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George naquela noite foi direto para casa mas não entrou, sentou na grama do jardim de sua propriedade e ficou olhando as estrelas, agora estava dada a largada, ele era noivo de Francine e a teria em seus braços, mas logo se sentiu amedrontado, Lauro morava perto demais dela, poderiam fugir. 

Se perguntava, como Francine estava aceitando a ideia de ter sido vendida pelo próprio pai? não importava, eles que se resolvessem, o importante é que agora ele iria se casar e nada o impediria, montaria guarda nesta semana, não deixaria Lauro chegar perto dela. José que o viu largado na gama chegou perto, se sentou ao seu lado, e George foi falando.

_ Meu amigo!...Eu sou um homem comprometido!...Estou noivo daquela que fisgou meu coração!...

Os dois riram e se abraçaram, George mandou que chamassem Maria e Lourenço para serem seus padrinhos, fazia questão de mandar confeccionar suas roupas para seu casamento.


No dia seguinte, todos sentados a mesa para o café da manhã, não pronunciava ou dizia uma única palavra, parecia que havia morrido alguém da família e a comoção era enorme entre eles. Assim se seguiu o dia.

Logo chegou um alfaiate com duas empregadas iriam tirar a medida do vestido de Francine, ela se anima um pouco, pois sempre imaginaria como seria o seu vestido, com muitas contas e fitilhos, acentuado e com bastante véu, parecendo um bolo branco com contas parecendo gotas de chuva caindo entre o tecido, queria um véu em sua cabeça que cobriria seus ombros e desceria seguindo para quando entra-se na igreja ele se arrastaria por de traz dela, deixando todos de queixo caído, sorriu alegre, mas logo se lembrou que não era com Lauro que iria se casar, sentiu vontade de chorar, mas segurou, pois sua mãe que ali estava tão amável tentava consola-la.

_ Meu amor, peça tudo que quiser para seu vestido, não economize!...Você merece tudo que é de melhor, não é verdade Bartolomeu?

Perguntando ao Alfaiate que tentava tirar as medidas de Francine que não parava quieta.

Bartolomeu sorriu entre alfinetes e fita métrica!.. Era um homem conceituado na cidade e um dos mais caros, só pessoas com muito poder aquisitivo poderia pedir vestidos e ternos para ele. Não gostava muito dos Marchaw, pois não eram bons pagadores, sempre o Sr. Bruno dava canseira para pagar, até que um dia não aceitou mais encomendas. "como um homem tão rico agia daquela forma?" Pensava ele enquanto tirava as medidas de Francine.

Sua vontade era de cobrar todos os atrasados que eles deviam, mas cobraria no vestido.

"Ah sim!...iria cobrar!.. Claro, sem o Sr. George saber!"

Gertrudes percebendo que o homem não estava muito para conversa, ofereceu um chá a todos que estavam ali, querendo demonstrar que era generosa e que sabia receber até mesmo os subalternos. Gertrudes não era uma mulher má ou gananciosa, mas aprendera a deixar de ser boba, pois todos diziam que ela não sabia nem receber visitas e nem a cuidar do marido que perdia dinheiro a rodo no jogo, más línguas aquelas, pois Francine era uma menina linda, muito bem educada, sabia ler e escrever e tinha cursado línguas em Portugal por 2 anos, eram o que diziam para todos quando sabiam que ela estudou no tempo em que moraram por lá, e é claro, negócios do pai que por sinal nunca davam certo e tiveram que voltar, mas Francine tinha algo diferente, era geniosa e muito inteligente, e muitas vezes desafiava os pais, sabia tirar alegria das coisas mais amargas da vida, não era de se dobrar fácil, diferente da mãe que se curvava aos desmandos do marido. Mas sabia ser amorosa, grata, mas também sabia tirar uma pessoa do sério.

Francine explicava como queria seu vestido. Sua mãe observava como aquela menininha tão pequena e branquinha se tornara uma mulher tão linda. 

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