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A primavera passou e Francine mal conseguia chegar perto do jardim já completara 7 meses de gestação e não tinha vontade nem de colher as rosas, deixou por conta de sua mãe para fazer isso, muitas vezes, ela saia no quintal dos fundos para caminhar e muitas vezes caminhava pra bem longe da casa, e gritava o nome de George e caia em prantos, Corcel que agora vivia solto no campo, sempre a acompanhava e quando ela chamava por George, ele empinava no ar e relinchava alto como também a ajudasse a chama-lo, ela sempre conversava com ele, e quando ela perguntava se ele estava vivo, ele batia o casco no chão e balançava a cabeça indicando que sim, muitas vezes corcel sedia montaria para Francine principalmente quando ela estava deprimida por demais e não tinha forças para voltar para casa de tanto que chorava, além dela mais ninguém montava Corcel, quando um desavisado tentava montar, ele logo tratava de atirar longe, e muitos diziam que ele saia rindo e trotando fazendo pirraça. Corcel e Neve tiveram dois filhos, uma fêmea que recebeu o nome de Valente, era uma égua valente e como o pai genioso e não deixava ser montada, além de jogar o cavaleiro longe ela ainda o mordia e saia correndo, e o macho que recebeu o nome de Forest, veloz como o pai e elegante e manso como a mãe.

logo que todos foram dormir, Francine desce as escadas sem fazer barulho e saiu, olhou por um instante o balé dos vagalumes, corcel da coxia percebeu a presença amiga e começou a ficar agitado, forçou a porta com o focinho e a abriu, pois não adiantava arrumar, ele acabava arrebentando. Francine desta vez não poderia ir longe, sua barriga pesava muito e sentia um desconforto grande, assim que começou a caminhar, Corcel veio ao seu lado, ela o cumprimentou e passou a mão em sua pelagem e seguiram para a colina, ela subiu com dificuldade, mas Corcel a empurrava com o focinho, assim que chegou no topo, ela não teve forças para chamar por George, começou a chorar, sentou-se na grama e Corcel impaciente se distanciou dela e se ergueu no ar relinchando alto, fez isso duas vezes, como estivesse chamando por ela que olhava e as lagrimas desciam como cachoeira, ele se aproximou e esfregou o focinho em seus cabelos fazendo um barulho com a garganta, ficaram lá por um tempo, Francine se levantou e voltou para casa, mas no meio do caminho Maria vinha ao seu encontro esbravejando:

_ você ficou louca Francine!?..Nunca mais faça isso de novo! E ainda mais deixando esse cavalo maluco perto de você!

_ Não diga isso a ele!...Ele entende muito bem quando as pessoas gostam dele e quando não gostam!

Antes de entrar se despediu dele e entraram! Maria a deitou na cama e não saiu mais do lado dela, percebia que a cada dia, o sofrimento e a falta de noticias, e a incerteza de que George poderia estar vivo, era cada vez mais distante, e Francine se agarrava a essa certeza que ela Maria não tina mais, logo o bebê iria nascer e algo lhe dizia que eram gêmeos pelo tamanho da barriga, ela teria que vigiar a amiga, pois se resolvesse entrar em trabalho de perto, teriam que leva-la para o Hospital da cidade, lá teriam recursos para receber prematuros.

Mais um mês se passa, os negócios vão de vento em poupa, o turismo estava rendendo e Francine tinha que contratar cada vez mais pessoas, sua barriga a fazia andar de vagar, suas costas doíam horrores e não conseguia dormir direito e nunca mais foi a colina chamar por George, mas Corcel fazia isso para ela, que de longe se ouvia.

quando chega ao escritório, todos percebem quem sua fisionomia estava cansada, e que logo teria que se ausentar para cuidar de sua saúde, assim que entra em sua sala, José estava a sua espera, faziam 2 meses que ela não o via depois que ele saiu novamente em busca por George.

_ Tem novidades?!_ ela fecha a porta e vai ao encontro do amigo.

_ Ouvi rumores de que um navio seguindo para o Brasil resgatou uma canoa em alto mar, nele havia um homem muito fragilizado e quase morto, o levaram com ele, todos que estão em alto mar e que são nossos amigos leais, estão a procura deste navio, assim que tivermos noticia e a certeza de que é o patrão, venho contar pra Senhora.

_ Ah José!..._ Francine agarrou em suas mãos e com os olhos cheio de lágrimas disse_ É ele!...tenho certeza!...é ele!... _ ela se curvou, começou a sentir dores.

Ele a sentou em uma cadeira e correu pra chamar ajuda, Maria que subia com café e biscoito, largou em uma mesa qualquer e saiu correndo pra ajudar a amiga.

_ Maria!...Maria!....vai nascer!...Ela ria e chorava ao mesmo tempo.

_Respire fundo!...e assim que se sentir bem, vamos levantar e seguir para a saída, vamos levar você para o hospital, é mais seguro!

_ não!..eu quero ir para casa!... Quero ter meu filho lá! _ Francine insistiu, mas Maria a levou para o Hospital e no caminho a convenceu de que era mais seguro para a criança que é prematura.

Assim que deram entrada no hospital, a levaram direto para a sala de parto, e não demorou muito ela ganhou um casal de gêmeos, acabaram ficando no hospital para ganharem peso. Uma semana depois Francine se revezava entre o escritório e a maternidade, não conseguia sair de perto dos gêmeos que em um mês ganhou alta e foram para casa. Os gêmeos davam muito trabalho e ocupavam o dia dela, Bruna com sua crise de ciúmes a deixava louca as vezes, mas no fim acabavam dormindo abraçadas, Francine quase não conseguia ir a colina para conversar com Deus e pedir que ele trouxesse George de volta, agora com 3 filhos, ficaria mais difícil de cuidar da casa e dos negócios, mas não confiava em ninguém para isso.

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