora conversamos.

-Mas, você ia falar alguma coisa...

-Não tem importância. Pode ir.


          Ando em direção a porta e me encontro de cara com o crápula. Me sento e escuto o que meu pai tem a falar.

Entre Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora