Podemos |Livro 2| Duologia Podemos|

Capítulo 4 - Visitas inesperadas

Boa leitura!

Jorge

Acabado. Destruído. Desesperançoso. É assim que eu me sinto. Hoje, completando dois anos eu decidi pedi-la em casamento. Quis andar mais um passo em nossa trajetória, mas novamente a pedra chamada Lorenzo nos impediu de avançar.

Hoje eu consegui ter a certeza do amor dele por ela. A forma como o cara sorria, olhava e a admirava não era apenas de chefe - funcionária.

E saber que ela estará mais próxima ainda dele me deixa muito inseguro, muito mesmo. Ela deixou de estar com a família -seu bem precioso- para estar com ele em uma viagem por Nova Iorque.

Não consigo imaginar essa cena, meu peito se aperta de uma forma inexplicável.

Me deito, em posição fetal, deixando as lágrimas saírem, ao menos tentando tirar toda essa dor. Talvez eu tenha sido impulsivo em terminar com ela, mas foi a única solução no momento.

Dói saber que não a terei mais para mim, que não será ao meu abraço que ela recorrerá quando estiver se sentindo mal ou até mesmo feliz.

Tudo que eu quero é tirar essa forte dor, esmagadora do meu peito.

....

- Já estou indo.- murmuro, sem vontade alguma de abrir a porta. Provavelmente é o meu pai ou a minha mãe, já sabendo do término.-Miranda?- me assusto.

- Olá. Como está?

- Bem. Quanto tempo. Entra.

- Sim. Foi uma ótima viagem.- sorri saudosa.

- Como não ser?- resmungo.- Três meses na Europa é o sonho de qualquer um, minha querida.

- Ai, verdade.- sorri.- Ainda mais quando se está ao lado do seu amor. Por que você e a Martina não fazem isso? É tão bom e renovador, até mesmo para a relação. Eu e o..- interrompo-a.

- Nós terminamos.

- O quê? Como? Por quê?

- Longa história.- resmungo, me jogando no sofá.

- Ah, meu querido, eu tenho tempo, relaxa.- ironiza.

Suspiro e começo a lhe contar tudo. Desde a chegada do chefe, as brigas e até chegar a noite passada.

- Você ia pedi-la em casamento?- pergunta animada.

- Você só ouviu isso?- resmungo.

- Ai, credo! Muito ranzinza mesmo. Só a Martina para aguentar mesmo.

- Nem ela aguentou.- suspiro.

- Aguentou sim e aguenta muito mais porque vocês se ama. Não sei o que deu na sua cabeça para terminar com ela. Agora que você deixou o caminho livre para o outro. Até então, ela nunca deu moral para ele, mas será conquistada, Jorge. E acredite, quando uma mulher é conquistada de verdade, não importa se ela não sente nada, ela passa a sentir sim.

- Ah sim, obrigada pela ajuda.- ironizo.

- Não estou ajudando mesmo. Quero te mostrar que estando longe dela será pior. Não se lembra de como ficamos juntos? O Pedro não ligava para mim e você me conquistou. Menino, eu não sentia nada, mas a sua tentativa árdua me deixou apaixonada. Viu como funciona?

- Você tem razão!

- Eu sempre tenho, meu bem.- debocha.- Agora vá tomar um belo banho, tirar esse cheiro de bebida horroroso, se veste bonitinho porque você vai pagar nosso café da manhã e então ir ao encontro da sua amada.

- Abusada mesmo, não?

- E você me ama assim. Então anda logo que eu quero passar na casa dos meus pais e matar a saudade.

- Sim senhora.- sorrio mais animado e me levanto.

- Assim que eu gosto.- brinca.

....

Saio do banheiro e escuto a campainha tocar.

- Quem é?- grito e a Miranda não me escuta.

Desço as escadas e me assusto ao vê-la.

- Tini?

Continua
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