Aprendizes do Amor - Noa

Capítulo 4 parte 3

Aproveitando a deixa no livro de Noa, tal como Noa fez no livro do Theo, querem saber como anda Theo? Eis abaixo e foto meramente ilustrativa acima, beijocas minha gente, sem vocês aqui me lendo eu já teria desistido de postar meus rabiscos.

Theo;

     Não era algo que podia esperar até o próximo natal para ser dito, pelo que entendi da ligação de Noa hoje mais cedo. Joshua não ia vir de onde estava morando se não fosse algo realmente sério, e eis que mais uma vez, estaríamos na casa de nossos pais para uma reunião em família amanhã e honestamente, não sei se era um bom momento para estar com todos eles. Paula estava estranha comigo, parecia ter se distanciado de mim nos últimos dias e eu não sabia o que havia feito de errado.

    Ontem a peguei chorando no banheiro que agora dividíamos, no apartamento que dei pra ela. O meu passaria por uma grande reforma que quando estivesse concluída nos serviria melhor. Eu devia ter me mostrado, dito alguma coisa a ela e não fiz, mas fiquei com isso na cabeça. Ela teria me dito que havia mudado de ideia a me dar uma chance? Seria o motivo do seu choro e distanciamento de mim?

    Linda sempre dizia que num relacionamento a dois, não devia deixar pra depois o que se podia resolver na hora e sei que fui fraco, deixei o medo falar mais alto e tive uma péssima noite de sono por isso. Não havia muito tempo que ficamos noivos e tínhamos tudo pra dar certo junto. Paula ia se formar em um ano e eu garantiria que viesse trabalhar no grupo e não passasse todas as privações dos primeiros anos na busca de estágios remunerados e até que estivesse pronta para assumir seus próprios casos. A Dra Faria assumiria de bom grado essa empreitada, aceitando-a como sua pupila na área de família que era a área que Paula mais gostava, e talvez fosse toda essa pressão que estivesse afetando nossa relação.

    Mas meu medo de perdê-la me deixou incapaz de chegar junto e descobrir se o problema era eu e tudo que estar comigo representava.

    Paula era uma menina na flor de seus 23 anos, ainda que mais madura que muitas da sua idade. Ela tinha uma ambição saudável e objetivos centrados em futuro promissor, e eu a amava de verdade.

    Tinha que deixar claro pra ela que a queria do meu lado em todos os aspectos da vida, mas caso ela tivesse reavaliado nossa relação, por mais que isso me doesse só de imaginar, eu a deixaria partir. Por mais que quisesse acordar todos os dias ao lado dela e amá-la como se não houvesse o amanhã, não me sentia merecedor desse amor.

    Eu havia cavado meu próprio destino há alguns anos, tinha uma filha que só vim a conhecer há pouco tempo devido a circunstâncias sinistras, Paula era um prêmio que eu não merecia.

    Ela merecia bem mais do que eu podia dar, essa era a verdade e pensar que não a teria estava me consumindo.

    Ciente disso, com essa linha de pensamento, eu passei boa parte da manhã amuado ligado no automático. As linhas dos contratos se misturando à frente dos meus olhos cansados, que foram assinados tão somente porque eu tinha uma equipe fantástica e uma secretária a qual eu sabia que podia confiar cegamente. E estava para perdê-la também, dou-me conta de súbito. Pois duvidava que seu noivo e também sócio do meu grupo, o Julian; deixaria que ela continuasse sendo a melhor secretária administrativa que eu já tive em todos os tempos, após se casarem. Pensando nisso que pego o interfone e a chamo à minha sala.

    Rosana me atende prontamente, passo os documentos assinados e aproveito para perguntar;

– Tem mais alguma coisa?

– Tem a reunião às 16 horas dos associados com o grupo Amorim & Cádiz. Por quê?

    Em outros tempos ela teria medo de me fazer qualquer pergunta por mais inocente que fosse, e até isso sei que sentiria falta quando ela deixasse de trabalhar pra mim. Era algo que vinha da convivência no dia a dia, algo que sei não deixaria que qualquer outra secretária tomasse a liberdade de fazer comigo.