Esse livro será postado até o fim!
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Capítulo I
"Chorar é diminuir a profundidade da dor". Shakespeare
Sigo pela avenida que me leva de volta ao meu dormitório no campus ligeiramente apressada, meu ônibus para HaverHill, onde meus pais vivem parte em 3 horas. A cidade está praticamente vazia,as férias de verão começaram a uma semana e aqui estou eu, saindo do trabalho tarde em uma sexta, Bill meu chefe mesquinho acredita que porque terei 4 semanas livres deveria trabalhar mais, mas tento não reclamar, se não fosse por Bill estaria trabalhando em um desses bares universitários, e não em seu café totalmente civilizado.
Vir para Dartmouth cursar Arquitetura foi a realização de um sonho, estudei com afinco durante todo o ensino médio, dessa forma consegui tirar a nota máxima no SAT(similar ao enem no Brasil). Havia me inscrito para Dartmounth e Yale, sabia que não poderia pagar, então entrei também com o pedido da bolsa de estudos.
Fui aceita em ambas as Universidades, mas apenas em Dartmounth teria bolsa integral, então me tornei aluna desta Universidade. Me deslumbrei com a beleza do campus, os prédios de tijolos, os jardins enormes e muito bem cuidados, várias espécies de árvores distribuídas em torno de todo campos.
O ambiente vibrante, os cafés com wifi onde estudantes passam os dias estudando, bebendo café e comendo pães de canela.O refeitório servia de tudo então não teria problemas com minha alimentação, a biblioteca era um paraiso, ja previa que passaria muitas horas ali. Já no primeiro dia , em que alunos fazem um tour pelo campus e depois são alocados em seus dormitórios conheci Charlotte, uma garota ruiva, ligeiramente hiperativa, porém muito gentil, educada e capaz de me contagiar com sua alegria. Nos tornamos amigas sem nenhuma dificuldade.
Viro a rua, decidido a passar em um mercado para comprar algo que eu possa comer durante as mais se 10 horas de viagem até minha terra natal.
Entro no mercado e o sino da porta toca sinalizando minha presença, pego 2 sanduíches light, uma coca, algumas barras de cereal, balas, 2 garrafas de agua mineral e sigo para o caixa. John, um senhor de aproximadamente 50 anos, calvo e ligeiramente barrigudo me atende com um enorme sorriso.
- Ana! ele diz enquanto empacota minha pequena compra- o que ainda está fazendo aqui, não vai viajar nas férias?
-Vou sim, hoje a noite! Ele fala um valor e eu lhe entrego o dinheiro.
- Boa viagem mocinha.
- Obrigada!
Saio de mercado, está mais escuro ainda, faltam 4 quarteirões para chegar ao meu dormitório.Todas as casas e prédios em Hanover parecem ter parado no tempo, são lindos, as construções clássica que remotam ao estilo arquitêtonico de 100 anos atrás, e eu amava tudo isso, estar em hanover é como viajar no tempo, em uma época onde tudo parece mais calmo e aconchegante.
Mas nesse exato momento a calmaria e aconchego típicos da minha pequena cidade não me alcançam.Sou dominada por um mal pressentimento, um arrepio percorre minha espinha, sem explicação e origem aparente,será que estou sendo seguida? Olho para trás, não há ninguém, estou ficando paranóica, mamãe me fez o discurso completo sobre os perigos da "cidade grande", certamente um exagero. O medo não passa, sinto como se milhares de agulhas estivessem fazendo pequenos buracos na minha pele. Minhas mãos estão frias , apresso o paço
Viro a esquerda, a sensação de que algo ruim está para contecer não me abandona, caminho mais rápido, faltam apenas dois quarteirões, ouço passos apressados atrás se mim...acho que não estou tão paranóica assim.Antes que eu consiga olhar para trás novamente uma mão tampa e minha boca, enquanto sou agarrada pela cintura. São braços de um homem, os lábios dele se aproximam da minha orelha direita, sinto o seu hálito quente, e o cheiro de álcool
- Fique bem calada, senão eu te mato.
Meu coraçao agora bate forte, sinto como se ele estivesse batendo dentro da minha cabeça, minga visão fica turva.Deixo as sacolas caírem enquanto ele me puxa para um longo beco escuro.
[...]
