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*(CONTINUAÇÃO CAPITULO-4)*

# TERÇA FEIRA #

  Hoje eu resolvi pegar uns documentos no colégio, a secretária já havia ligado umas cinco vezes mas eu sempre esquecia. Já que meus pais trabalhavam muito, me autorizaram a levar a documentação pra rematricula semestral. Maaas, eu, como sempre, havia esquecido. Acordei cedo (nas férias isso pode  ser considerado um milagre), comi algo e fui pegar uma roupa. Estava calor então optei por um shorts não tão curto, uma blusa solta e uma rasteira. Peguei minha roupa íntima e fui tomar banho. Depois de tudo pronto peguei a papelada, tranquei tudo e saí.

  Tinha acabado de dobrar a esquina quando esbarrei em algo. Ou melhor... Alguém.

*Eu*

-Que droga!- deixei escapar. Abaixei pra pegar os papéis do chão que caíram com o impacto.  Ele também abaixou e me ajudou a pegar algumas folhas. Não fez mais que sua obrigação, pensei. Tive que pegar alguns papéis atrás dele que não sai do lugar. Ah fala sério, ele vai ficar parado aí e depois vai começar a fazer graça?! Só isso que sabem fazer, dar encima da gente. Fiquei a sua frente para pegar os papéis quando ele falou.

*Ele*

-D desculpa, e eu estava destraido. Não tinha a intenção de derrubar suas coisas ....- Foi aí que reparei no seu rosto. Cabelos lisos, curtos, rosto pálido de criança. Usava uma blusa de manga, azul e uma calça jeans desbotada. Foi só aí que reparei nos seus olhos, de um tom azul celeste que fixavam um único ponto. Pera aí, ele é cego? Aí deu deus, eu quase briguei com um cego.

*Eu*

-Ah, é t tudo bem. Eu também tava destraida.- resolvi falar algo pois ele parecia constrangido. Peguei as folhas que ele havia pego juntando com as outras. Resolvi chamar o cachorro dele, um fofo, devia ser seu cão guia.- Acho que ele é seu.- ri lhe devolvendo a coleira.

*Ele*

-É, ele é. Obrigado. - sorri sem levantar do chão já que fazia carinho no seu cachorro. Eu adorava todos os animais mas os cães eram os meus favoritos. E aquele pelo era tão bom de apertar. Acho que ele notou que gostei. - O nome dele é Max.- disse apontando pro cão.

*Eu*

-Aah, você é um fofo Max.- abracei ele no pescoço enquanto abanava o rabo, feliz da vida. - Eu sou a Sara. -me apresentei, mais precisamente para o Max, mas acho que ele achou que era com ele.

*Ele*

-É, eu, sou o André, prazer.- e estendeu a mão. Apertei

*Eu*

-Prazer. - pera, agora que eu percebi. Todo mundo desse bairro estuda no meu colégio e eu conheço tanto esse, como vários bairros vizinhos, mas nunca vi esse gato aqui. Sei que ele é cego, mas cá entre nós é o maior gato. Aí meu Deus e se ele tiver perdido? Curiosidade bateu.- Você mora aqui perto? ? Desculpa a curiosidade, é que eu nunca vi você. - perguntei sem jeito.

*André*

-Tudo bem. Eu acabei de me mudar rs- opa, como assim "se mudar"? Não é possível que a Rafa estivesse certa e esse seja o garoto que ela falou. Fiquei espantada e deixei as perguntas escaparem.

*Eu*

-Voce é meu vizinho?!- levantei e apontei. - Mudou pra 224 virando a esquina não é? ?

*André*

-É!- ele pareceu espantado e surpreso por eu saber seu endereço. - Voce mora na 222??

*Eu*

-Sim. E você na 224. Portanto você é meu vizinho.- Calma se ele é meu vizinho e a Rafa tá certa, preciso contar pra ela sobre... Bom, sobre ele. Tenho que encerrar a conversa, mas antes... Como todo bom vizinho. - Bom, nesse caso, seja bem vindo. - o cumprimentei sem saber direito oque fazer. Ele sorriu timidamente. Meu Deus, que sorriso foi esse?? Esquece, tenho que ir. Claro que sem ser deselegante. - Eu tenho que ir, mas você pode aparecer qualquer coisa, afinal de contas a gente é vizinho né.- brinquei

*André**

-Nesse caso, até outro dia.- concordei com a cabeça e sai. Meu Deus, preciso contar pra Rafa e rápido. Mas primeiro vou levar esses papéis logo pro colégio.

Apaixonada por um cegoOnde histórias criam vida. Descubra agora