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Francine começou a falar de quando vivia com seus pais, e como tinha grande carinho por elas duas, lembrou de sua adolescência e como elas a ajudavam a fugir dos pais quando a castigavam por fazer uma mal criação ou os desobedecia, a conversa se seguiu animada e as três riam relembrando do passado, Francine conseguiu levar a conversa em um nível amigável e descontraído, e logo abordou o que precisava falar.

_ Meninas!... Acho que temos uma amizade incomum entre nós, posso estar numa posição melhor a que de vocês, mas poderia muito bem estar aí, deste lado e vocês aqui. _ Francine se levantou e se sentou ao lado delas estendeu a mão para cada uma e as segurou conforme foi falando

_ Não existem segredos entre nós, espero não me decepcionar com atitudes ou olhares desagradáveis nem para mim e nem para meu esposo, que foi vitima de uma armação e que não tem culpa alguma, a única coisa que ele errou foi em não ter me dito na época o que estava acontecendo, demorou muito, mas tudo esta resolvido, a moça esta recebendo tratamento médico adequado, vamos orar por ela e pela criança que não tem culpa alguma da mãe que tem e do seu infortúnio. Vocês não conhecem George o suficiente para entender tantas coisas, mas terão tempo suficiente para aprender a gostar dele e o respeitar como homem de bem e não só como patrão._ ela soltou a mão das duas se encostou à cadeira e pediu_ Então me contem o que as aborrece, e o que estão passando pela cabeça de vocês!?...não se preocupem, não farei mal juízo ou ficarei magoadas com vocês, somos amigas!... Lembrem-se?

_ Senhora!....Agora não existem mais desconfianças!... A senhora foi muito gentil em nos lembrar de que continua generosa e amiga, confiamos na senhora e sabendo que confia no seu marido, isso nos faz muito felizes!...Realmente não o conhecemos direito, escutamos histórias horríveis sobre o Senhor George, mas ao chegar aqui, percebemos que ele era um homem bom e que a fazia feliz, mas o escândalo daquela mulher....foi horrível, ele a bateu tão forte!...Grávida ainda por cima!...Desculpe Senhora!...Mas passamos a sentir medo!_ Margô baixou a cabeça envergonhada pelas palavras que dizia nenhuma mulher e esposa queria ouvir da boca de qualquer empregada que achava seu marido um monstro.

_ Ôh Margô!!!....Quando cheguei a essa casa, pensava assim como você!... E olhe só, nem fiz um ano de casada e o amo mais que tudo nesta vida!...Ele tem o gênio forte e Judite o tirou do sério, fez coisas horríveis e ele veio perdoando e tentando mantê-la aqui!...Quero que percebam como é fácil ama-lo, pois é um homem generoso e que respeita seus empregados!...E com o tempo verá que ele não é nenhum monstro, ou cavalo como eu mesma o chamava! _ Todas riram com as palavras de Francine._ Quer me dizer mais alguma coisa? _ ela aguardou uma das duas se pronunciar.

_ Imagine Senhora! Estamos gratas por ter essa conversa!

_ Então vamos trabalhar!?...E se alguma coisa as incomodar, por favor, venham falar comigo, ok?! _ as três se levantaram, e Francine abriu a porta para elas saírem e agradeceu a conversa e resolveu ficar um pouco ali, precisava pensar. A lembrança de Judite gritando como louca não saia de sua cabeça, e se perguntava como seria assim que ela ganha-se o bebê, provavelmente seria entregue para doação, sua vontade era de pedir para George deixa-la criar a criança, mas sua duvida era se ele aceitaria. Seus pensamentos foram longe, até que George entrou e a surpreendeu.

_ Boa noite!.._ a abraçou e a beijou.

_ Boa noite meu amor! Achei que chegaria tarde?!

_ Não consigo ficar longe de você sabia!? _ Ele sorriu malicioso

_ Nãoooo!!!...Não sabia disso!? _ Francine brincou passando seus braços em volta de seu pescoço e dando um selinho em sua boca.

_ Fiquei sabendo que chamou Samira e Margô para conversar!?...o que ouve? _ enquanto perguntava foi até a lareira e colocou mais madeira para avivar as chamas, o local já estava perdendo o calor.

_ Nada demais George!...As chamei para dar-lhes ordens e também para relembrar de minha infância e reforçar nossas amizades e carinho. _ Ela disfarçou tentando mostrar que estava tudo bem.

_ Bom!...o que quer que seja, tenho certeza que fez bem em chama-las para uma conversa! _ Ele apoiou uma das madeiras e se levantou, seu olhar era sério e continuou _ Eu não sei se iria aguentar os olhares de reprovação daquelas duas! Sei que você as conhece dês de pequena, mas eu não! _ ele se sentou no lugar de costume, colocou uma perna sobre a outra e apoiou a cabeça em uma das mãos. Francine entendeu seu constrangimento, as novas empregadas não faziam parte de sua convivência, mas tinha a certeza que logo tudo isso iria passar. O Silencio permaneceu até serem chamados para o jantar, George adorou a surpresa, comeram animado, Margô já não o olhava desconfiado, o serviu animada e com sorriso no rosto, o que quer que fosse que Francine conversou com ela, acabou dando certo, o ar de paz voltou a circular no ambiente.

A noite se seguiu cheia de paixão, trocaram caricias e palavras de amor, conversaram bastante e riram das atrapalhadas, exaustos dormiram abraçados.


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