- Ah... Mãe? Posso falar com você? - Caroline aproximou-se cautelosamente de Miranda, que estava sentada em uma poltrona perto da janela anotando algumas coisas.
- Claro, querida, o que deseja? - A editora disse sem olhar para a menina.
- Cassidy e eu gostaríamos de voltar para casa. - Miranda olhou no mesmo segundo.
- Bobbsey, infelizmente eu não poderei...
- Falamos com Andy! Ela disse que fica conosco até você voltar e irmos para Hamptons... Ainda vamos para Hamptons, não é? - Miranda travou, sua filha havia falado com Andrea? Como assim ela havia falado com Andrea? Por um momento ela pensou na última vez que viu a morena e no quão bem ela encaixou em seus braços.
- Mãe? Você está ai?
- Oh... Sim, sim. Bem, mas Andrea mora aqui em Boston, como ela cuidaria de vocês em NY?
- Parece que ela voltou a morar em NY.
- Ela voltou? E ela disse o motivo? - Ela tentou fingir que desinteresse.
- Não, ela disse apenas que é uma "história complicada". Então? - A menina estava ansiosa.
- Hum... Carol, a Andrea tem a própria vida e coisas para resolver, não acho que seria conveniente vocês tomarem o tempo dela assim, bobbsey... - Na verdade Miranda havia achado uma excelente ideia, mas precisava fazer com que sua filha expusesse a parte prática do plano e Carol sabia exatamente o que diria.
- Mamãe, nós ligamos para Andy, ela disse que não tem problema algum ficar lá em casa conosco, mas disse que só faria se você autorizasse. Se o fizer, Emily pode nos levar até o aeroporto e pegaremos o voo. Lá, Roy pode estar nos esperando, buscaremos Andy em casa e iremos para a nossa casa e fim! O que achou? - A pequena ruiva ficou observando a mãe tentando encontrar alguma resposta, mas era impossível. Miranda, por outro lado, tentava encontrar alguma falha no plano, não encontrou nenhuma.
- Certo, mas eu mesma levarei vocês até o aeroporto, estejam prontas em um hora.
- Já estamos prontas. - Foi a vez de Cassidy entrar no quarto.
- Hum, então quer dizer que as minhas gêmeas espertinhas estavam agindo pelas minhas costas? - Miranda semicerrou os olhos, mas tinha um sorriso brincalhão no rosto.
- Claro que não, apenas temos em mente que Miranda Priestly odeia esperar. - Foi o que Cassidy disse antes das três rirem audivelmente.
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Miranda havia acabado de voltar do aeroporto e estava se preparando para um jantar que teria com alguns investidores. Mas embora ela devesse pensar no que vestir, seus pensamentos iam em uma única direção, ou melhor, em alguém.
Andrea era o nome.
O coração da editora estava aquecido. Era muito agradável a relação que crescia entre suas filhas e a morena. De certa forma, ela sentia que as gêmeas precisavam disso, de alguém amável, que as fizessem rir por estarem sujas de farinha de trigo, que não tivesse receios para demonstrar sentimentos, que soubesse sorrir. Andrea era esse alguém, ela tinha todas as características, Miranda podia confiar nela, Caroline e Cassidy confiavam nela e isso era o que importava. O único ponto que preocupava Miranda, era o fato de que ela estava apaixonada pela menina e não tinha certeza se era correspondida. O beijo no apartamento de Andrea poderia ser um grande indicativo de que talvez o sentimento fosse mútuo, mas como poderia saber até que ponto a vulnerabilidade de Andy por causa do mal estar com Nate, a afetou na hora de retribuir o beijo? Ela parecia estar gostando, embora estivesse confusa.
- Por Deus, Andrea, saia da minha mente. - Miranda não gostava de pensar sobre a dualidade das ações da menina, pois não conseguia chegar a nenhuma conclusão: Andy gostava ou não dela? E foi então que Miranda lembrou de uma coisa:
-Você precisa ir embora...
- Ah não, Andrea, por favor! Não vamos começar isso outra vez! Você acabou de assumir que ama!
- Amo, amo mais que... Não sei, minha própria vida!
