IV

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           Depois de meses de preparo e de diversas visitas daquele homem, o meu baile de debutante chegou. Todos o empregados ou a maioria estavam cuidando ou de mim ou da festa. Eu estava animada com a festa mas queria que aquilo terminasse logo. Nesse tempo fiz amizade com um dos empregados Louis. Ele é muito simpático e educado, algumas vezes nós iamos caminhar depois do jantar. Meu pai não gostava daquilo, mas eu o ignorei. Eu estava a frente de um espelho, vestida como uma princesa.

-Você está muito linda, irmã. - James fala.

-Sério? - pergunto feliz.

-Não, você parece um bolo! - ele riu - Está cheia de laços e essas outras coisas!

-Seu monstrinho! - falo quase pulando encima dele.

-Não fica assim. Ele não sabe o que é uma garota. - Louis fala com um sorriso encantador. - Você está linda!

-O-obrigada. - falo desconcertada. - Você também está lindo.

          Louis não tinha jeito de empregado, estava mais para príncipe. Seu cabelo era cacheado, seus olhos castanhos e era extremamente encantador. Ele era o único da casa que sábia de Ariel e da cabana, muitas vezes ele pediu para entrarmos na cabana mas sempre algo acontecia.

-Bem, Alana, tenho que terminar de arrumar o salão. Ah! Seu... - ele respira fundo - Seu noivo está a sua espera. - ele fala com repulsa.

-Diga a ele que não vou falar com ninguém até a hora da minha entrada.

-Sim senhora, princesa. - ele fala piscando.

          Volto a minha arrumação. Longos minutos depois estou pronta. Espero a minha deixa e entro no salão, todos olham para mim.
          Heliotte oferece a mão para caminharmos mas eu passo reto, o ignorando. Se hoje é meu aniversário farei o que eu quiser. Ele vai até a mim.

-Querida, tenho que lhe falar algo. - ele fala com sua simpatia fingida.

-Não quero saber de nada que não seja sobre essa festa. Agora saía da minha frente.

          O empurro para sair do meu caminho e vou falar com os convidados. Falo com todos. Estava adorando a festa, mas inesperadamente, Heliotte chama a atenção de todos.

-Senhoras e senhores, quero pedir silêncio de todos! Pois agora farei o maior pedido da minha vida! - ele se ajoelha na minha frente, palhaçada - Você quer se...

-NÃO! - o interrompo - EU NÃO VOU ME CASAR OU SEJA LÁ O QUÊ QUE ME PEDIR! E QUER SABER? CANSEI DESSA PORCARIA DE CASAMENTO ARRANJANDO! ESTÃO VENDO ESSE HOMEM? - aponto para aquele crápula - ESSE HOMEM NÃO VALE NEM UM MOEDA DAS MUITAS QUE TEM! - olho para ele com nojo e depois vejo meu pai me esganando com os olhos, todos estavam olhando para mim.

          O medo e a raiva me consumem. Ando até a porta da casa e quando estou  parcialmente longe começo a correr. Vou para o único lugar onde ninguém, fora Louis, irá me encontrar.

-Ariel! Está aqui? Eu não quero ficar sozinha! Por favor...

          Incrivelmente começa a chover. Percebo que minha única saida é a cabana. Estava a noite, ficar aqui fora era perigoso. Então pego a chave dorurada e abro a porta. De olhos fechados corro para dentro da cabana e acabo caindo e desmaiando.

          Abro os olhos com lambidas. Abro os olhos lentamente. Vejo que quem me lembe é Ariel. E que aquela não é a cabana.
           Na verdade, eu estava em um tipo de casa de flores. Era bonito, mas tenho certeza que não é eficaz a nada. Ariel vai até a abertura da casa, eu a sigo. A minha visão aos poucos se acostuma com a luz e então vejo que estou em um tipo de clareira.

-Onde estou? - faço uma pergunta que não será respondida por Ariel.

-Está na minha casa. - uma voz feminina fala.

Entre Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora