Geralmente, quando escrevo textos ou inicio outros estudos, deixo para discorrer sobre a questão da moralidade no clímax da controvérsia entre as duas grandes cosmovisões, criacionismo e evolucionismo. O autor do livro que iremos estudar já começa com artilharia pesada. Usa, logo de início, uma afirmação aparentemente desconcertante que "desmascara" a tendenciosidade da religião. Eu não começaria diretamente com o tema da moralidade, mas não estamos aqui para falar sobre como ele organizou o texto...
O argumento moral se resume nas seguintes premissas:
1- Se existem valores morais absolutos, Deus existe.
2- Existem valores morais absolutos.
Portanto...
3- Deus existe.
Mas afinal, por que a existência da moral depende incondicionalmente da existência de Deus? Por que cada um não pode citar sua própria moral segundo sua consciência? Simples, porque não existem valores e atitudes que possam ser universalmente boas ou más se Alguém que esteja acima das interpretações e entendimentos muito divergentes da humanidade não estiver lá pra organizar as coisas.
Se a relatividade imperar a humanidade, consequentemente, mergulhará sim em um caos imoral, sem ninguém para ditar as regras. Mais adiante veremos casos em que Deus foi "banido" de algumas sociedades e observaremos que isto não é uma falácia, como apontado por Lenon.
Ele acusa os religiosos de serem responsáveis "pela maioria dos crimes hediondos cometidos contra pessoas de nosso planeta ao longo da História". Pode estar se referindo aos ataques de terroristas Islâmicos, ao implacável Tribunal da Santa Inquisição que dominou o Ocidente na era Medieval e a outros acontecimentos como as Cruzadas, que foram sangrentos combates em busca da conquista da "Terra Santa". Afinal, se Deus é o Grande Doador de moralidade e Ele decide o que é certo e errado, por que pessoas que seguiam a Ele foram capazes de cometer tais atrocidades?
Primeiro, é preciso que haja uma gritante separação entre religiosidade e fanatismo religioso. Uma pessoa cristã (ou mesmo islâmica) que seja realmente sincera e siga à moral estabelecida pelo Criador jamais cometeria tais crimes, pois são fiéis à ordem máxima de "amar ao próximo como a sí mesmos", um supremo mandamento presente tanto na Bíblia quanto no Alcorão.
Segundo, um estudo um pouco mais apurado revela as reais intenções dos líderes históricos que comandaram (ou comandam) alguns desses crimes hediondos. Pergunte a qualquer profissional de História sobre isso é a resposta que obterá será política. Isso mesmo. Ao longo da História, muitos líderes e organizações têm levado o nome de Deus como uma justificativa para realizar conquistas financeiras e políticas. No caso do terrorismo islâmico (embora exista o forte fanatismo religioso) promovem-se atentados e homicídios em busca da expansão do Califado. No caso da Inquisição Romana, a manutenção da teocracia católica durante a Idade Média. Quanto às cruzadas, procuráva-se conquista territorial e vantagens comerciais. Todos levando o nome de Deus mas sem levar os princípios morais do mesmo Deus. De fato uma hipocrisia sem tamanho, basta dar uma olhada no livro bíblico de Isaías capítulo 4 verso 1.
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COMO DISCUTIR COM CRENTES IRRELIGIOSOS - Resposta a Como Discutir Com Religiosos
SpiritualUma contrafação ao livro "Como Discutir com Religiosos", de Lenon Cardoso. Lí a publicação dele e encontrei um bom tema para se debater. Infelizmente, a maioria dos cristãos que leram seu livro não consseguiram contradizê-lo sem ofendê-lo ou usar ar...