DE QUE LADO ESTÃO AS VÍTIMAS?

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Fugindo novamente um pouco do debate filosófico, questões éticas invadem a discussão. Lembrando que eu estou apenas seguindo a sequência de temas apresentada por Lenon em seu livro "Como Discutir Com Religiosos". Tudo o que apresento aqui depende de suas declarações anteriores.

Gostaria de pedir um pouco de respeito aos bilhões de teístas (crentes em Deus) que estão espalhados por esse mundo

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Gostaria de pedir um pouco de respeito aos bilhões de teístas (crentes em Deus) que estão espalhados por esse mundo. Apesar de apresentar incoerências de representantes evolucionistas, eu não cometí nenhuma generalização injusta no decorrer destes textos. É de se admitir que se referir primeiramente a todos os religiosos como fanáticos é taxativo e até agressivo. Repito, assim como nem todos os ateus são monstros amorais como Hitler ou Stalin, nem todos os religiosos são fanáticos como os terroristas de determinada vertente religiosa.

Temos aqui a afirmação de que muitos "fanáticos" agem defensivamente quando o assunto é a não existência de Deus. Essa frase seria melhor esclarecida ao se afirmar que os religiosos, geralmente, defendem a existência de Deus. E isso é de se esperar. Temos a convicção de que Ele existe e O amamos a ponto de admitir, defender e afirmar Sua existência para que outros também possam ter um relacionamento com Ele.

Alguém que não acredita em Deus nunca vai entender a espiritualidade genuína como a maior prova de que, realmente, existe Alguém alí cuidando de nós.

Logo depois ele aponta para o fato de que todos querem "discutir" com os irreligiosos. Isso certamente nos lembra alguma coisa, como este livro. O fato é os religiosos, sinceros, jamais se opõem à qualquer pessoa pelo simples fato de ela não acreditar em Deus, e sim contrariam suas idéias por não encontrarem coerência nelas, assim como o contrário também é verdade.

O que ele quis dizer foi que os ateus podem perguntar aos crentes: "Por que você está brigando comigo só por eu ser ateu? Precisa mesmo me convencer que Deus existe? Por que todo mundo tenta mudar a minha opinião? ". Confesso, isso realmente acontece. É preciso bom sensso para se discutir essas questões, mas posso ainda perguntar: Não é verdade que muitos são desafiados verbalmente em círculos acadêmicos pelo simples fato de acreditarem em Deus ou mesmo apenas no DI (Design Inteligente)?

Não existem criacionistas ou evolucionistas inoportunos e inconvenientes, existem pessoas inoportunas e inconvenientes.

Gostaria de cutucar um pouco mais a questão do preconceito. Existem mesmo pessoas que são segregadas pelo fato de não crerem em Deus, porém, nestes dias em que se erguem altares para o evolucionismo, muitos cientistas, estudiosos e profissionais sofrem preconceito pelo fato de crerem em Deus e serem criacionistas.

"Há muitas evidências de que o consenso científico tem sido protegido por fortes e injustas barreiras profissionais nos Estados Unidos e em outros países. Além disso, têm sido negados empregos e cargos de responssabilidade aos partidários do projeto inteligente. Chegou-se ao ponto de suspender de suas funções docentes um professor titular universitário, uma autoridade mundial em sua especialidade". Mistérios da Criação, página 77.

E isto não é tão atual, apesar de, com o passar do tempo, a situação se agravar.

O próprio Isaac Newton, gênio da história da Física, sofreu preconceito por ser cristão e criacionista. Voltaire (1694-1778), que foi um escritor e filósofo iluminista francês deísta, isto é, acreditava que Deus era um fundamento de ser desconhecido e indiferente à obra criada, zombou dele por suas perspectivas científicas quanto ao futuro: "Vejam só a poderosa mente de Isaac Newton, que descobriu a gravidade e nos permitiu admirar tantas maravilhas! Quando ficou velho, começou a estudar esse livro chamado Bíblia, e parece que, para crédito de sua fabulosa falta de senso, temos de acreditar que o conhecimento da humanidade será de tal ordem que poderemos viajar numa velocidade média de 80 quilômetros por hora".

O que diria este "gênio" (e de fato o foi em algumas áreas de conhecimento) ao contemplar a moderna tecnologia de hoje? Diria que Isaac Newton, O cristão estudante da Bíblia, era louco? Imagino a cara de Voltaire ao ver uma motocicleta simples ou até um avião a jato ou foguete. Certamente ele não iria mais zombar.

A última declaração do capítulo atualmente estudado é bem sincera e levanta outras questões.

Primeiramente é muito bom ver que ele reconhece que provar a inexistência de Deus é tão improvável como provar cabalmente sua existência. Em outras palavras, não se pode provar de uma vez que Deus existe, assim como não se pode provar que Ele não existe. Isto já é um avanço. Quanto a fé e o fideísmo não serem a mesma coisa não irei reescrever os argumentos da postagem anterior.

Agora cabe a pergunta: Se tanto os ateus como os cristãos não podem provar que estão certos e "provar a não existência [de Deus] é logicamente impossível", por que só os religiosos são fanáticos? Não seriam, ambos, fanáticos por não poderem provar de uma vez por todas que estão com a razão? Por que só os crentes em Deus carregam este rótulo se não estão exercendo menos fé que os ateus?

É até mesmo cansativo ter de repetir que, tanto o evolucionismo quanto o criacionismo, possuem bases filosóficas desprovidas de comprovação empírica. Ambas as cosmovisões exigem fé, e quem as acata são crentes, religiosos (por admitirem e terem um relacionamento com Deus) ou irreligiosos (por negarem Sua existência).

Se não se pode provar uma tese matematicamente, ela não é totalmente científica. O próprio Leonardo da Vinci (1452-1519) depôs contra a inverdade de que a ciência não precisa ser totalmente provada matematicamente: "Nenhuma investigação humana pode ser chamada de verdadeira ciência se não pode ser demonstrada matematicamente". E, reafirmo, tanto o criacionismo quanto o evolucionismo necessitam de uma base filosófica que, apesar de poderem ser válidas por meio de lógica e suposições coerentes, não podem ser provadas empiricamente por meio de dados inquestionáveis e claros. Tudo o que temos são dados e interpretações diferentes para os mesmos dados.

Sim meus amigos ateus, assim como Lenon afirmou, digo que todos estamos no mesmo barco. Eu escolhí onde depositar a minha fé, e cada um também deve fazer a sua escolha, tudo veio de Deus ou surgiu por acaso?

A verdade é que o preconceito, seja ele em todas as suas formas de manifestação, é inteiramente repudiável. Inclusive quando este preconceito é contra cidadãos cujo único crime é acreditar que o mundo saiu das mãos de Deus e não simplesmente surgiu do nada.

COMO DISCUTIR COM CRENTES IRRELIGIOSOS - Resposta a Como Discutir Com ReligiososOnde histórias criam vida. Descubra agora