Capítulo 5

8.4K 932 78
                                    

Carlos Puertas

-Estou ótima... só preciso dormir! - ela se afasta repentinamente. -Boa noite Senhor Puertas... - ela me chamou de Senhor?

O que eu não acreditei foi a batida de porta que deu, fiquei desnorteado. Peguei meu celular e entrei no meu quarto.

-Fala chefe, não está aguentando mais? - ouço a risada de Ryan.

-O que essa mulher tem? - falo até calmo demais.

-O senhor ainda não gritou comigo? Com toda certeza ela tem meu respeito por fazê-lo ser tão educado... - reviro meus olhos.

-Não quero mudar por mulher... - há um silêncio.

-Estava torcendo para ela ser a mulher que faria o senhor voltar a sorrir... - senti algo a mais nessa resposta.

-O que está escondendo de mim Ryan? - a ligação cai, fito o celular franzindo o cenho e ouço alguém bater na porta da casa.

Eu e Vallentina abrimos a porta dos quartos ao mesmo tempo, o que fez nossos olhos se encontrarem.

-Você está esperando alguém? - falamos juntos. Ela nega e vou na frente, com Ryan esquisito no telefone, não vou arriscar minha descoberta e a segurança de Vallentina.

-Sou eu Vallentina! - ouço alguém gritar e ela passar por mim correndo até a porta.

-É um amigo meu, pode deixar... - mas eu conheço aquela voz.

-Qual o nome dele? - pergunto arqueando a sobrancelha.

-E para que quer saber? - ela gira a chave destrancando a porta.

-Conheço essa voz... - cruzo os braços e a porta se abre.

Ryan é loiro, tem olhos azuis profundos e seu porte é atlético, mais baixo que eu e usa óculos fundo de garrafa, sempre brinco com ele quando me irrita.

-Oi pequena! - tranco meu maxilar.

Pequena? Desde quando eles têm intimidade? Tem algo de muito errado acontecendo aqui, e se eu não souber, mato Ryan agora mesmo na frente dela.

-Oi Gu!

-O que eu saiba, teu nome é Ryan... - ele me olha e cumprimenta Vallentina com um abraço para lá de íntimo.

-Estou vendo que o cara que alugou o quarto é perfeito para um guarda costas... - ele fala com um sorriso de lado.

Vallentina da uma risada que me arrepia a pele, ela é linda rindo, poderia ouvi-la rir pela eternidade, nunca me cansaria.

-Entra Gustavo! - ela abre mais a porta, mas é impossível ele passar, sou grande o suficiente para não deixar.

-Aqui você não vai entrar... - rosno entre dentes.

-Foi por ela que sua mulher morreu... - ele fala com um tom de voz que Vallentina trava e eu desfaleço.

-Por ela? - meus olhos vasculham cada pedacinho da senhorita ali ao meu lado.

Me lembro de minha amada, nunca soube a razão dela não estar em casa aquela noite, somente fiquei sabendo de seu falecimento e sua família não me deixou comparecer ao velório.

Não é à toa que minha mulher morreu por ela, Vallentina é forte como ela, identifiquei isso logo que deu a primeira resposta fria, e também uma mulher de valores. Regina nunca morreria por qualquer uma.

-Regina é sua... - ela aponta para mim.

-Sim... - falo como se tivesse tirando um peso de minhas costas.

Aluguel - Coleção HerdeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora