XII

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          Fiquei pensando um pouco, será que isso  é possível? Será que ela poderia me ajudar? Pego no colar, falo seu nome e um brilhinho da cor da pedra, ouço a voz dela. Tento me afastar de todas as pessoas. 

-Alana? O que ouve? - ouço a voz dela.

-Eu precisa tirar uma dúvida. Tem como vir aqui? 

-Sim, já estou indo. - o brilhinho some.


          Pouco tempo depois ela aparece em sua forma de gatinha. Pego ela no colo e a levo para meu quarto. Explico a situação para ela. Mas, um detalhe me impedia de ouvir sua resposta: agora ela miava. Então peguei uma folha e escrevi "Sim" ou "Não". Fiz perguntas relacionadas ao meu problema e ela respondia colocando a patinha em uma das palavras. Formulando as respostas dela eu descobri que ela podia me ajudar, mas ela não tinha energia suficiente para nosso plano. Existia feitiços de multiplicação de objetos, isso seria nossa resposta, mas para esse feitiço ela teria que seguir um tipo de receita. Isso não era difícil, difícil será conseguir os ingredientes.   

-Você consegui me dizer quais são eles? - pergunto, ela coloca sua patinha na palavra "Sim" - Que bom. Você precisa de algo do seu mundo? - ela dá a mesma resposta - E desse mundo? - ela novamente responde "Sim" - São muitos ingredientes? - ela responde "Não".

-Querida, está falando sozinha? - como ele ousa entrar no meu quarto sem permissão?

-O que faz aqui Heliotte?

-Sabe que é falta de educação responder pessoas com mais pergunta? 

-Sabe que é falta de caráter entra no quarto de uma mulher sem permissão? - ele me tira do sério - Eu não lhe dei permissão para entrar, então feixe saia do meu quarto e tente de novo.

-Vejam só! Como... - o interrompo.

-Vá e tente de novo. - ele se dar por vencido e sai, ele bate novamente na porta.

-Posso entrar? 

-Não, você não pode entrar. -  corro e tranco a porta, ele tenta abrir.

-Faça-me um favor! Deixe eu entrar! Agora! - ele bate mais forte.

-Depois conversamos... Preciso cuidar desse problema. - falo em voz baixa.


          A gatinha saiu do quarto. Abri a porta e dei um sorrisinho sínico. Ele responde com um olhar de ódio. 


-Por que trancou a porta? - ele praticamente grita.

-Eu estava fazendo coisas importantes. - olho ele nos olhos.

-E o que era tão importante que é escondido? - ele fala continuando com raiva - Estavam com aquele empregado, estou certo?

-Eu não estava com ninguém! E mesmo que estivesse não te devo satisfações! - falo apontando para ele. 

-Saiba que ainda tem que se casar comigo. - ele solta um sorriso falso - Sua família não será nada sem esse casamento! - ele debocha -  Ah! Caso não se case comigo e sua família falir, pode trabalhar na minha casa! Imagine você lavando as escadas! Ou arrumando minha cama! - ele gargalha - Vai ser animador! Você me obedecendo, fazendo tudo o que eu mandar... - ele para e se aproxima de mim. Vejo algo em seus olhos e isso não era bom. Nada bom...

-Saia daqui! Seu monstro! 


          Ele me olha e chega mais perto. Eu não vou mentir, tenho medo dele. Ele pegou meu braço e me joga na cama.

-O QUE ESTÁ FAZENDO COM ELA? - alguém grita da porta que estava aberta - SAIA DESSE QUARTO AGORA! - era Louis.

-LARGUE MINHA IRMÃ! - eu não acredito, James via tudo aquilo.


          Louis pega aquele homem pela roupa e o leva para fora do quarto. James me abraça forte. 


-Calma, não chore. - eu não sabia que as lágrimas escorreriam até James falar - Eu prometo que ele não irá fazer nada com você. - James tinha apenas 12 anos, mas quando se tratava de me proteger, ele parecia um homem adulto. 

-Alana, o que aconteceu? - Louis fala ao voltar ao quarto - Ele te fez alguma coisa? Te machucou? 

-N-não... Eu não entendi o que foi aquilo... Ele começou a falar várias coisas e me jogou na cama... Por favor não contem nada ao papai. Heliotte pode ser minha única salvação!

-Salvação? Sabe lá o que podia ter acontecido! - James adverte.

-Isso é verdade, Alana... Ele não é salvação, ele é a sua perdição!

-Eu sei... Mas...

-Mas nada. Nós temos o nosso plano, iremos conseguir!

-Espero...


          Estávamos todos abraçados, percebi que eles irão sempre me proteger. Sempre.




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Meus amores, os capítulos irão demorar mais, porque só posso usar o computador nas sextas e fins de semana. Eu usava o celular para escrever, mas pelo computador é melhor - na minha opinião. 

Beijinhos e até a próxima!

Entre Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora