Capítulo 8

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A mulher entrou no quarto de forma elegante com sua camisola púrpura de mangas brancas. O vestido marcava bem as poucas curvas que a mais velha mantinha sem perceber. Delicadamente Toriel depositou um prato com torta de caramelo e canela junto a um copo de leite morno na escrivaninha ao lado do abajur .

*Fique a vontade m-mamãe. — Frisk se amaldiçoou mentalmente por ter gaguejando mas não sabia como disfarçar seu medo.

* Minha criança. — Sentou-se na cama arrumando um travesseiro na cabeceira onde acomodou suas costas . — Que tal falar-me um pouco sobre aquele rapaz? — A jovem engoliu a seco o que ouvira, queria gritar e se jogar da janela, igual a um esqueleto de um jogo  a qual Frisk gostava, -O esqueleto dera a desculpa de que iria ao banheiro , então se jogou da janela deixando uma humana a sós com uma mulher peixe, no fim, ambas as garotas tiveram uma relação amistosa.- Frisk, ironicamente se sentia a humana ao invés do esqueleto. Acomodou sua cabeça no colo da mulher que afagava seus cabelos.

*Quer ouvir desde no início?

* Com toda certeza.

A menina de cabelos chocolates lambeu os lábios em sinal de nervosismo e começou a contar toda a história desde o momento em que Sans lhe dera uma bebida e o bilhete na boate até a hora em que ambos foram flagrados na moto e juntos foram ao bar- lanchonete de Grillby. Em alguns momentos a mãe ria das descrições que a menina dava das tentativas falhas de beijos, até que toda a história escutada com atenção veio ao fim.

* Minha criança, você nem conhece este homem, nem sabe se o que ele sente é real, e já o diz amar? — A menina desejou responder de forma rude contudo tomou todo o respeito que lhe fora ensinado, ignorou o comentário e pôs-se a deliciar-se da torta e do leite que já havia esfriado mas permanecia gostoso.— Além do mais, a outros tantos rapazes de sua classe social, porque justo um homem... An...

* Da ralé? É isso que você quer dizer?— Limpou os lábios odiosa, depositou o prato vazio e o copo igualado na escrivaninha e se levantou andando de um lado para o outro em seu quarto tentando fazer o ódio se dissipar.

* Meu amor, não é bem assim, não foi o que eu quis dizer...

* ENTÃO A SENHORA QUIS DIZER: " UM POBRETÃO SEM ESTUDO, UM NADA , UM PICHADOR DE MUROS SEM MORAL,  FALIDO!”?— Exaltou a voz deixando a ira tomar-lhe por completo.

* FRISK DREEMURR, PEÇA DESCULPAS! — A mulher se sentou ereta na cama aumentando o tom de voz para com a filha.

* “ME DESCULPE”, ERA ISSO QUE QUERIA OUVIR OU UM: “ ME PERDOE VOSSA MAJESTADE, NUNCA MAIS IREI ME OPOR A SUAS ORDENS ABSOLUTAS , ENTÃO IREI ME CASAR COM UM QUALQUER QUE TENHA MUITO DINHEIRO E AME APENAS MEU CORPO E MEU ROSTO MAS QUE NÃO SE IMPORTE COM O QUE EU SINTA IGUAL VOCÊ E O PAPAI!!”— Subitamente a mulher se levantou da cama e desferiu um tapa na face pálida da  filha. Ambas ficaram de boca aberta, Toriel nunca antes havia agredido um filho sequer, mas ao ouvir o final da frase não pode se conter.

* Ma...mãe? — As lágrimas quentes começaram a descer pela face marcada de Frisk, o pedaço em que se que a forma de 5 dedos começava a avermelhada ardia como fogo.

*Frisk! M-minha criança... Me perdoe...— A mulher tentando conter o desespero, levou Frisk até a cama e sentando. — Me perdoe por favor?!

* D-dói...— A dor física não era novidade para Frisk , apesar de tudo em sua infância tentava seguir Asriel e Chara nas brincadeiras mas acabava por se machucar, não era tão forte quanto os meninos, mas erguia-se e voltava a brincar como toda criança saudável, porém a dor de um tapa nunca antes fora experimentada.

Carmesim: A cor do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora