o prólogo

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Ele cantava aqueles versos que escrevera com tanto pesar finalmente para a pessoa em que lhes eram dedicados. Apesar do corpo adormecido à sua frente Tyler sabia que a conexão sempre presente entre eles o faria ouvir sua voz e captar seu mais sincero sentimento. Mas o nó em sua garganta aumentava a medida que ele processava que aquele era seu melhor amigo com as mãos geladas e situação crítica em uma fria cama de hospital. Que por mais que sua mente tentasse negar para confortá-lo, aquele poderia ser o início do destino final da pessoa em que o trazia todas aquelas boas lembranças e sentimentos insubstituíveis desde que ele podia se lembrar. Tyler não sabia exatamente quando tudo havia começado a piorar, e se culpava por não poder retribuir toda a compreensão que seu melhor amigo sempre lhe dava. As lágrimas apenas aumentavam de intensidade à medida em que ele continuava a ver a nua realidade a frente de seus olhos. Ele poderia perdê-lo para sempre, e isso significaria perder toda sua motivação para continuar. Aquela canção poderia não contribuir em nada para trazê-lo de volta apesar do desespero em que Tyler pedia para não levar sua vida para longe dele, mas ele sabia que não podia ficar intacto enquanto o perigo de perder uma significativa parte de sua existência o atormentava. Ele não conseguiu salvá-lo antes e não poderia falhar desta vez. Tyler pegou com força a mão do menino cujo olhos fechados escondiam a expressividade. Ele queria por um minuto comunicar-se com a alma de Josh e explicar que não conseguiria seguir se o perdesse para o eterno.

     — "don't take your life away from me..."

taken by sleep | t+jOnde histórias criam vida. Descubra agora