Capítulo 1 parte 2

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Chegando aqui com mais um pouco desse nosso gostoso, venho também pedir a quem possa, que avaliem minhas obras no amazom e a quem ainda não tenha e possa, que compre e me ajude a ter ao menos um mínimo que me permita continuar aqui dia a dia escrevendo e postando minhas obras para vocês. Se a situação está ruim pra comprar, não tenha neura, sei que mesmo não sendo tão caro muita gente que nos lê por aqui não tem como comprar, mas ainda poderá me ajudar comentando nos meios sociais e chamando mais pessoas a ler se quiser, só conto com vocês aqui gente e eu adoraria que Noa não fosse meu último livro compartilhado com vocês, mas realmente preciso de toda e qualquer ajuda que vocês puderem me dar pra eu continuar nesse meio, enfim, chega de conversa que Noa tá aí, espero que gostem, beijocas gordas estaladas em vocês e até breve.


Noa;

     Dias se passaram e mesmo no último momento eu não acreditei, precisei ver para crer que ela iria até o fim em seu intento de me mostrar qual era o meu lugar na vida dela. Adra estava determinada e eu não deixaria que Giselle fosse além do que já tinha feito com ela.

    Giselle conseguiu o que queria. Eu estava de volta no jogo. Se a mulher que eu queria preferia uma fantasia, ela teria a sua fantasia sim, mas comigo, por isso segui adiante, cheguei ao barco pouco tempo antes delas e me arrumei rápido. Eu usaria uma máscara com microfone embutido que disfarçaria minha voz.

    Preferia que não fosse dessa forma, mas já havia entendido que de outro modo eu não a teria. Adra ainda era apaixonada pelo meu irmão, e ser meu irmão em uma fantasia era a única forma de tê-la em meus braços. Então somos deixados a sós, Giselle vai embora e qual não é a minha surpresa quando pergunto para Adra com quem ela gostaria de estar nesse momento e ela diz meu nome e não o do Theo.

    Era a mim que ela queria e quase tiro a máscara nesse momento, mas não podia, eu tinha certeza de que ela tinha dito meu nome por acreditar estar lidando com um desconhecido e quanto mais me conscientizava disso, mais compreendia que só teria essa noite com ela. Então, que assim fosse.

    Passamos a noite juntos e a amei em silêncio, fiz com que usasse um colírio manipulado que a impedia de me ver e eu pudesse tirar a máscara em alguns momentos, foi incrível e único. Mas acabaria em breve e eu não queria que acabasse. Adra não fazia ideia do que eu havia feito pra ter esse momento com ela e tive que sair antes do sol raiar.

    Não havia nada de conveniente no amor que eu sentia por ela, quem me dera pudesse simplesmente desligar e recomeçar, mas eis que assim era a vida, a minha ao menos e eu nem podia reclamar o leite derramado. Havia feito por onde e reclamar não ia mudar o fato de que eu voltaria a me prostituir como antes. Não mais por dinheiro há muito tempo, mas não deixava de ser um puto.

    Se Giselle me visse nesse momento iria rir de mim. Estava ali uma mulher que eu nunca imaginei amando mais a alguém que a si mesma. Fazia o que queria no tempo e com quem quisesse, e era feliz assim. Talvez eu devesse aprender a ser menos desgarrado com ela. E eis que o telefone toca e é a própria.

    Uma semana havia passado desde minha única vez com Adra e agora ia começar o jogo, atendo ao telefone já sabendo de antemão que vinha bomba.

– Está sozinho meu querido?

– Estou, pode falar.

– Amanhã de manhã na ilha para evento da tarde para a noite, posso contar com você?

– Estarei lá.

– É muito bom ter você de volta no grupo, Noa.

– Não posso dizer o mesmo, mas não vou te decepcionar.

– Se acha que não dá, deixa rolar, passo pra outro.

– Não. Eu vou numa boa, já disse.

    Giselle tinha uma pousada numa pequena ilha particular onde recebia pessoas da alta sociedade e seus desejos variavam do mais bizarro ao mais comum, entre outras locações e posses que eram usados para o mesmo fim. Sexo sem compromisso. Nos conhecemos na faculdade, eu achava que queria fazer hotelaria, mas ela estava investindo alto na pousada da ilha que herdou do pai e sabendo que eu pretendia deixar a faculdade, acabou me contando seus planos e sobre as pessoas de ambos os sexos que já vinham trabalhando pra ela e eu acabei me tornando um desses.

