Guerra é Guerra

Capítulo XVIII

P.O.V. Miranda

Secretamente, eu estava bastante satisfeita com a equipe de relações públicas da Runway, especialmente Leslie, que sempre conseguia diminuir os burburinhos causados pela mídia ao meu respeito, principalmente para evitar que alguma notícia sensacionalista atingisse as gêmeas e as expusesse. Sua competência viu grandioso avanço com o passar do tempo, o que refletiu em sua sagacidade em estar sempre atenta às manchetes e agir sobre elas antes mesmo que eu mandasse, no final, ela só me enviava um relatório com os resultados. Por isso, eu não tinha dúvidas de que ela poderia resolver a exposição da noite anterior, como resolveu. Bastou uma ligação para que Emily pedisse respostas à Leslie, que me passou a informação de que aqueles desocupados estavam atrás de nós desde Hamptons, pois "fontes seguras" haviam visto a mim, Andrea e as gêmeas naquela festa desastrosa e vendido a informação para a mídia. É claro que eu descobriria quem estava por trás de tudo aquilo, embora minha intuição já tivesse um culpado. Assim, uma chamada para minha detetive pessoal foi feita. Olivia precisou de exatos quarenta e sete minutos para descobrir o nome do responsável: Nathaniel Cooper. Não estava surpresa, apenas esperei a confirmação e ela veio. O cozinheiro sem escrúpulos expôs todas nós e algo deveria ser feito sobre isso.

Eram quase quatro da manhã quando finalmente saí do meu escritório com todo meu plano de ação formulado em minha mente e, sinceramente, estava tão ansiosa para executá-lo, que mal podia pensar em dormir as duas horas que me restavam antes que o despertador tocasse. Fui até o quarto das gêmeas me certificar de que estavam bem e depois fui para meu próprio, onde Andrea dormia profundamente agarrada ao meu travesseiro e seu laptop ainda ligado e caído desajeitadamente na cama indicava que ela tentara me esperar, mas não conseguiu. Peguei o computador, ajeitei-a melhor na cama e segui para um banho quente, só assim seria capaz de relaxar meus músculos.

O tempo entre o momento em que me deitei e o toque estridente do alarme passou como um piscar de olhos, mas ainda que eu não tivesse descansado nada, sentia-me extremamente disposta.

- Hmm... Que horas são? - Andrea murmurou contra meu peito.

- Cedo, querida, pode continuar dormindo, certo? - Acariciei seus fios negros e depositei um beijo no topo de sua cabeça.

- Certo... - Ela respondeu quase inconsciente e eu me desvencilhei de seu corpo para começar a me aprontar.

Quando desci para o café, uma hora e meia depois, Cara estava terminando de servir as meninas com omeletes e suco de fruta.

- Bom dia, bobbseys. Bom dia, Cara.

- Bom dia, mãe. - Elas responderam em uníssono sonolento.

- Bom dia, Miranda, posso colocar seu café? - A mulher envelhecida perguntou.

- Não, eu vou tomar café na revista.

- Mãe... Conseguiu descobrir quem organizou aquela baderna de ontem? - Cassidy perguntou depois de morder um pedaço consideravelmente grande de seu omelete.

- Primeiro de tudo, termine de digerir e só então fale. Em segundo lugar, sim. - Não quis dar informações demais antes que eu pudesse conversar melhor com as três.

- Hum... E o que será do pobre coitado? - Cassidy insistiu, desta vez após terminar sua refeição.

- Mais tarde falaremos sobre esse assunto.

- Mas mãe...

- Isso é tudo, Cassidy. Cara, ainda são muitos lá fora?

- Sim, Miranda. Obrigada por me avisar antes que eu pudesse dar de cara com tantos repórteres. - Apenas assenti com a cabeça e mirei minhas filhas.