Suas filhas estavam certas, Andy gostava dela e isso a fez sorrir, por que ela estava tão na defensiva então?
- Claro, o cozinheiro. - Ela voltou a ficar séria, a existência de Nate realmente a irritava, pois ele estava sempre em seu caminho e tinha aquele jeito possessivo. No entanto, Andy retribuiu o beijo, por mais que existisse Nate, ela retribuiu e isso a fez sorrir novamente. Bom, se o problema não era a falta de sentimento, não era o cozinheiro, o que poderia ser? Por que Andrea não se entregava? Então Miranda percebeu, o problema era ela.
- Óbvio. - A editora sempre foi uma grande vagabunda com todos, inclusive com a menina. Estava claro que Andy tinha medo de que no final ela descobrisse que não passava de um objeto que a Rainha de Gelo entendiada, decidiu brincar por um tempo. Mas não era verdade, Miranda tinha sentimentos por ela, sentimentos profundos, intensos e reais, que a desarmava, a constrangia e que a deixava incapaz de fazer mal ao coração da menina. Pelo contrário, lhe dava forças para protegê-lo contra qualquer ser vivo que ameaçasse machucá-lo e ela provaria isso para Andrea, estava certa de que faria. Após afastar esses pensamentos, ela suspirou, entrou no chuveiro e quando saiu, recolocou sua máscara de Dama de Ferro, pois não podia correr o risco de alguém vê-la em seu verdadeiro eu.
- Será uma longa noite. - Em frente ao espelho Miranda disse a si mesma e começou a se arrumar.
Enquanto isso, em Nova York, Andrea conferia pela enésima vez a pequena mala que havia preparado. Estava nervosa, era a primeira vez que passaria um fim de semana inteiro com Miranda sem estarem nas posições de chefe e empregada. Ela precisava conversar com alguém, mas nenhum de seus amigos poderiam ajudá-la naquele momento. Lily odiava Miranda e se soubesse dos últimos acontecimentos, falaria um monte. Doug era uma extensão de Lily. Resumindo: Andrea não tinha ninguém.
- Você vai passar por isso, Andy. Você vai... Ah! - Assustou-se com o telefone vibrando.
Mensagem de Caroline:
Estamos aqui embaixo te esperando, Andy! Pode descer!
Bjks :)
Mensagem de Andrea:
Estou descendo! :D
- Ela já está vindo. - Caroline disse à sua irmã ao ler a mensagem. - Você acha que isso vai dar certo?
- Eu tenho certeza. Você acha que ela teria aceitado ficar conosco se o cozinheiro tivesse vindo junto? Claro que não! Eu tenho certeza de que eles estão separados.
- É verdade... E a mamãe? Ela pareceu aceitar quando dissemos que percebemos os sentimentos dela, mas disse que ela e Andy apenas conversaram...
- Caroline! Mamãe inventou essa ida pra Hamptons porque ela tem algo em mente, aposto que ela acha que vale a pena investir nisso, se não ela teria desistido no momento em que Andrea fugiu do hotel.
- Você está cer...
- Cala-se, ela está vindo!
- Olá, meninas! - Andrea disse entrando no carro após cumprimentar Roy. - Fizeram boa viagem?
- Foram 50 minutos de voo, Andrea. - Cassidy disse entediada.
- Foram excelentes 50 minutos, Andy. Podemos ir, Roy? - Carol cortou.
- Sim, senhorita. - Ele disse e levantou a divisória privativa.
- Está ansiosa para o fim de semana, Andy? - Carol perguntou ao perceber que Andrea estava calada demais.
- Ansiedade não é bem a palavra, Carol...
- Não se preocupe, An-dre-ah, a família Priestly é um amor. - Cassidy imitou a mãe quando refere-se à morena, que saltou do banco quando ouviu.
- Você é realmente uma Priestly. - As três riram e o clima permaneceu leve durante todo o percurso.
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Guerra é Guerra
Fanfiction"-Tenha uma coisa em mente: Miranda Priestly pode perder uma batalha, mas nunca a guerra." * Capa feita pela minha bff designer @novosoftware (user instagram) * Essa é uma obra ficcional não lucrativa baseada no filme The Devil Wears Prada. * As per...