Capítulo 17

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Asgore pov’s

Perfeito, tudo estava de acordo, eu sabia que Frisk se rebelaria cedo ou tarde, e claro que foi por influência do irmão, e se tem alguém que pode reverter isso é ele mesmo. Frisk não é meu maior orgulho, não como Asriel foi, mas ainda é minha filha, já Chara ? Bem, vejamos o que posso fazer por ele agora.

*Asgore.— Toriel me chamou assim que Chara subiu para seu quarto.

*Sim meu amor?

*Eu não sei o que você planeja, mas se você interferir na vida dos nossos filhos ou melhor, se você machucar Chara , você não vai perder somente eles. — Um frio percorreu minha espinha.

*Do que está falando mulher?

*Esse não é o homem pelo qual me apaixonei, não adianta você fingir que agora perdôo Chara, todos sabem que não! Você o culpa pelo que aconteceu com Asriel. E não pense que eu participei do seu teatro! Apenas por um segundo eu acreditei que você tinha o aceitado, mas esse seu olhar de quem está tramando algo...

*Toriel escute-me, tudo vai ficar bem.

*Sim, tudo, inclusive meu sono contanto que você não esteja no meu quarto.

*O que?! Espera… Você tá defendendo ele? Tá vendo o que ele faz? Foi assim como Asriel e agora você?!!

*O problema não é aquela pobre e infeliz criança, o problema é você Asgore. — Ela fez um bico de insatisfação e subiu sentido a nosso quarto, que pelo visto hoje não seria meu também.

*Querida, por favor ouça … Você só está estressada pela Frisk ter ido, mas se tudo der certo ela voltará.

*Que não volte.

*Como disse?

*Quero a felicidade dos nossos filhos.— Ela dizia sussurrando no corredor onde eu ia atrás. — E se pra isso for necessário que eles se afastem de nós, que seja! Esse não é o pai que eu queria para as minhas crianças. — Abriu o quarto.— Pegue uma coberta e suma daqui, não quero ver você por um bom tempo!!

Ela deu passagem para que eu entrasse , fui rápido, peguei minhas roupas, toalha e um cobertor e corri para um quarto de hóspedes, não contestaria com Toriel, é difícil ir contra ela, ela sempre tem argumentos bem afiados e me conhece melhor que ninguém, além disso, ainda é a mulher que amo. Se eu tinha meus objetivos , teria que tomar cuidado pois ela poderia interferir e isso mudaria ainda mais nosso relacionamento.

Era muita coisa para processar e eu pensava em tudo isso enquanto me banhava em água morna.

*Terei que arriscar muitas coisas.

Sai do banho ainda pensando em mil coisas, deitei-me na cama recém arrumada pela empregada e tentei dormir, mas os pensamentos não me permitiam, eu tinha que calcular tudo nos mínimos detalhes.

Narrador pov’s

A noite se passára em calmaria , bem cedo Chara se sentiu inquieto com desejo de sair de casa, bater pernas , apenas se divertir um pouco ou apreciar o clima fúnebre que transpassava o céu, nublado com ameaças de que poderia garoar a qualquer momento.

*Bom dia Chara… — Chamou um ruivo sentado na calçada.

*Heya, garoto dos hambúrgueres. Se veio pra dar umas cantadas na minha irmã , desiste, ela tá morando com o namorado.

*Eu sei, Sans… ele trabalha pra meu pai às vezes.

*Ah, o MettaDiva?

*Tsc

*Mas fala aí , então...

*Olha cara , eu quero falar com você.

*Desculpe, não curto rola… Eu acho. — Parou e pensou — Com tanta desilusão amorosa, acho que to desistindo das mulheres… É… — Viajava em seus devaneios.

*Eu to falando sério! — Se levantou arrumando a jaqueta.—  Além disso já tenho namorado.

*Okay.— Chara olhou para as nuvens  escuras escondendo novamente, que nunca permitiam a aparição do Sol.— Mas vamos dar uma volta, que tal? Eu vim afim disso.

*Certo. — O ruivo inseriu as mãos dentro da jaqueta com sua costumeira expressão de tédio , retirou de lá um maço de cigarro ponto uma unidade na boca e a acendendo, ofereceu a Chara que se sentiu tentado mas negou não evitando mostrar que queria.

*Vai falando, sou todo ouvidos. — caminhavam devagar mesmo com o forte vento soprando fazendo algumas folhas de árvores voarem.

*Você… Tá satisfeito como tudo tá?

*Como assim?

*Ontem… Eu vi a cena que seu pai fez, na verdade, era impossível não ver, não é mesmo?— Chara deu um risinho com o comentário .

*Tem razão, mas sim, acho que as coisas vão começar a se ajeitar, não é?

*Não.

*Filho da puta! — Empurrou o ruivo que riu.

*Olha cara, eu praticamente cresci com vocês e sei de toda a treta com Asriel, vocês podem até mentir pros outros dizendo que foi câncer, mas eu sei da verdade, seu pai sempre te culpou por aquilo e seja lá o que aconteceu, você acha mesmo que ele te perdôo do dia pra noite?

*Agora eu to confuso. Você falando assim agora fica a suspeitas, mas minha mãe saberia, ou.. Será que ela também tá planejando  algo?

*Não acho que a Toriel se rebaixaria .— Ficaram em silêncio por um tempo.

*Daqui duas semanas é o aniversário dele.

*De morte?

*Não… De que ele nasceu.— Olhou para o alto suspirando. — Frisk não gosta que comemoremos aniversário de morte, pois não há alegria nisso, então apenas comemoramos nosso aniversário entre amigos , mas o dele, no aniversário de nascimento, vamos ao túmulo.

*Deve ser difícil pra você comemorar “seu” aniversário , sabendo que nesse dia, algo triste aconteceu.

*Nem tanto, não posso me mutilar por isso pra sempre, eu era uma criança afinal, e no final das contas, foi eu quem disse para o Asriel fazer isso. — Suspirou longamente. — Me sinto culpado, mas ele disse para que não ficasse assim, então… É como o clima de hoje dentro de mim, o Sol que sair, aquecer, iluminar, esses são meu sentimentos , mas meus medos e remorsos são essas nuvens o cobrindo o tempo todo.

*Que filosofico — Riram nasalado, dando um clima mais descontraido. O ruivo tragou o cigarro mais vez e voltou a fala— E sobre seu pai?

*Talvez… Eu saiba que tem algo errado, mas lá no fundo eu quero acreditar nele.

*Carência. — Sorriu de lado.— Você já foi melhor que isso Chara.

*Lamento, eu to tão… Decadente…

*Se algo acontecer, conta comigo, vocês são meus irmãos de outro pai.

*Eu gostaria de ser filho do seus pais .

*Oras, meus pais são gays, eu fui adotado, quem sabe se você foder seu título “família” seu pai te largue ai eles te adotem também.

*Eu já fodi muitas vezes, mas nunca deu certo. — riram.

*Você é o um lixo! — ria mais relaxados. — Quando você for ver o túmulo, me chama, também quero ver o carinha.

*Valeu … De verdade.

Continuaram andando, foram sentido ao shopping entrando neste obrigatoriamente graças a prevista garoa, decidiram por fim ir assistir a um filme, talvez assim o tédio partisse.

Carmesim: A cor do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora