Capítulo 3 parte 2

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Aproveitando mais uma vez aqui, para pedir a quem vem me lendo, que me ajude nem que seja no compartilhar esse nosso romance nos meios sociais, para que mais pessoas venham a conhecê-lo, vamos de mais um trechinho que eu pessoalmente ameeeeeeei escrever e espero de todo coração que vocês também estejam gostando. Beijocas e abraços meus amores, até mais...


Adra;

     Noa protelou para ir embora o quanto pode, mesmo vendo que eu estava melhor. Mas com a chegada da diarista, ele não tinha mais desculpas que o prendesse, onde me pareceu bastante claro que ele não queria estar. Só depois que ele se foi que me dei uma chance de pensar em tudo que não aconteceu e jamais iria acontecer entre mim e ele. Noa era um homem bom, mais que muito bom se fosse justa, era difícil estar perto dele, sentir seu calor e seu aroma almiscarado e não reagir de forma quase indecente e apaixonada à frente dele.

    Qualquer mulher que caísse nas graças de estar ao lado de alguém como ele poderia se considerar uma mulher de sorte. Mas não eu e não que eu não quisesse, quem em sã consciência não ia querer uma chance com ele?

    Eu não estava preparada para isso, talvez nunca estivesse e ele ser um dos irmãos do pai da minha filha, só vinha a somar contra nessa equação infeliz de destino que acabou nos unindo. Pelo meu bem, e dele também: eu tinha que parar de ficar pensando nele, suspirando e desejando que tudo fosse diferente porque não era, e jamais seria.

    Não era ele o problema, era eu. Até alguns meses atrás eu nem imaginava que ainda estivesse viva, sei que venho sendo repetitiva, mas não deixa de ser verdade. Sendo assim, como costumam dizer por aqui: Bola pra frente...

    Mas o dia passou, o dia seguinte chegou e volta e meia estava eu pensando nele. Logo Aíthra estaria em casa, me programei para leva-la a praia se não chegasse muito cansada da casa do pai. Era possível que fosse o que eu precisava também. Umas horas ao sol de fim de tarde com minha filha, sem pensar nele, sem pensar no que vinha acontecendo comigo esses dias, nada que me deixasse mal. Eu não queria ser consumida pelo medo, mas estava difícil. Meu médico não viu nada de anormal nos exames, mas pedira outros por prevenção e eu não podia negar que estava quase em pânico com a ideia de que tudo tenha sido em vão e meu tempo estivesse acabando.

    Paula que veio trazendo Aíthra e por mais que tentasse disfarçar, estava claro a mim que algo não estava bem com ela. Eu não queria passar por intrusa, mas ela tinha a mim como amiga e fiquei com um grande dilema, até que decidi convidá-la a ir conosco para a praia.

    Não acreditei que ela iria, mas ela decidiu-se a ir, elogiou meu cabelo e me disse que Aíthra fora a princesinha da festa de noivado dela com Theo.

    Algo muito sério a estava incomodando e conforme o tempo fora passando, mais certeza eu tinha de que também dizia respeito a mim. Não que ela tenha me dito em palavras, mas na forma que olhava pra mim quando acreditava que eu não estivesse olhando de volta.

    Só quando Aíthra se enturmou com outras crianças no parquinho anexo ao bar a beira mar, que entabulamos uma conversa ainda que tímida e longe do que senti que ela queria mesmo me contar. Ou me perguntar.

– Eu jamais imaginei que me apaixonaria tão rápido – ela me diz com tristeza –, ainda mais por alguém que já tem um passado... Eu adoro a Aíthra, não duvide. Gosto mesmo, como se ela também fosse minha filha.

– O que está te incomodando, Paula?

– Estou me sentindo uma intrusa. – me diz sem graça e seguro em suas mãos com carinho.

– Paula... Jamais aconteceu algo entre mim e o Theo, após a noite que... – destruiu minha capacidade de acreditar nos homens, penso, e concluo que mesmo após todos esses anos eu ainda guardava traços de ressentimento. Mas não passaria isso a ela, por ela e também por ele, eles mereciam ser felizes, por eles e por Aíthra e concluo – Theo fora um acidente de percurso, se não tivéssemos Aíthra, não teríamos nada em comum.

    Paula começa a chorar baixinho e sentido, ainda permitindo que eu segure suas mãos sobre a mesa que dividíamos.

– Por favor, Paula. Acredite em mim. – era possível que estivesse pensando que ainda havia algo entre mim e Theo?

– Estou grávida! – ela solta de súbito, chorando ainda mais – Eu não sabia até hoje de manhã, tomo remédio há anos por causa de ovário policístico e não acreditei que pudesse acontecer, não assim, nem tão cedo... Você é a primeira que contei, não sei o que fazer...

– Não está pensando em aborto, está?

– Não! Não sei... Está tudo errado, era você que deveria estar com Theo, eu ainda tenho um ano de faculdade pela frente e sonhos... Eu entrei de gaiato nessa história.

– Não sei o que é gaiato. Sonhos se adequam, e eu disse que tirando Aíthra eu não tenho nada com o Theo nem nunca terei, acredita em mim, Paula, se acalma. – digo baixo e a puxo pra mim abraçando-a com carinho – Vamos voltar lá para o meu apartamento.

– Como pode ser assim comigo?

    Não entendi a pergunta dita entre lágrimas e ela se afastou do meu abraço, mas manteve uma mão entre as minhas.

– Ser assim, como? – assim que pergunto me dou conta de que ela não acreditava em mim no que se referia ao Theo e começo a rir sem controle.

    Sinto pena dela nesse momento, ela me colocava num patamar que eu nunca estive com relação ao Theo ou qualquer outro homem em minha vida. Paula funga e seca os olhos, era tão bonita e jovem, tinha uma vida inteira pela frente, insisto mais uma vez em leva-la de volta ao meu apartamento e agora ela cede.

– Eu sinto que gosta de mim de verdade – ela diz de repente –, mas justo eu...

– Porque eu não iria gostar? – contraponho, notando a fragilidade evidente dela com o assunto, acrescento – Você vai dar um irmão ou irmã para Aíthra, é carinhosa com ela e comigo. – enfim, eu gostava dela e ponto, mas ela parecia estar precisando ouvir isso de mim.

– Aíthra, meu amor, vamos – sem pensar muito acrescento – Mamãe dois tem uma novidade para nos contar, não é Paula?

    Aíthra nem pensou ao levantar-se e vir aonosso encontro, estando pago a conta seguimos de volta com Aíthra ao meiosegurando em nossas mãos.    

*


Pequenino sim, mas com conteúdo.  Beijos e mais beijos, adoro vocês. 

Carol Sales.

Aprendizes do Amor - NoaOnde histórias criam vida. Descubra agora