Última noite no Hotel

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Na noite do jantar  quatro pessoas morreram, o recepcionista, o espírito lançou uma faca, atingiu sua garganta. Eu não vi eles sendo mortos, Pedro me puxou quando viu que não funcionou, me sinto mal até hoje, mesmo ter me sentido um pouco menos culpada. Enfim, um policial também morreu, ele chegou depois quando um dos clientes ligou para eles, esse policial morreu de uma forma horrível, o espírito o pegou e o jogou na caldeira que estava muito quente, ele teve queimaduras graves e não sobreviveu.
      Um cliente também morreu, ele estava no banheiro na hora do ocorrido e quando saiu, não fazia noção então ficou em choque e ficou la parado, o espírito o pegou, fazendo-lo bater na parede, com um pedaço de vidro de uma taça quebrada, rasgou a garganta dele, perdendo muito sangue.
         A última pessoa foi... A mãe da Bia, ela tropeçou na hora que se assustou e ficou em pânico, Bia viu e elas se despediram, ela correu e tentou ajudar sua mãe mas, ela tinha prendido sua perna no vão da cadeira... Puxei a Bia o levando para fora, foi quando Pedro me puxou, a madame correu com a gente até nosso quarto, não vimos como ela morreu e nem quero saber, a tia era tão legal e tadinha da Bia naquela idade perdeu a mãe que era tão apegada.
       Me senti um lixo, inútil, culpada, horrível, queria apenas me trancar no quarto chorar e pensar como poderia ter salvado aquelas pessoas, porque esses espíritos entraram na minha vida! Que ódio!
       A madame pegou Bia no colo, pois ela havia paralisado totalmente, parecia que não escutava nada e não se movia, até que começou a gritar enquanto chorava, a mãe de Pedro ficou toda arranhada nas costas, mesmo que Bia não tivesse unhas grandes!
      Eu e Pedro se pujávamos e nem olhávamos para trás, estávamos chorando, eu berrava muito. Não conseguia processar, larguei a mão de Pedro, me encostei  em um poste e vomitei, estava quente. Mas Pedro me puxou novamente, corremos e chegamos a nosso quarto.
        Trancamos a porta dormimos todos no mesmo quarto, Bia de agarrou na cama de sua mãe e chorou e berrou a noite inteira, eu deitei ao seu lado mesmo que na primeira vez não queria que deitasse na cama de sua mãe, porém sou sua amiga e deixou, Pedro  dormiu  na cama de sua mãe junto com ela, eu chorei junto com a Bia, estava me sentindo culpada. Até que no meio da noite Bia da um grito, acho que foi um pesadelo, todos acordaram. Para piorar ela começou a gritar comigo dizendo que era minha culpa, que eu tinha que ter salvado aquelas pessoas e  tinha que ter tentado falar de novo e de novo!
       Depois ela disse que não era verdade e começou a gritar dizendo que a culpa era dela, ela que tinha que ter salvado sua mãe, que ela tinha que morrer, não sua mãe. Eu estava pensando o que ela falou e percebi que sentia o mesmo que eu, só que ela ainda tinha a dor de sua mãe ter morrido, nos abraçamos e falei que a culpa não era dela. Desmaiei caindo em cima da cama, acordei com Bia chorando Pedro na sacada e sua mãe me chamando. 
     Que péssima viagem no outro dia queríamos ir embora mas Bia ainda não queria pensar que estava indo embora sem sua mãe, então ficamos o dia no quarto em pleno silêncio exceto os choros que eu e Bia desabávamos. Pedro só ficava em silêncio vendo Tv e ouvindo música ele retornou ao seu quarto e focou trancado la. Até que saiu e nos deu um abraço, mesmo naquela idade não tinha um coração de pedra como eu pensava. Depois do ocorrido ele me contou que havia chorado no quarto, só não queria que o resto soubesse.
       Quanto a mãe de Pedro, estava arrasada e com pena de Bia e eu, ela viu que estávamos se sentindo culpadas.
       Quando amanheceu, fomos voltar, eu já estava com saudade de minha irmã que havia ficado com uma baba, contratada pela mãe de Pedro.
       A viagem foi tranquila, pelo menos isso deu certo. Cheguei em casa, tomei um banho, desfiz as malas, devorei um pote de nutella e
adormeci, quando acordei, estava na hora da jantar, desci e comi, estava tudo um silêncio, ainda mais porque Bia foi dormi lá, em uma quarto ao lado do meu. Subi e fui desenhar. Estava cansada e fui dormi, tive um pesadelo, mas não cheguei acordar durante a noite.
      No dia seguinte acordei com um susto do grito da Bia, deveria ser um pesadelo com a morte de sua mãe.
        Estava triste por ela, fui conversar com a madame e ela colocou a Bia em um psicólogo, e adivinha.. Eu também fui. Me senti melhor até, fez um peso sair de mim, quanto a Bia, vamos dizer que durante a semana ela sonhava assim mais ou menos umas três vezes. Pode parecer ironia mas era algo bom, ela me agradeceu pois a mãe de Pedro a contou que eu tive a ideia.
      Dia seguinte era dia da escola e Bia não foi por causa de suas condições, fui mas não estava bem, estava tonta, quente, com enjoou e dor na cabeça.
        Chegamos na escola e...
      
     

O terrível diário de uma garotaOnde histórias criam vida. Descubra agora