Capítulo 15

6.8K 768 53
                                    

-Você quer comer? - sussurro em seu ouvido e ela nega.

-Quero somente ficar assim... - então ela se aconchega em meus braços como se fosse uma criança de colo.

Tento fazer com que não sinta dor pelo ferimento em sua costela. Vallentina está longe e isso não é bom sinal, tenho medo quando está pensando demais.

-Quero que conheça uma pessoa! - falo fazendo-a levantar a cabeça. -Na verdade quero que a conheça de verdade... - ela franze o cenho.

-Quem? - vejo um leve sorriso que não admitiu ainda.

-Venha... - a levanto e pego em sua mão saindo do quarto.

Podem dizer muitas coisas de mim, mas o que não podem é falar que não cuido do que é meu, principalmente de minha mãe.

A casa onde estamos nesse exato momento é dela, da minha rainha suprema, se assim posso chamá-la, não é grande, mas o suficiente para que eu, Vallentina, Ryan e Anna possamos passar um tempo por aqui.

-MÃE! - chamo por ela e vejo Vallentina me fitar sorrindo.

-Mãe?! - ela para e arregala os olhos quando ela aparece.

-Olá minha querida, fico feliz que esteja melhor... - me viro vendo a senhora baixinha que tanto amo.

-Vallentina... - puxo minha mãe de lado e abraço-a por trás. -Quero te apresentar minha mãe, Lilian Puertas!

Minha mãe é uma senhora de cabelos bem pretos longos, mas que vive com um coque alto. Ela é baixa e gordinha, só eu posso chamá-la assim, diz ela que é "excesso de gostosura", sempre caio na risada. Além de ser a mulher mais linda junto a minha amada, é uma mulher doce, e disso eu sempre me orgulhei.

-A senhora é enfermeira? - Vallentina fica com as bochechas vermelhas.

-Sim, sou a que cuidou de você quando chegou com febre, e fico feliz que meu filho te ame... - ela engole em seco e me olha.

-Me ama?! - sua sobrancelha se arqueia.

-MÃE!! - me afasto das duas. -Não era...

-Eu não acredito que não falou para ela ainda, Carlos da Silva Puertas... - ela coloca as duas mãos na cintura e me olha brava.

-Claro que não! - passo a mão na nuca e respiro fundo vendo Vallentina observar minha mãe nos mínimos detalhes.

-Está tudo bem... - minha mãe olha para ela e sorri. -Vamos dizer que ele é teimoso demais para fazer isso... - ela sorri sapeca e pisca para mim.

-Teimoso!? - cruzo meus braços.

-Até que fim alguém que veja como ele é... - minha mãe levantas as mãos para o céu como se agradecesse a algum deus.

-MÃE?! - passo a mão no rosto e escuto Vallentina cair na risada.

Minha mãe sorri abertamente quando a vê gargalhar e pisca para mim sapeca.

-Está com fome, minha querida? - Vallentina se recupera e nega.

-Estou bem senhora Puertas! - ela fala sorridente e me sinto grato por tê-la apresentado minha mãe, isso fez bem a ela.

-Por favor, somente me chame de Lilian, deixe as formalidades para os homens de Carlos, é deles que quero respeito! - ela me fita e fico sério.

-O que houve mãe? - pergunto vendo que Vallentina também sentiu a tensão na voz dela.

-Mais tarde conversamos, agora temos que comer, essa menina está muito magra para ser minha nora! - Vallentina levantas as sobrancelhas e se olha.

Aluguel - Coleção HerdeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora