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Francine saiu devagar e quando olhou ao redor, se maravilhou abrindo um sorriso enorme, nunca tinha visto tantas flores de todos os tipos, os muros estavam cobertos por musgos dando um charme e elegância a propriedade, ao pé de cada canto do muro se podia ver rosas vermelhas, amarelas, brancas, e mescladas, do outro lado, papoulas de todas as cores, hortênsias, margaridas, e outras flores que ela nem sabia o nome.

_ Realmente a primavera foi generosa com esta casa!... - E saiu correndo pelo jardim, tirou as sapatilhas e sentiu a grama molhada em seus pés, parecia que tinha virado criança e voltado anos a traz, onde não se preocupava com nada. Rodopiou, caiu, e voltou correndo para perto de José e pediu.

_ Senhor!...Poderia me trazer uma tesoura de jardim para colher algumas flores?!...

O sol refletia em seus olhos, ela tentava cobrir, mas a felicidade era tão grande que não percebeu que do outro lado do jardim, George a observava, e sentia satisfação em vela contente.

Assim que ela se virou ele se escondeu e continuou a observa-la de longe, Judite sabendo da presença de George, fez as coisas com rapidez e atendeu aos pedidos de Francine.

Ela colheu as mais belas rosas, e George percebeu que ela sabia cuidar de jardins, pois alem de colher as mais belas rosas, ela também tirava com cuidado ervas daninhas e folhas secas.

Lembrou de Catherine que cuidava daquele jardim como ninguém, até o Jardineiro que existia na casa teve seu trabalhos prestados dispensados. Catherine passava horas plantando e cuidando de suas flores, agora o jardim recebera uma nova dona e veria ele sempre florido e cuidado.

Pegou o vaso das mãos de Judite que trazia, colocou um pouco de terra molhada, um pouco de musgo e ajeitou as rosas cuidadosamente e sorriu contente, era tudo que ela queria, uma distração para os longos dias que se seguiriam, percebeu que havia muito trabalho naquele jardim e ele precisava urgentemente de cuidados. Ela pegou o vaso e entrou na casa, colocando sobre a mesa e ajeitando mais um pouco.

Olhou novamente para o salão, suspirou e seguiu para a sala de jantar, a mesa era enorme, existiam 18 cadeiras em sua volta, madeira de lei trabalhada, desenhos minuciosos feitos a mão, ela olhou bem para identificar o desenho e diante dos olhos dela viu plantas e pássaros, e bem no centro dela, um tucano perfeito e bem delineado, passou os dedos sobre o desenho, quase tinha que se debruçar sobre a mesa para tocá-lo, sua atenção foi desviada pelos risinhos e olhares curiosos de Ivonete. Ela riu e foi ao encontro da cozinheira, se apresentou e as duas seguiram para a cozinha, Francine olhou para aquele local que precisava de uma reforma e pintura nova, as panelas estavam desgastadas e velhas.

_ Ivonete, mandarei fazer uma bela reforma nesta cozinha, como pode cozinhar nessas panelas velhas!...cozinha muito bem e merece panelas novas!

_ Francine ouve a traz dela uma tosse meia que engasgada, George estava parado na soleira da porta, com uma faca na mão e uma maçã praticamente toda cortada, teria comido enquanto seguia-a pela casa.

_ Desculpe! Não era minha intenção assusta-la!

Francine estremeceu ao velo ali parado, não imaginava que estaria em casa, mal conseguiu encara-lo, baixou a cabeça e com a mão passou sobre a mesa no centro da cozinha.

 George se irritou com o que ele achou de desprezo por sua pessoa, jogou o resto da maçã no latão do lixo que ficava praticamente atrás dela, e jogou a faca na mesa fincando-a na madeira e saiu batendo o pé, entrou na Biblioteca e de lá não saiu nem para almoçar.

"Até quando ela agiria com ele assim? Quando poderiam sentar e conversar!?"

Ele queria pedir perdão, queria explicar e tentar recomeçar tudo de novo.

E Lembrou dela no jardim, linda, cabelos soltos, ruivos como a luz do sol ao entardecer, por onde andava deixava seu perfume, mãos delicadas ao tentar sentir o desenho na mesa da sala de jantar. Olhou para o retrato de Catherine, e seus sentimentos se misturaram como sentia falta dela, mesmo depois de mais de 10 anos, tinha medo de estar a traindo e ao mesmo tempo confundindo as duas mulheres por serem tão parecidas, só o cabelo e o gênio eram diferentes, Francine era explosiva e o enfrentava, tomava decisões sem o consultar, Catherine era submissa e não mudava nada na casa sem a autorização e o consulta-lo, evitava confronta-lo, sabia de seu temperamento explosivo, mas era delicada como Francine, alegre e sabiam cuidar muito bem de um jardim.


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