Carmesim: A cor do pecado

Capítulo 34

Sans desceu as escadas com seu sorriso de sempre, dessa vez tão natural que irradiava toda a casa , só faltava saltar e cantar de tão feliz.

*Hey!! — Frisk o abraçou por cima dos ombros e o deu um selinho.

*Que felicidade toda é essa que te faz descer só de samba canção pela casa, Sans? — Gaster perguntou terminando seu café enquanto folheava seu jornal diário.

*Olha, eu sei que sou um fudido, mas..

*Sans! — Gaster reprovou o palavreado e Frisk deu um tapinha na boca de Sans de beijou os dedos da garota agarrando-lhe a cintura.

*Pai, o que é um fudido? — Papyrus perguntou.

* O seu irmão é um, mas nunca mais repita essa palavra. — Concordou com a cabeça fazendo os outros dois rirem. — Mas então, qual o motivo de toda essa animação?

*Frisk, você tá grávida?

*Não que eu saiba.

*Então, eu oficialmente não sou pai! — Ergueu o celular com o chat de Chara aberto.

*O que? É sério? O Chara?— Puxou o celular de Sans . — Com a Catty? O que foi que meu irmão aprontou dessa vez.

*Nada eu acho, já que o Mettaton estava de olho nele.

*Aí é que é pra ter medo, se o Metta está na frase, então coisas ainda piores podem acontecer. — Frisk se afastou de Sans usando seu celular para ligar para o irmão.— Chara?

*Ah... oi desocupada se veio me agradecer, não precisa, que inicie a noite de núpcias de vocês!!

*Não é isso... quer dizer... Obrigado também, Chara, mas eu não sei que tipo de macete você usou, só... espero que não tenha sido nada grave.

*Fica tranquila maninha, lembra todas as vezes que fiquei bêbado e fui pro seu quarto? Bêbados nunca mentem, tudo que eu precisei foi oferecer umas bebidas gratuitas.

*Mas... outra coisa... Você realmente vai embora? — A voz da pequena fraquejou.

*É isso ou sou preso por assassinar o Asgore. — Deu uma risada descontraída. — A propósito ele acabou de me ouvir dizer isso.

*Você tá na casa do papai?

*Bem, eu vim me despedir daquela mulher, a nossa mãe, apesar de tudo ela nunca deixou de me tratar como filho. Bem, eu adoraria te dar um abraço Friskinha, mas eu tô fugindo do país, então, eu sinto muito dessa vez. Eu volto pra te visitar, eu te amo tudo bem? Não cause mais problemas.

*Sou eu quem deveria dizer isso pra você! — Sua voz trêmula indicava que estava prendendo um choro em sua garganta.

*Eu sou imprevisível maninha. Faça-me um titio feliz, tudo bem? Eu preciso desligar agora. A propósito, chega de incomodar o Asriel em seu aniversário tá legal? Nosso pai não foi capaz enquanto ele estava vivo, mas acho que tá na hora de deixar ele em paz, eu sei que é só isso que falta. Asriel acima de tudo colocava nossa felicidade, se a partir desse dia teremos essa tão almejada felicidade longe desse desastre que é nosso pai, agora só falta deixar o Riel descansar em paz. Bem, eu vejo você por chamadas na internet, então não se esqueça da minha existência.

*Chara... Você precisa ir?

*Eu não consigo pensar ou ser livre sabendo que posso esbarrar nesse embuste. —Deu uma breve encarada em Asgore que se levantou enfurecido. — Mas agora ele estará sozinho... eu já disse, seremos felizes irmã, enquanto ele se afunda na infelicidade que o próprio causou, ele deve estar amando isso. — As pernas de Asgore pararam de andar sem força enquanto Chara dava as costas para este. — Eu pensei que seria bom acabar com tudo isso, e tinha duas formas, eu podia matar o Asgore ou só ir embora. Eu fiquei na porta da empresa, acho que o destino salvou ele, ou em salvou , não sei ao certo. Eu esperei com uma faca dentro da mochila...

* ...

*"But nobody came"

*Ninguém... veio?

*Eu te vejo depois, se algo acontecer na minha ausência... tenha determinação. — Desligou o celular após a fala da irmã e seguiu para o jardim de trás para ver a mãe.

*Uh hu huhu... — Cantarolava.

*Toriel, a guardiã deste jardim, você estava aqui por fim... eu estive lhe procurando.

*Chara, minha criança, eu mantive este lugar na esperança de uma das minhas crianças voltarem aqui.

*Sei... Bem, eu vim só me despedir.
*Você vai embora?

*Da cidade, do país, quem sabe?

*Não vá! Eu estou tentando lhe proteger, os perigos afora, se você for, eles... Asgore--

*Se eu ficar então Asgore vai me fazer mal! — A interrompeu exaltado. — Eu sinto muito por isso.

*Sou eu quem sinto... Eu fui incapaz, todo esse tempo... — Asriel se aproximou tocando os ombros da mãe que o abraçou.

*Eu pensei que se mantivesse Asgore calado, ambos os lados poderiam ficar em paz, mas ele se aproveitou da calmaria ... Eu fui incapaz Chara, eu não pude lhe dar a família que vocês mereciam e agora não temos mais uma família.

*Errado. — Afagou os cabelos da mulher. — Asgore não tem uma família, ele conseguiu, ele afastou todos nós, mas estamos ligados por nossas almas, o único que foi expelido foi ele mesmo, por isso, apenas torça por nós... "mamãe". — Sua voz falhou. — Torça pra que tudo de certo pra mim e pra Frisk, mantenha Asgore longe da nossa felicidade, ele não pode nos roubar mais nada. — Soltou-a. — Eu preciso ir, fiquei mais tempo do que imaginava. Haha' — Secou algumas lágrimas que ameaçavam sair.

*Eu vou garantir isso, meu bebê.

*Bem. — Deu um beijo na testa da mulher e saiu andando para a entrada da cozinha. — Eu te amo. — Entrou no recinto ouvindo o choro de Toriel e dando de cara com um Asgore que evitava olhá-lo. — E você? Deve ter nojo do seu filho incestuso, gay, bêbado e sei lá mais o que tá escrito na sua lista. Pra papai Noel eu nunca mais vou ganhar nem carvão, e de você, nem um traço de afeto e sinceramente? Eu não quero mais, não quero mais nenhum vínculo com você.

*Não pode negar que é meu filho.

*Dane-se essa merda. — Suspirou cansado.— Ainda tem esse infeliz fato, então ignore, só te peço Isso. Esqueça que um dia você teve 3 filhos, arrume Nóvoa herdeiros ou sei lá, mas apenas nos deixe em paz Asgore. Sua existência é uma maldição pra todos nós, mas apesar de tudo, você ainda tem sorte , porque aquela pobre mulher. — Apontou pro lado de fora onde Toriel ainda chorava. — Ela aimda te ama. — Saiu pisando pesado pela casa. — Isso não é divertido, mas a partir de agora, chega de ser egoísta seu velho desgraçado. — Apesar do ódio na voz, ainda havia dor. — De pelo menos um pouco do amor que ela merece por te suportar, todos e todos os dias! Adeus Asgore. — Saiu da casa com pressa entrando no carro providenciado por Mettaton.

Aquele era um novo momento para Chara, uma nova chance de ter sua vida que foi roubada pela ignorância do pai. Jeff o abraçou forte de lado após fechar a porta e ficar calado por alguns segundos e quanto o carro dava partida. Ao sentir o toque do namorado Chara desabou em choro sendo tomado por um abraço completo.