    Não nego que era divertido e eu sempre pude escolher a quem eu daria atenção, além de ganhar muito dinheiro com isso. Mas o tempo foi passando e quando enfim apareceu a mulher certa pra mim, eu que não era o cara certo pra ela. Vida que segue não é mesmo?

    Então alguém explica pra mim porque eu havia feito de um dos apartamentos da cobertura que antes usava para locação como meu lar? Eu sabia e estava me fazendo de bobo agora, era o mais perto dela que eu poderia estar. E minha vontade de descer alguns andares era enorme, mas se ela não estivesse em casa eu já ficaria pensando besteira. Theo, dizia estar em outra, mas não largava o osso. Chegou até a leva-la pra casa dele em Angra e talvez ela ainda estivesse por lá com Aíthra, minha linda sobrinha. Filha dela com Theo.

    Eu teria mais uma noite de merda nesse apartamento enorme que começara a pouco a fazer de lar, mas havia ainda muita coisa pra por fora para que ficasse do jeito que eu queria e me faltava o principal; ânimo. Ao menos meu quarto e parte da cozinha já estava mais ao meu gosto e também, de que adiantava uma casa enorme se ela não estaria aqui junto comigo? Se ela preferia transar com desconhecido a me dar uma chance, o ideal era que eu desencanasse. Mas acho que nem o tempo tiraria do meu peito essa dor de ser preterido por ela dessa forma e ainda assim estava aqui e de certo continuaria aqui à espera de qualquer migalha de sentimento que ela me desse.

    Decido tomar outro banho antes que a ideia de descer fique ainda mais insuportável, faria um lanche e me deitaria, se eu conseguiria dormir, já era outra história.

    Não esperava receber visitas e estava molhado do banho só com uma toalha enrolada na cintura indo pra cozinha quando a campainha toca e vou atender. Giselle entra sem fazer cerimônia, e apesar de ela não olhar pra mim com cobiça feminina há muitos anos, sinto-me pouco à vontade de estar à frente dela só de toalha.

– O quê veio fazer aqui? – pergunto a ela antes de seguir ao quarto pra por um short e uma camiseta.

– Não achei que estaria aqui. – ela grita da sala e remenda – Quer que eu vá embora?

    De fato ainda não tinha contado que estava praticamente fazendo o apartamento de moradia então ela acabava vindo em boa hora.

– Só se sua intenção de ficar seja para trabalhar alguém porque eu estou morando aqui. – digo a ela a sair do quarto que estou usando.

– Hoje não, só financeiro mesmo. – ela me responde.

– Foi bom você ter vindo então, assim me adianto a te pedir que dê um tempo a usar o apartamento enquanto eu estiver morando aqui.

– O quê aconteceu? Brigou com seus pais?

– Não, não briguei com ninguém, só quero fazer daqui meu espaço de agora em diante.

– Certo. E com tantos imóveis menores escolheu ficar aqui por quê?

– Me perguntando algo que já sabe a resposta, Giselle?

– Até esse momento eu somente desconfiava. – ela diz a me seguir até a cozinha.

    Ela ainda não tinha visto as mudanças que tinha feito no ambiente e pelo assovio dela eu entendi que ela gostou. Mexer com madeira acabou se tornando mais que mero passatempo pra mim há algum tempo, mas tudo que não a envolvesse, ela acabava não tomando conhecimento, fosse de mim ou qualquer outra pessoa do convívio dela e antes que ela atrevesse a continuar no assunto Adra, perguntei sobre quem eu iria trabalhar no dia seguinte.

– Leve, bonita, vem de Manaus para a ilha e merece o melhor de tudo que temos a oferecer.

– Sei, e esse melhor sou eu? – pergunto descrente.

– O melhor de todos que já tive e você devia saber disso. – responde como se ralhasse comigo. 

*


Carol Sales.

Aprendizes do Amor - NoaOnde histórias criam vida. Descubra agora