Pareço estar flutuando em águas calmas, não há nada, apenas eu e a escuridão, ouço sons, mas não posso dinstinguí-los, gradativamente a sensação de tranquilidade se vai, uma dor aguda reeinvidica a minha paz, começo a entender os sons, são vozes cujas palavras são indiferentes para mim, passos, sons mecanicos.. talvez máquinas.Estou entorpecida, cansada volto a dormir.
Desperto ,sinto meu corpo perfeitamente agora, há tanta dor, tento isolar cada ponto, pois parece que tudo dói, um dos braços, minha cabeça, minhas costas... é demais para mim, volto a imergir na escuridão.
Dessa vez é diferente, não estou mais só, as águas calmantes se foram, e sob mim há uma superfície áspera, dura e suja, um corpo muito pesado está comprimindo o meu contra o chão, ouço gemidos, o que estã acontecendo? Porque dói tanto? Um som oco de batidas se junta as gemidos, ouço gritos e súplicas, e percebo que quem grita sou eu, o som oco é minha cabeça sendo batida contra o chão...
[...]
- Helen ela está se movendo... e chorando! -Uma mulher loira, pequena, com feições delicadas e olhos verdes se aproxima do leito, onde Ana esteve em coma induzido por 2 meses, ela toma uma das mãos de Elizabeth nas suas, afagando-a para acalmá-la. Helen olha para a mulher que está diante dela, Elizabeth não deve ter mais que 50 anos, os cabelos pretos e espessos na altura dos ombros emolduram o rosto alongado, os olhos amendoados combinam com a pele morena clara, os olhos cercados pelas primeiras rugas estão estampados com olheiras profundas que denunciam como foram difíceis as ultimas semanas.
- O Dr. Michael decidiu que já era seguro diminuir os sedativos aos poucos para que ela acordasse, provavelmente a medida que ela desperta alguma lembrança dos fatos está tomando seus pensamentos.Sua filha vai despertar totalmente em breve.
Elizabeth não consegue conter as lágrimas, e elas correm livremente pelo seu rosto. Ela segura a mão de Ana que não está enfaixada, fazendo círculos com um dos dedos.
-Maldita hora que esse monstro imbecil cruzou o caminho da minha filha...maldito...maldito!. Tenho até medo da reação dela quando acordar...-Elizabeth disse, com a voz que transmitia ódio e angustia ao mesmo tempo.
Helen afagou seus cabelos em uma tentativa de consolar essa mãe desesperada.
-Fique calma, Ana terá uma rede de apoio, não estará sozinha.
Elizabeth encarou a filha, entubada, com um braço quebrado, o rosto cheio de manchas amarelo-esverdeadas de hematomas que se curaram, usava um curativo na cabeça e estava mais magra.Não havia mandado a filha para a Universidade esperando que algo do tipo fosse acontecer.Beth se despertou do devaneio com a entrada do Médico que cuidara de Ana
Michael Baker entra no quarto, mesmo com a expressão de cansaço em seu rosto não deixa de ser incrivelmente lindo, com seus 1.90 ,maxilar quadrado, pele levemente bronzeada, olhos de um azul tão profundos que parecem pretos e cabelos castanhos, nunca deixa de ser notado pelas enfermeiras e pacientes do hospital.
- Como está a nossa pequena sobrevivente? Recebi um sinal de que o ritmo cardiaco havia mudado, ela irá despertar em breve.
-Graças a Deus, não aguento mais vê-la assim-diz Elizabeth. Michael se aproxima, acaricia levemente o rosto de Ana, desde que ela chegou adquiriu um genuino afeto pela paciente, verificando-a todos os dias, mesmo que isso não fosse seu trabalho, pois sua especialidade era neurologia. A noticia do estupro da caloura de Dartmouth, que foi encontrada praticamente morta em um beco próximo ao campus esteve na capa do jornal de Hanouver por semanas . Para ele sempre havia sido chocante acompanhar este tipo de notícia, mas ter a vítima sob seus cuidados tornava tudo mais intenso....
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Renascida para o amor...
RomanceSinopse Ana Raen é uma típica garota do interior, criada em uma família cristã, por pais amorosos porém rígidos. Agora vivendo sozinha em Hanover uma cidade localizada no estado americano de New Hampshire, no Condado de Grafton, para estudar Arquite...