Capítulo 6

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Vallentina Borais - 8 anos atrás

Somente os postes iluminavam meu caminho para casa, nunca gostei da noite, desde pequena sempre achei que nessas horas tudo de ruim pode acontecer, mas infelizmente somente consegui cursar a faculdade nesse horário.

Cada passo que dou na rua, consigo ouvir meus próprios passos, e nem gato vejo aqui. Então ouço um carro em alta velocidade vir em minha direção, para na minha frente, não consigo pensar em correr, eles são mais rápidos já me fazendo desmaiar.

Quando acordo estou com a cabeça no colo de uma mulher, seus olhos verdes são tão impactantes que fiquei assustada de início.

-Vai dar tudo certo, fique tranquila... - ela sorri para mim.

-O que houve? - levanto de supetão de suas pernas e vejo mais onze mulheres, na verdade meninas entre quatorze e dezessete.

-Sou Regina, estamos tentando descobrir o que houve ainda... - ela estica sua mão, arqueio minha sobrancelha.

-Você prefere me cumprimentar ou fugir desse lugar? - vejo-a sorrir de lado e assentir.

-Gostei de você, é diferente das outras... - ela olha para as meninas que não paravam de chorar.

-Só sou realista, chorar não afasta sofrimento, e nunca vai afastar... - ela assente e se levanta se colocando ao meu lado.

-Tenho medo da razão de eu estar aqui. - fito-a.

Regina era dez centímetros mais alta que eu, esbelta, ruiva e simpática, mas algo nela diza que já viveu muito e já viu de tudo, coisas que talvez eu desconheça.

-Poderia começar a falar, eu agradeço... - ela da uma risada contida.

Então começo a prestar atenção onde estamos. É um galpão pequeno, quase que garagem, não tem nada, somente uma janela que eu passaria rapidamente por ser magra, e havia muita terra, do lado de fora eu poderia ouvir árvores balançando, talvez até estejamos fora da cidade.

Um homem abre uma porta realmente grande e entra com uma cadeira, coloca no meio e vem até Regina.

-Sente-se. - ela arqueia uma sobrancelha.

-Não vou voltar para o teu chefe... - ela cruza os braços caminhando até a cadeira e vejo uma pulseira em seu punho direito de ouro com pequenas bolinhas maciças do mesmo material penduradas.

-Então sua morte será hoje! - ele fala quando vários homens entram e me jogam no chão com brutalidade para junto das outras garotas.

Uma das garotas devia ter quatorze, ela me olhou e voltou a chorar, fiquei com dor no peito ao vê-la daquela maneira, mas Regina estava na cadeira sentada com as pernas e braços cruzados.

-Olá Regina! - uma voz grave invade o galpão, me deu calafrios.

-Nem começa, se for para fazer algo me mate logo, prefiro a morte do que voltar a encostar em você... - Regina dispara de uma vez e vejo o homem entrando.

Um homem alto, atlético, tatuagens pelo corpo, tinha um piercing na sobrancelha esquerda e outro na língua.

-E prefere Monstro a mim... - ele se aproxima dela a ponto de levar um tapa na cara da mesma.

-ELE TEM UM NOME! - ela grita vermelha. -Não ouse chamá-lo assim novamente... - então a garota de quatorze é levantada.

-Já vi que nunca mudará de ideia... - uma arma é apontada para a garota e ela morre.

Aluguel - Coleção HerdeirosOnde histórias criam vida. Descubra agora