Blood Hunt ❄ Jackson Wang

3. Our queen

Solto um grito inevitável pois, logo após o vampiro aparecer em nossa frente, outro surge rapidamente ao meu lado, batendo fortemente no carro e me assustando.

– Se abaixa! – Jaebum diz, atirando várias vezes logo após eu me abaixar.

Não era como se alguns, e até mesmo vários tiros fossem capaz de mata-los. Porém, isso com certeza nos ajudava a ganhar tempo. 

– O que vamos fazer? – Pergunto, descendo do carro.

Eu já estava com a estaca na mão, e encarava Jaebum. 

– Não podemos simplesmente fugir. Eles são mais rápidos que nós, e até mesmo nosso carro. Iriam nos seguir. – Ele responde.

– Você está dizendo que vamos precisar ficar e lutar? – Pergunto, desviando de um soco. 

Encaro Jaebum novamente, que sorri. Eu já havia visto aquele sorriso algumas vezes em meio há esses dois anos, e poderia admitir: Não gostava nem um pouco dele.

– Não. Eu não vou deixar você aqui. – Digo.

– Vou distrair eles, enquanto você corre para o conselho e pede ajuda.

– Sem chances, Jaebum. 

– Lyan... 

– Nós já lidamos com coisas piores que isso. – O interrompo. – Sempre conseguimos sobreviver, por que agora seria diferente? 

– Ele são muitos, e eu tenho certeza que mais virão. 

– É exatamente por isso, que não posso ir. Caso você realmente estiver certo, e mais vierem... como diabos conseguirá distraí-los? Já será difícil com nós dois juntos, imagine apenas você aqui sozinho? Você iria morrer. – Digo a ele.

– Uma morte, por uma vida. – Ele diz, e eu reviro os olhos.

Nem morta que iria deixa-lo aqui. Nem morta, que iria apenas correr e pedir ajuda, enquanto ele estava a lutar com tantos. 

Já havia perdido minha família, não iria correr o risco de perde-lo também. 

– Eu não vou deixar você! – Essas são minhas últimas palavras, antes de me virar para observar o local. 

Eu sempre fazia isso. Sempre observava calmamente ao redor, pois era sempre um jeito que conseguir fugir. De sobreviver. 

Percebi enquanto estava a observar, que ainda haviam dois vampiros no local e, para facilitar minha vida, um corria em minha direção. 

Olho para Jaebum, que já sabia o que iria falar. 

– Pode deixar, eu pego o outro. – Ele sorri.

O vampiro que corria em minha direção era de fato, rápido. No entanto, eu não me importava com isso. Ele era rápido fisicamente, e daí? Eu, pelo menos, era rápida mentalmente. 

Troco minha estaca pela arma, e atiro em suas pernas impedindo-o de se aproximar ainda mais. 

Ele cai  de joelhos no chão por breves segundos, mas logo tenta levantar-se novamente. No entanto, é impossível pois eu corro até sua direção e o derrubo completamente, sentando em suas costas e o paralisando. 

– O que? Vai me dizer que você quer brincar de cavalinho uma hora dessas – Ele diz, e apenas ignoro seu comentário. 

– Uma armadilha... – Murmuro, aproximando-me de seu ouvido, e colocando a arma em sua cabeça. – Mas por que? Qual o objetivo real para isso? 

Nesse momento, ele gargalha. 

– Não é da sua conta. – Ele diz, e bato em sua cabeça com a ponta da arma. 

Não estava com paciência para joguinhos. Eu precisava de respostas. 

– Resposta errada. – Digo, pegando a estava e enfiando-a um pouco na região de seus pulmões. – Tudo bem se não quiser falar, tenha uma morte dolorosa, cavalinho. 

Fui aprofundando a estaca, até que ele diz algo. 

– Espera, espera! O nosso lider... ele nos obrigou a vir aqui. 

– Por que? – Pergunto. 

– Disse que estava atrás de algo. Por favor, deixe-me ir embora agora!

– Algo? Tipo o que? – Insisto, após ignorar o seu pedido. 

Aquela história... eu a estava achando tão estranha mas, de alguma forma, algo me dizia que ele estava sendo sincero comigo.

– Eu não sei dizer. 

– Tem certeza que não sabe? – Pergunto, e como ele não responde, continuo: – Se você não me contar tudo o que sabe, eu juro que... 

– Uma pessoa. Ele está atrás de uma pessoa. – Ele diz, sorrindo de repente. 

– Quem? 

– A nossa rainha.

Logo após ele dizer isso, um calafrio passa por meu corpo. Tento conte-lo, e volto minha atenção para o vampiro. 

– Apenas isso? 

– Apenas? Como pode considerar o aparecimento de nossa rainha, como um "apenas isso?" – Ele pergunta, me surpreendo com as suas próximas palavras. – Isso pode mudar tudo. Toda a nossa existência. Todos os anos cujo nós sofremos... aos cujo nosso rei ficou perambulando solitário a procura dela... Nós vamos, finalmente... 

– Sinto muito, você fala demais. – Digo, terminando de enfiar a estaca em seu pulmão.

Ele só pode ser louco, penso. 

Percebo a mão de Jaebum esticada a mim e a pego, levantando-me em seguida. 

– Estão procurando alguém. – Digo, o encarando. – A rainha. 

– Um sangue puro? 

– É o que parece. – Digo, percebendo uma movimentação estranha ao nosso redor. 

– Eles chegaram. – Ele fala, sarcástico. 

– Você realmente estava certo, hein?