5 de agosto de 2017
O professor começa a entregar as provas de física, e eu estava super sem expectativa.
Ele se aproxima de minha mesa com o mesmo brilho que tinha no dia anterior quando perguntou sobre minha nota
–Foi muito bem! Parabéns! –ele me entrega a prova sorrindo exageradamente, que porra esse cara tem?
–Ah.. uau.. obrigada! –eu digo meio confusa, tirei 60, a nota que eu disse ontem que queria tirarAo sair da classe, Kastra me encontra dizendo que quer me mostrar algo. Receosa sigo ele
–O que quer me mostrar, mano?? – pergunto aflita enquanto ele leva pra fora da escola segurando levemente meu braço.
–Paciência garota. Entra aí no carro – ele diz abrindo a porta de um BMW preto
–Cê tá louco se pensa que vou entrar nessa merda –digo irritada enquanto dou meia volta. Já aprendi a lição e não entrarei mais em carros de "estranhos".Quando alguém tampou minha boca com um pano e ao tentar respirar fui me sentindo fraca e incapaz de me manter em pé. Meus olhos pesaram de uma maneira surreal e eu apaguei.
Acordei presa numa cadeira, tinham correntes em volta de meus pulsos amarrados na parte de trás do assento. E meus pés estavam presos também
Tentei, sem sucesso me libertar à força. Causando um barulho alto, que ao parar, ouvi passos vindo em minha direção num longo corredor logo à frente.
–Vejo que minha convidada acordou –Kastra diz adentrando a sala com pouca iluminação e mofo nas paredes metálicas
–Que porra é essa seu embuste?–eu solto irritada e tentando com mais força me soltar das correntes, novamente, sem sucesso.
–Minha vingança –ele diz juntando as mãos perto do rosto e me olhando ferozmente
–Vingança?? -eu pergunto totalmente confusa
–Achou mesmo que ia ficar impune depois de matar Aydan?– ele pergunta arqueando uma sobrancelha.Arregalei os olhos. Como ele sabia?
Espera, foi ele que fez aquele barulho? E não a Mia?!
–Eu tive meus motivos –digo com um olhar vago
–Eu também tenho os meus –ele fala com um sorriso diabólico no rosto, enquanto sai e volta segundos depois com uma faca em mãos –Matou Aydan a facadas, certo?
–O que planeja fazer? –eu pergunto tentando ao máximo não parecer apavorada
–Planejo me divertir um pouco –ele fala enquanto passa os dedos na lâmina da faca admirando-aEle se aproxima de mim, e eu me debato enquanto ele começa a passar a faca de leve no meu braço. O suficiente pra sangrar.
Gemi de dor, enquanto via minha pele sendo cortada.
Eu me debatia mais tentando me libertar, era agonizante!
Ele passou a faca em quase todos os lugares do meu corpo, eu estava sangrando por várias partes, mas jorrava devagar.
Eu estava exausta e todo meu corpo doía pela carne exposta. Minha garganta estava dolorida por gritar tanto.
Ele deixa a faca em cima de uma pequena mesa e antes de sair diz:
–Até mais tarde boneca, a diversão ainda não acabouEu não aguento e começo a chorar. Como isso foi acontecer? Como fui tão descuidada!
Como vou sair daqui?
Tudo que eu queria era ajuda.
Se Deus existisse ele me ajudaria?
A Estrela me ouviria??
–Por favor.. me ajude.. alguém–eu digo baixinho em meio ao choro
Foi quando eu ouvi a doce voz da Anciã. Ela não havia me abandonado!
–Que situação, senhorita Saura
–Estrela Anciã! Você voltou! Por favor me ajude, o que eu devo fazer? Estou perdida!
–Se acalme Saura, relaxe, ouça você mesma. Você sabe o que fazer.
–Que? Eu não sei! Por isso lhe pergunto. Me diga o que fazer para sair daqui!!–eu imploro
–Por que não vem usando seu poder? Por que não o usa agora?
–Poder??? Pensei que tudo fora um sonho!Não pode ser! Eu realmente tenho meu poder?
–Não, não.. foi tudo real, você só precisa olhar nos olhos da pessoa ou do que for, e dizer o que quer! E então ela fará tudo que quiser. Experimente
No mesmo momento entra uma pantera na sala, calma e pacífica.
Seu pelo era totalmente sedoso, a cada lento passo que ela dava ele reluzia a pouca luz da sala. E seus olhos eram do mais puro e claro azul, ela era tão maravilhosa quanto intimidadora.
Eu entro em desespero mas não consigo me mexer, nem poderia amarrada assim.
Meu coração se acelera, sinto que vou ser dilacerada!
Não faz nenhum sentido, caralho!
–Vamos, Saura, experimente! –a voz da Anciã volta
–Com essa pantera?!? –eu penso mas não obtenho respostaÉ, não da pra piorar, certo?
Eu olho a pantera nos olhos, ela estava sentada e me olhava.
–Me liberte dessas correntes– eu digo firme e sem quebrar o olhar, por mais que estivesse tremendo
A pantera se levanta e arranca as correntes de meu corpo com as garras, facilmente.
Eu olho para meus pulsos marcados pelas correntes. E quando procuro pela pantera ela não está mais lá.
Olho no corredor e não encontro nada além de uma porta logo à frente.
Vejo a maçaneta se mover, e vejo uma silhueta, deve se Kastra!
Hora da vingança.
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As Estrelas Também Falam
Ficción GeneralHistória contada pelas próprias palavras de Saura, em seu pequeno diário. Ela escreve seu dia-a-dia que ficou meio insano com o passar dos dias. Mortes. Acreditar no impossível. Ela conhece um "ser" curioso. Tudo muda "Estrela, estrela, como ser...