As estrelas não iluminavam a noite porém ele conseguiu enxergar a Lua dentre as nuvens naquela madrugada. Josh continuava acordado pois por algum motivo suas mãos suavam e seu corpo tremia, seu coração pulsava e doía tanto que ele teve a impressão de que iria rasgar sua pele e sair. Ele tentava dormir mas toda vez que fechava seus os olhos o escuro o aterrorizava. Ele levantava, ia ver Daisy, tentava se distrair mas era tudo alto demais para ignorar. Depois de tanto tempo naquela situação podia quase observar sua consciência escorregando pelo seu corpo quando aquela voz começou a ecoar.
não é real, ele pensava consigo. mas já não sabia qual das vozes era a sua verdadeira, pois uma acusava a outra de estar o sabotando. E Josh não sabia que isso era apenas uma maneira de convencê-lo que aquela outra voz era a sua própria. Ele tentava ouvir uma de cada vez e decifrar algo a fazer sobre, mas estava tapando seus ouvidos e queria gritar mesmo não sendo capaz. Foi quando começou a alucinar.
Josh nunca havia tido uma crise dessas sozinho, Tyler sempre estava lá para vê-lo e esperar a crise acabar para acalma-lo, mas desta vez estava só, e sabia que não podia confiar em si mesmo pois naqueles momentos pois não sabia reconhecer o irreal. Não sabia reconhecer ou ouvir nada ou ninguém, apenas a voz errada.
Então teve a alucinação de Tyler em cativeiro de novo. Desta vez ele estava deitado ao chão, imóvel e pálido, e Josh não reconhecia se ele apenas dormia ou aquele havia sido o fim da pessoa que amava, por sua culpa. Ele gritou seu nome e, pelo menino não o escutar, presumiu o pior. Ao ver aquela pessoa que sempre o ameaça em suas alucinações ao lado do seu corpo sorrindo satisfeitamente soube o havia acontecido. Ele negava, ele gritava e se culpava, em sua última alucinação ele o avisou que aquilo aconteceria e Josh não se mexeu. Aquela voz sussurrava em seu ouvido que não havia se esforçado o suficiente que seus sentimentos por Tyler era loucura. Ele sabia que poderia ser loucura, havia pensado nisso diversas vezes. Mas agora não importava mais pois Tyler já não vivia, era o que Josh viu, era o que ele tinha certeza que viu.
A dor que exalava em seu peito nunca fora pior, o menino que sempre havia o coração pesado e ferido estava certo que tinha perdido aquele que fazia seu coração leve e realizado. Aquele que lhe fazia feliz, aquele que ele amava mais do que ninguém e mais do que pensava que poderia e nunca teve a coragem de contar, porque até o momento ainda tinha dúvidas do seu sentimento. Mas agora ele sabia: não conseguiria sobreviver sem a presença de Tyler. O desespero tomou conta de todo seu corpo em uma intensidade de incontáveis vezes pior que o normal, ele estava perdido e não sabia o que fazer sem Tyler, o único motivo de deixá-lo vivo havia aparentemente ido embora. E sua mente, é claro, se aproveitaria disso.
Atravessou o corredor chorando o mais baixo que podia e pegou quantos remédios podia, misturou-os e encheu um copo com água da torneira mesmo. tome todos para pegar no sono, ouviu a voz. Não hesitou em engolir quantos pôde, aquela não era a versão consciente de Josh, ele estava numa crise psicótica e havia visto coisas que o abalaram como nunca. Mas qualquer versão do Josh, consciente ou não, em crise ou não, não conseguiria viver sem Tyler. Ele voltou para seu quarto e deitou em sua cama. Com a janela abertura, observou a Lua enquanto esperava. Ela o iluminava. A mesma Lua que o observava e que sabia seus segredos era admirada pelo garoto enquanto ele esperava.
— Eu estou indo ficar com ele. Nós vamos finalmente ficar juntos.