Guerra é Guerra

Capítulo III - parte 3

  Já passavam das 7h quando Andy terminava de tomar café da manhã junto das gêmeas, que já estavam prontas para irem embora. Havia sido uma noite turbulenta especialmente para Andy, que por mais que em um primeiro momento tenha pegado no sono, acordou diversas vezes. Caroline também não havia tido uma boa noite de sono, pois tivera um pesadelo e isso a fez ficar acordada por algumas horas durante a madrugada. Cassidy, por outro lado, dormiu como uma pedra e, consequentemente, aparentava a mais disposta das três.

  - Ele não mandou nenhuma mensagem ainda? - Caroline perguntou à Andy após vê-la checar o celular pela milésima vez. A morena apenas balançou a cabeça negativamente. - Sinto muito, Andy...

  - Não é culpa sua, querida, nem de sua irmã. Mais tarde ele voltará, conversaremos e tudo ficará bem, certo? Vocês já terminaram de comer? - Ela disse levantando-se e colocando a louça na pia.

  - Terminamos. - As gêmeas disseram em uníssono.

  - Certo, então acho melhor irmos andando, se não chegaremos atrasadas e Deus me livre deixar sua mãe esperando. - A morena deu uma risadinha e foi seguida pelas meninas.

  Alguns minutos depois as três estavam em frente à elegante fachada do Four Reasons, que era, sem dúvidas, um dos hotéis mais caros de Boston. Ele situava-se na área central da cidade, próximo ao Boston Opera House, teatro famoso por receber espetáculos da Broadway e concertos de pop. O hotel contava também com uma bela vista para o Boston Public Garden, uma miniatura do central Park e tão charmoso quanto. Este era, coincidentemente, o parque onde Andrea gostava de assistir o pôr-do-sol e ter seus devaneios secretos. "Pelo menos por esses dias, não poderei frequentar esse lugar, de jeito algum!" Foi o que pensou ao notar a proximidade do parque com o hotel.

  - Andy, ainda ficaremos por uma semana, será que podemos nos ver mais vezes? - Caroline quebrou o silêncio trazendo Andrea de volta à órbita.

  - Claro, sweet, se sua mãe deixar, podemos fazer vários passeios legais. Vamos entrar? - As duas assentiram e adentraram o saguão na frente da morena, que se apressou para alcança-las até ser parada por funcionário do hotel.

  - No que posso ajuda-la, senhorita?

  - Ah... Eu estou com aquelas duas meninas...

  - É hóspede?

  - Não, eu só vim trazê-las de volta para...

  - Então, por favor, dirija-se ao balcão de recepção. - O homem levou Andy pelo braço fazendo-a momentaneamente perder-se das meninas.

  - Com licença, senhor... Gordon? - Cassidy disse ao olhar o crachá do homem à sua frente. - Somos hóspedes e esta moça é a nossa babá. Então eu acho melhor o senhor soltá-la antes que minha mãe perceba que o senhor é o culpado por estarmos sem supervisão e a mercê de sequestradores vis e impiedosos que podem estar nos observando agora e planejando o momento perfeito para nos pegar. - Andy se segurava para não rir. Cassidy tinha um raciocínio rápido e sabia engabelar como ninguém e aproveitava-se disso para tirar sarro de sua vítima, o que lhe renderia boas risadas mais tarde.

  - E quem é a senhorita? - O homem não parecia completamente convencido e a gêmea deu um sorriso de tubarão, o mesmo que Miranda usava para anunciar que teria a cabeça de alguém para o jantar.

  - Quem eu sou? Bem, o senhor pode decidir! Eu posso ser a doce garotinha, a qual o senhor atendeu um pedido ou eu posso ser Cassidy Priestly - O homem gelou ao sobrenome. - O motivo pelo qual o senhor nunca mais conseguirá um emprego neste continente e talvez até nos outros. - Andy estava espantada, Cassidy era verdadeiramente filha de Miranda, seu tom de voz havia até mudado.