Capítulo 4 parte 2

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Noa;

      Quando acordei em meu quarto horas mais tarde, a confusão já havia sido instaurada na mansão e Giselle estava o catiço como diria minha mãe. Sua ira não era direcionada a mim, mas sim a Vicky e ao Geraldo por terem armado toda a situação que me levara à cama com ela. Geraldo já havia partido da ilha, fora despedido com uma mão na frente e a outra atrás e Vicky como Giselle a chamava, partira nas primeiras horas do dia e nem chegaram a se encontrar.

– Era dela que eu estava falando com você ontem – ela me diz entre lágrimas de ódio – a vadia, desgraçada. Urrrg que ódio.

– Está me dizendo que está apaixonada por ela? É isso mesmo que entendi?

– Estava. – ela grita – Passado, pretérito mais que perfeito!

– Cacete. – murmuro – E ela também é bissexual. – fora mais uma constatação que uma pergunta – Eu não sabia. Desculpa Giselle. Eu jamais teria ficado com ela se soubesse que era rolo seu...

– Eu sei, também não imaginava que ela viria pra cá sem mim. Ou que Geraldo fosse tão burro de achar que eu cairia nessa armação e ficaria a favor dele contra você. Mas entenda que ela não é o tipo de flor que se cheira e saiba ela morava comigo.

    Gelei por dentro com as informações por vários motivos, mas não tinha nada que eu pudesse falar no momento.

    Não era culpa da Giselle que eu tinha me colocado nessa situação, só que conhecendo meus pais como imaginava conhecer, era melhor que eles soubessem de mim por mim mesmo, antes que outra pessoa contasse. E também, conhecendo-os como conhecia, não fazia ideia de qual reação teriam, tanto podia ser de total horror quanto eu podia virar a chacota da vez e em ambas as situações uma certeza eu tinha; estava ferrado, pra não dizer outra palavra que também começa com F.

– Não posso mais fazer isso. – digo a Giselle esperando que ela me entenda – Não sou mais nenhum garoto cheio de hormônios e nada na cabeça que um dia fora, se é que já fui assim um dia.

– Imaginei que cedo ou tarde me diria isso, só esperava que não tão cedo, ou quando eu preciso tanto de alguém como você no mesmo barco, mas entendo de verdade, te entendo. Se pudesse também caia fora. Mas não posso agora...

    Eu não me atreveria a perguntar seus motivos se não havia como eu continuar nesse barco.

– Desculpe Giselle, eu realmente não tenho mais como continuar com isso.

– Adra?

– Quê que tem ela?

    Nova sensação de calafrio percorre em meu corpo, não querendo acreditar que Giselle usaria Adra para me compelir a ficar, encaro-a e adivinhando meus pensamentos, ela me dá as costas e a sigo.

– Queria poder te dizer que jamais cheguei a pensar em usá-la, ela é uma mulher linda e como você, tem classe...

– Não vai fazer isso. Giselle, se você sequer voltar a pensar em usar a Adra em qualquer dos seus assuntos eu nem sei o que fazer, mas não vou deixar barato pra você com certeza!

– Mas se ela quiser, não posso dizer que negaria. Noa, eu não estou em condições de negar clientela! Tenta entender!

    Eu não tinha nada o que entender. Giselle não faria isso comigo, e Adrastea tinha que saber onde estaria se metendo, se entrasse nessa. Deixo Giselle no cais e volto para a mansão com ela a me seguir.

Aprendizes do Amor - NoaOnde histórias criam vida. Descubra agora