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Havia pegado no sono noite passada enquanto estava a chorar, e quando acordei no dia seguinte, eram exatamente meio dia. 

Me levantei, lavei o rosto e desci as escadas. 

Já estava pronta para voltar para minha casa, se não fosse por Jaebum, que estava sorrindo enquanto cozinhava em frente ao fugão. 

– Bife. – Murmuro feliz, enquanto sinto o cheiro. 

Era incrível o jeito como ele era tão habilidoso na cozinha. 

– Boa tarde, bela adormecida. – Ele alargue seu sorriso ao me ver. 

– Boa tarde. – Digo, com um pequeno bocejo. – Eu apaguei completamente ontem. 

– Sobre ontem.. – Ele começa a falar, mas pausa. Seu olhar estava fixado em mim, e eu não me sentia confortável em relação ao que ele iria falar. – Me desculpe. 

Eu não queria voltar para aquele assunto novamente. Iria me fazer mal, e eu realmente odiava esse sentimento. 

– Já passou. – Eu digo sorrindo. – Mas... eu realmente vou voltar para casa hoje. 

– Pensei ter ouvido você dizer que já passou. – Ele murmurou. 

– E já passou. 

– Então por que não fica? 

– Eu tenho que me acostumar com lá. Não posso viver aqui para sempre. – Explico. 

– Na verdade, pode sim. Você sabe disso. – Ele fala, mexendo o bife. 

Reviro meus olhos. 

– Tá, até posso. Porém, não seria justo. 

– Justo? A vida não é justa, Lyan. 

Suspiro. Ele estava certo, ambos sabíamos disso. No entanto, ainda assim... isso não era capaz de mudar meu pensamento. Eu precisava voltar para casa.

Jaebum terminou de parar o almoço minutos depois, e enquanto comíamos ele disse:

– Liguei para o conselho hoje, e eles me falaram que só irá acontecer uma reunião dessas na semana que vem. Então, a  minha opinião sobre isso, antes que você pergunte, e eu sei que vai perguntar... – Ele me olha neutro, e eu apenas o encaro. – É que talvez, só talvez, possa ter sido um golpe de sorte. 

– Entendo. – Digo, acenando. – Mas olha, isso não explica o fato de que eles sabiam seu número. 

– Exato. É isso o que mais me intriga. – Ele diz, bebendo um pouco do suco que estava em minha copo. – De qualquer forma, vamos pensar nisso depois. 

Quando terminamos de comer, Jaebum e eu lavamos e louça e aproveitamos para conversar sobre o que havia acontecido ontem. 

– Você está bem? – Pergunto, enquanto descíamos o elevador. 

– Sim, estou. E você?

– Bem. 

– Tem certeza? Eu vi quando aquele vampiro cortou suas costas. 

– E logo em seguida surtou e saiu correndo... – Murmuro para mim mesma.

Mas... Por que?

– Você disse algo? – Jaebum pergunta.

– Eu estou bem. – Respondo. 

Nós estávamos um ao lado do outro, mas de repente, Jaebum vai para minha frente. Calmo e confiante, ele se aproxima ao máximo de mim. 

– O que você está... – Eu começo a falar, mas paro quando ele apoia uma de suas mão em meu rosto. 

– Você ainda pode desistir... Ainda pode continuar morando aqui, Lyan. 

– Eu sei disso... realmente sei mas, eu preciso ir para casa. 

– Essa é a sua casa. Eu, sou sua casa agora. – Ele disse.

Sua mão ainda tocava meu rosto, e ele estava tão próximo que eu sentia sua respiração pesada sobre a minha. 

– Jaebum...

– Não é pelo que aconteceu antes, é? – Ele pergunta, parecendo culpado. – Se for, realmente me desculpa, Lyan. Não vai acontecer novo. 

Aquilo... 

Nosso terrível erro. Meu, terrível erro.

Há dois meses atrás, eu havia dormido com Jaebum. E, não é como se eu não quisesse ter feito aquilo, eu queria. Mas, aquela havia sido a minha primeira vez. E nós estávamos completamente bêbados. Bêbados e completamente devastados.

Estávamos afogados em lagrimas, saudades e arrependimentos. E nesse dia em especial, resolvemos descontar tudo em sexo. - Pelo menos, é o que nós achávamos, já que quando acordamos no dia seguindo, nós não lembrávamos de nada da noite anterior.
E por conta dessa incerteza, o clima havia começado a ficar estranho entre nós dois.

Foi exatamente por este motivo que eu havia resolvido sair de lá antes, embora, nunca tivesse admitido de fato pois eu sabia o quanto ele iria se culpar. O quanto ele iria ficar amargurado com isso, e eu não queria vê-lo com sentimentos tão ruins assim, ainda mais por minha causa. 

Eu apenas queria voltar a como era antes. Apenas grandes amigos. Grandes melhores amigos brincalhões, sem esse clima estranho. 

– Não. – Digo, o encarando nos olhos. – Não é por aquilo, Jaebum.

– Tem certeza? 

– Tenho. – Sorrio. 

O elevador abre, e ele afasta-se de mim. 

Havia um certo receio em seus olhos, mas ele apenas respira fundo. 

– Ok, Lyan. Irei acreditar em você. – Ele sai do elevador, e faço o mesmo em seguida.

Agradeci aos céus por meu carro estar aqui, se não, Jaebum iria precisar me levar para casa e, eu sentia que se ele fosse comigo... eu simplesmente iria voltar novamente para cá, e eu realmente não poderia voltar. 

– Tchau. – Digo, enquanto ligo o carro. 

– Qualquer coisa é só ligar. – Ele fala, não muito feliz. – Pode vir merendar aqui sempre que quiser, ok?

– Jaebum, você sabe que eu não acordo cedo. – Digo, sorrindo. – Além disso, a gente ainda vai se vê todas as noites 

– Sim, mas é diferente. – Ele diz. – Se cuida! E vê se não coloca fogo na casa quando for cozinhar algo. Portas fechadas sempre. Principalmente á noite. Além disso, avisa se...

– Tá, tá. Eu já entendi tudo, mãe! – Zombo. 

Jaebum acena para mim sorrindo, e afasta-se em seguida para que eu pudesse sair. É o que eu faço. Vou para casa. Para minha indesejada, porém necessária casa. 

Blood Hunt ❄ Jackson WangOnde histórias criam vida. Descubra agora