Capítulo 3 - Desentendimentos, o pedido

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- Precisa de carona, Martina?- Lorenzo pergunta, assim que entra no elevador.

- Não, obrigada. O meu namorado vem me buscar.

- Hum. Tudo bem, mas fica o recado, quando precisar é só avisar.

- Obrigada! Aviso sim.- sorrimos.

- Boa tarde, Martina. Até amanhã.

- Boa tarde, Lorenzo.- nos abraçamos e eu vejo o Jorge parado, fora do carro, com os braços cruzados, encarando fixamente o Lorenzo que apenas acena em cumprimento.

Vou até ele já me preparando para contar a novidade.

- Olá, meu amor.- lhe dou um beijo saudoso e apaixonado.

- Oi. Vamos?- pergunta, seco.

Suspiro. Não, hoje não! Estamos completando dois anos de namoro. Não vou permitir que nada estrague esse dia. Esse dia é nosso!

- Ei!- chamo-o quando ele inicia o trajeto até o restaurante reservado.

- Sim?

- Eu te amo.- ele sorri, bem pequeno, mas sorri.- Muito.

- Eu também te amo, minha garota. Te amo muito.

- Então vamos aproveitar o nosso dia e nos esquecer de todos os problemas por apenas algumas horinhas?

- Sim, tudo bem. Me desculpa.- suspira.

- Desculpado.- mando um beijo e ele sorri.

- Então, como foi o seu dia?

...

Aproveitamos cada momento, segundo e milésimo do jantar e da nossa noite. Está mais do que claro que eu amo esse homem e que ele é o amor da minha vida.

...

- E então, onde será o nosso destino nas férias de julho?- pergunta, acariciando meu rosto enquanto estou deitada em seu peito, apenas ouvindo as batidas do seu coração.

- Ainda não sei, amor. Onde você está pensando?

- Também não sei. O que importa é que vamos juntos e eu vou curtir muito a minha garota.- sorrio. Amo quando ele diz que eu sou a sua garota.- Sabe, nossos pais estão pensando em ir semana que vem para o litoral. Tipo na segunda e voltar na quarta. Só um bate-volta mesmo. O que acha? A gente pede um desconto de férias e vai rapidão. Parece ser tão bom os planos deles lá.

Ai não. Não quero contar agora para ele.

- Então, amor.- suspiro.-Eu não posso.

- Por quê? Ah, amor, eu garanto que o seu chefe chato vai deixar.

- Não é isso. É que na quarta-feira eu vou ter que viajar para Nova Iorque.

- Vai ver a Cecília, sua amiga de lá? Eu vou contigo então, amor.

- Na verdade, eu vou a trabalho para lá.

- Não acredito! Tu foi requisitada por alguém lá? Amor, tu está muito chique!- sorri animado.

- Não, amor. Eu vou com o meu chefe e alguns advogados fechar um contrato lá.

Ele se levanta imediatamente. Droga! Me sento, torcendo para que tudo ocorra bem.

- Então você está me dizendo que não vai viajar conosco por que o seu chefe vai te levar para Nova Iorque?

- Não como você está pensando, meu amor.- sou interrompida.

- Não me chame de "meu amor".

- Jorge, não faz isso. Eu tenho que ir. É importante isso e é o meu trabalho.

- Essa não é a questão, Martina. Se você ao menos notasse que ele é louco por você, eu até ficaria mais tranquilo.

- Para! Só para, Jorge. Ele não é apaixonado por mim.

- Chega! Cansei, Martina! Tudo tem limite e eu cheguei ao meu. Aproveita.- pega algo em seu bolso.- E fica com essa merda. Não tem mais importância mesmo.- joga uma caixinha vermelha em minha cama.- Acabou tudo entre nós.

- Não, Jorge. Me diz que isso é brincadeira.- nego, desacreditada.

- Ele não é ingênuo? Então, vá com ele, Martina. Deixa a chave com a mamãe que eu venho pegar minhas coisas enquanto você estiver viajando.

- Não, Jorge. Não joga fora o nosso amor. Por favor.- suplico, não me importado com as lágrimas involuntárias.

- Você jogou um pouquinho a cada vez que defende o babaca do seu chefe que conseguiu o que queria, se colocar entre nós. Felicidades ao mais novo casal. Sejam muito felizes, ok?

Sai. Sem mais nem menos. Me deixando sozinha, enrolada em um lençol, com uma caixa de veludo vermelha ao meu lado, juntamente com as lágrimas.

Abro a caixa e vejo o anel mais lindo do mundo. É um anel de noivado. Ele ia me pedir em casamento. Não pode ser! Como isso aconteceu? Era para estarmos comemorando agora, iniciando uma nova etapa das nossas vidas.

Continua
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