» Capítulo VIII: Nanda Bashi.

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─ Alguém viu a Nanda em algum lugar?! Grita a irmã Madalena.

─ Nunca vi uma freira tão imprudente e desviada do caminho do Senhor. Onde será que ela se meteu? Ah deve estar no subsolo praticando aquelas violências, ainda não entendo o que uma freira quer com esse tipo de coisa... Pensa a Irma Madalena.

Ela desce as escadas do convento, do terceiro andar até a base onde fica a biblioteca, puxando o braço de uma estátua de uma Santa segurando um bebê fazendo com que uma prateleira de livros no final do corredor se mexa revelando uma passagem secreta.

Descendo às escadas, a irmã Madalena, uma senhora de meia idade bem acima de seu peso, cabelos e olhos pretos, encontra uma jovem mal vestida de freira, porém ela está com a saia levantada até os joelhos, cabelos longos e negros. Uma adolescente com um olhar verde penetrante. Ela está em uma posição de luta, como se estivesse treinando artes marciais.

─ FERNANDA BASHI!! Finalmente te encontrei! Exclama a irmã, com um tom zangado.

A jovem não dá atenção a senhora que acaba de chamar seu nome e continua a socar e chutar seu inimigo imaginário.

─ Fernanda! Estou falando com você! Está na hora do almoço e todas as irmãs e freiras estão reunidas no salão principal. Hoje receberemos o Cardeal enviado para supervisionar o convento.

─ Não gosto desse nome, por favor, me chame de Nanda, está bem? Irei daqui a pouco, mas antes tomarei um banho. Está bem irmãzinha linda do meu coração? Responde Nanda, de um jeitinho meio debochado.

A irmã ficou corada, mas continuou com seu tom superior.

─ Nada disso, não sei o porquê de você insistir em passar seu tempo livre nesse lugar sujo e fedorento ao qual ninguém pisa. Vamos logo!

─ Sim Senhora...

Um convento em formato de "U" com três andares cheio de quartos, salas e bibliotecas é o lugar onde abriga diversas órfãs, refugiadas e cuidadas pelas irmãs devotadas ao Cristianismo. O lugar fica na parte sul da Inglaterra, uma terra um pouco distante de tudo.

No salão principal estão todas as irmãs sentadas em uma mesa imensamente retangular, farta de comidas e bebidas (sucos, vinhos, etc.). As jovens freiras estão em pé ao redor da mesa servindo aos seus superiores. No final dela, na ponta superior está um homem magro com aparência de homem de meia idade, usando roupas brancas de padre, com um cordão com um pingente em formato de cruz, porém a cruz está toda enfaixada como se ele não a tocasse nunca. Seu cabelo é branco e curto e tem olhos pequenos e traiçoeiros. Usando em sua cabeça uma cartola negra.

─ Seja bem-vindo, ao nosso Convento Santa Maria da Conceição dos Reis, Senhor Supervisor Cardeal Francisco. Diz a irmã Maria, diretora geral da instituição.

─ Sim, é um imenso prazer está aqui e participar deste banquete.

─ O prazer é todo nosso. O banquete é fruto da prosperidade dessa terra abençoada pelo nosso Deus.

─ Sim claro! Nosso deus, rs. Sorrir o Cardeal.

─ Estranho esse aspecto sinistro que emana desse homem. Sinto-me com a sensação de ânsia e terror só por estar perto dele... Pensa Nanda, que está em pé servindo como suas colegas.

Acabando o banquete todas as jovens freiras, depois de satisfeitas com o banquete, retornam aos seus aposentos e o supervisor vai até a diretoria junto a Irmã Maria.

─ Acredito que queira começar a vistoria pelo convento.

─ Sim, mas antes quero começar com os registros dessas crianças.

─ Hm.... entendo. Venha comigo até a biblioteca, onde fica arquivado tudo.

─ Não será necessário. Apenas me fale se é nesta instituição que está a jovem que foi encontrada na caverna de gelo.

─ Caverna de gelo? Não, nunca ouvi falar dessa história. Diz a irmã em um tom sério.

O homem se aproxima da irmã e a coloca contra a parede e a ameaça.

─ Não minta para mim! Este é a última espelunca da Inglaterra a qual piso, já perdi muito meu tempo com essa baboseira de Cardeal e fingimento para conseguir o que quero. Estou odiando isso tudo. Mesmo você não me contando a verdade, eu sei muito bem que ela só pode estar aqui.

─ Me solta! Quem é você afinal? Você não é o Cardeal Francisco! Eu suspeitei que tivesse algo estranho, mas nunca imaginei que era alguém atrás dela...

─ Quem sou eu? Sou apenas seu pior pesadelo.

O homem saca uma pequena lâmina negra e degola,sem piedade alguma, a diretora do convento.

Apocalipse, as memórias de J.J.P.B.S. [1º Versão do livro, sem revisão.]Onde histórias criam vida. Descubra agora